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Setor nuclear brasileiro mobiliza lideranças e defende Angra 3 em carta enviada a Lula

Documento destaca benefícios da usina para segurança energética, saúde e sustentabilidade no Brasil

Em um movimento estratégico para o setor energético nacional, lideranças e especialistas enviaram uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 14 de fevereiro de 2025, defendendo a continuidade da construção da usina nuclear Angra 3. O documento foi encaminhado às vésperas da reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que deverá decidir os próximos passos da obra, e aborda pontos cruciais para o futuro da geração de energia no Brasil.

O texto enfatiza os benefícios da energia nuclear para o país, desde a diversificação da matriz energética até os avanços em saúde pública, com foco na produção de radiofármacos para a medicina nuclear. Além disso, os signatários esclarecem informações equivocadas recentemente veiculadas na mídia e reforçam os rígidos padrões de segurança que regem a operação de usinas nucleares no Brasil.

Energia limpa e segurança energética

Com uma capacidade prevista de geração de 1,4 gigawatts, Angra 3 poderá abastecer cerca de 4,5 milhões de pessoas com energia limpa e segura. A usina não emitirá gases de efeito estufa, contribuindo diretamente para os compromissos de redução de emissões de carbono assumidos pelo Brasil em fóruns internacionais.

O setor nuclear é visto como fundamental para a diversificação da matriz energética nacional, reduzindo a dependência de fontes intermitentes, como a solar e a eólica. A carta argumenta que a continuidade de Angra 3 reforça a segurança energética do Brasil, garantindo fornecimento de eletricidade estável e confiável, especialmente em momentos de crise hídrica ou outros eventos climáticos extremos.

Financiamento privado, sem uso de recursos públicos

Os signatários também esclareceram uma preocupação recorrente sobre o projeto: o uso de recursos públicos. Segundo o documento, a construção de Angra 3 será viabilizada por financiamentos bancários, afastando qualquer ônus direto para os cofres federais. Essa informação é considerada essencial para combater críticas que sugerem o uso de verba pública para a conclusão da obra.

Benefícios para a medicina nuclear

Outro ponto de destaque no documento é o papel da energia nuclear no avanço da medicina. A continuidade do Programa Nuclear Brasileiro permitirá a produção de radioisótopos e radiofármacos, fundamentais para o diagnóstico e tratamento de doenças como o câncer. Esses insumos são amplamente utilizados em exames de imagem e terapias especializadas, contribuindo para a eficiência e acessibilidade dos tratamentos médicos em todo o Brasil.

A Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, uma das signatárias da carta, reforçou que o setor nuclear é um dos maiores fornecedores globais de materiais para exames e tratamentos de saúde. A ampliação da capacidade nuclear brasileira permitirá a produção local desses insumos, reduzindo a dependência de importações e os custos para o sistema de saúde.

Rigorosos padrões de segurança

A segurança das operações nucleares foi amplamente abordada no documento. As usinas de Angra seguem protocolos internacionais rígidos, com monitoramento constante por agências reguladoras e sistemas de redundância para mitigar qualquer risco. Os especialistas garantem que os mesmos padrões serão aplicados a Angra 3, assegurando uma operação segura ao longo de sua vida útil.

Brasil: um dos poucos países com ciclo completo do combustível nuclear

O Brasil é um dos poucos países no mundo que possui o ciclo completo do combustível nuclear, que inclui a mineração de urânio, enriquecimento e fabricação de combustível. Essa capacidade coloca o Brasil em posição de destaque no cenário global, garantindo maior independência energética e consolidando o país como líder em energia nuclear na América Latina.

Apoio institucional e político

A carta é assinada por diversas entidades, incluindo a Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben), a Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan), o Instituto de Engenharia, a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear e o Programa de Engenharia Nuclear da UFRJ. Parlamentares também declararam apoio ao projeto, como os deputados federais Julio Lopes, presidente da Frente Parlamentar Mista da Tecnologia e Atividades Nucleares, e Hugo Leal.

Com a reunião do CNPE se aproximando, espera-se que os argumentos apresentados influenciem a decisão sobre o futuro de Angra 3. Para os signatários, a continuidade da obra é fundamental para garantir energia limpa, segura e estratégica para o Brasil, além de impulsionar o desenvolvimento econômico e tecnológico do país.

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