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ABEEólica Promove Debate Estratégico Sobre a Retomada da Energia Eólica no Brasil

Especialistas do setor discutirão os novos caminhos e as perspectivas para o futuro da energia eólica no país

A transição energética e o futuro da indústria eólica estarão no centro das discussões do Encontro de Negócios 2025 da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica). O evento, que ocorre no dia 15 de abril, no Hotel Unique, em São Paulo, promete reunir especialistas do setor, investidores e representantes do governo para debater os desafios e oportunidades para a retomada da energia eólica no Brasil.

A abertura ficará a cargo do economista Renato Baumann, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), que conduzirá a palestra “Considerações sobre a inserção internacional do Brasil”. Sua participação deve trazer insights sobre o papel do país no cenário energético global e os caminhos para ampliar sua competitividade no setor de energias renováveis.

A edição deste ano tem como tema “Caminhos para a retomada da eólica no Brasil – O futuro da indústria renovável e da economia verde” e ocorre em um momento decisivo para o setor. Após anos de crescimento acelerado, a indústria eólica enfrenta uma redução na contratação de PPAs (Power Purchase Agreements), principal modelo de comercialização da energia eólica no país. Esse declínio, iniciado em 2022, impacta diretamente o volume de novas instalações. Em 2023, o setor atingiu um recorde com 4,8 GW de capacidade instalada, mas a expectativa para 2025 é de apenas 3 GW.

Segundo Elbia Gannoum, presidente executiva da ABEEólica, a recuperação do setor passa por novas rotas de mercado. “Precisamos olhar para demandas emergentes e explorar oportunidades que vão além dos contratos tradicionais. Data centers, hidrogênio verde e fertilizantes sustentáveis são caminhos promissores. Além disso, 2025 será um ano crucial para regulamentação de leis que podem impulsionar novos investimentos”, destaca.

Debates estratégicos e o papel do Brasil na transição energética

A programação do evento reflete a necessidade de reposicionar a energia eólica dentro de um cenário mais amplo de transição energética e mudanças na geopolítica global. O primeiro painel do dia abordará os desafios e oportunidades da COP 30, evento que consolidará o Brasil como protagonista nas discussões climáticas. O debate contará com a presença de Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), e Natalie Unterstel, presidente do Instituto Talanoa, com mediação de Elbia Gannoum.

Outro tema de destaque será a bancabilidade dos projetos de energia eólica, essencial para garantir novos investimentos e financiamentos ao setor. O painel reunirá representantes do Santander, BID, BNDES e Banco do Nordeste, instituições que desempenham papel fundamental no financiamento da transição energética.

Além disso, um dos temas mais aguardados será a geração de demanda por meio de data centers, inteligência artificial e hidrogênio verde. Com o crescimento exponencial da digitalização e da necessidade de armazenamento de dados, os data centers surgem como grandes consumidores de energia renovável. O painel contará com a presença de Fabio Yanaguita, da Scala Data Centers, e Fernanda Delgado, CEO da Associação Brasileira de Hidrogênio Verde, para discutir como essas indústrias podem impulsionar a demanda por fontes limpas no Brasil.

O evento será encerrado com um debate sobre o impacto dos cortes na geração de energia e a sustentabilidade da indústria eólica no longo prazo. Especialistas do setor, como Bruno Riga, da Enel Green Power, e Fernando Elias, da Casa dos Ventos, discutirão os desafios regulatórios e financeiros que podem definir o futuro do setor.

O que esperar do futuro da energia eólica no Brasil?

O Encontro de Negócios 2025 chega em um momento crítico para a indústria renovável. Com o Brasil consolidado como um dos líderes mundiais em energia eólica, as decisões tomadas agora definirão o ritmo da retomada do setor nos próximos anos. A busca por novos modelos de negócios, a diversificação da demanda e a regulamentação de políticas públicas serão fatores determinantes para garantir o crescimento sustentável da energia limpa no país.

O evento se apresenta, assim, como uma oportunidade fundamental para empresas, investidores e formuladores de políticas debaterem as direções do setor eólico brasileiro. Com o avanço da economia verde e a crescente pressão global por fontes renováveis, o Brasil tem todas as condições de manter-se na vanguarda da transição energética – desde que consiga superar os desafios atuais e consolidar estratégias eficazes para o futuro.

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