Ação aprovada pela Aneel reforça segurança energética nacional com atualização de equipamentos estratégicos entre as subestações de Foz do Iguaçu (PR) e Ibiúna (SP)
A Eletrobras vai investir R$ 290,4 milhões na modernização de um dos trechos mais estratégicos do sistema de transmissão de energia brasileiro: o elo em corrente contínua entre Foz do Iguaçu (PR) e Ibiúna (SP). A autorização para a execução das melhorias foi concedida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), no âmbito do Plano de Outorgas de Transmissão de Energia Elétrica (POTEE) – ciclo 2022, voltado a melhorias de grande porte e reforços que prolonguem a vida útil das instalações.
A ação visa assegurar maior confiabilidade ao escoamento da energia produzida pela Usina Hidrelétrica de Itaipu, uma das maiores do mundo, responsável por abastecer cerca de 15% da demanda elétrica do Brasil. O trecho em questão é um dos principais corredores energéticos do país, e sua modernização é considerada essencial para a robustez e continuidade do suprimento energético nas regiões Sul e Sudeste.
Segundo o vice-presidente de Regulação, Institucional e Mercado da Eletrobras, Rodrigo Limp, a iniciativa é parte de um plano estratégico da empresa para ampliar a resiliência e a eficiência da infraestrutura de transmissão. “Estamos investindo na atualização de equipamentos estratégicos, reforçando a confiabilidade de uma das infraestruturas mais relevantes do setor elétrico nacional. Essa autorização da Aneel é fundamental para que a Eletrobras siga com seu plano de modernização do sistema de transmissão e continue contribuindo com a melhoria da segurança energética do país”, destacou.
Modernização dos transformadores e reforço da corrente contínua
A principal frente de trabalho do investimento será a revitalização de oito transformadores conversores, equipamentos vitais para o funcionamento do sistema de transmissão em corrente contínua de alta tensão (HVDC). Esses transformadores desempenham um papel crucial ao viabilizar o transporte eficiente da energia gerada em Itaipu até o estado de São Paulo, atravessando quase mil quilômetros com perdas reduzidas.
Após a modernização, os transformadores passarão a integrar o bipolo 1 do sistema, em uma realocação estratégica que visa garantir maior estabilidade operacional e prolongar a vida útil da infraestrutura. A previsão é que as primeiras entregas aconteçam em até 24 meses, com cronograma alinhado aos padrões técnicos exigidos pela Aneel.
Essa revitalização é especialmente relevante por se tratar de um sistema que opera desde os anos 1980, cuja importância cresce à medida que a matriz elétrica brasileira se torna mais diversificada, exigindo flexibilidade e robustez para acomodar diferentes fontes de geração.
Segurança energética e transição para o futuro
O investimento da Eletrobras também deve ser interpretado dentro de um contexto mais amplo de transição energética. Ao modernizar sistemas já existentes, a companhia otimiza o uso de ativos com menor impacto ambiental, evitando a necessidade de grandes obras civis ou novos empreendimentos, o que reduz o custo e os impactos socioambientais da expansão da rede.
Além disso, a modernização fortalece a segurança energética do Sistema Interligado Nacional (SIN), em um momento em que o Brasil avança na integração de fontes renováveis variáveis, como eólica e solar. Ter uma malha de transmissão mais eficiente e confiável é essencial para garantir a estabilidade do fornecimento em todo o país.
O projeto reforça ainda o papel da Eletrobras como protagonista da infraestrutura elétrica nacional, não apenas em geração, mas também na capacidade de planejamento, inovação e manutenção de ativos críticos para o país.
Decisão estratégica aprovada por unanimidade
A aprovação da Aneel ocorreu por unanimidade durante a Reunião Pública Ordinária da Diretoria, realizada em 8 de abril. A decisão valida o compromisso da agência com a continuidade da qualidade do serviço prestado e com a adaptação da infraestrutura elétrica brasileira às demandas do século XXI.
Dessa forma, o investimento de R$ 290 milhões representa não apenas uma medida técnica de manutenção, mas uma ação estratégica de Estado, com potencial de gerar benefícios duradouros para a economia nacional, a segurança do fornecimento elétrico e a sustentabilidade ambiental.