Parceria entre Engine No. 1, Chevron e GE Vernova visa fornecer 4 GW de energia a centros de processamento de dados, impulsionando a competitividade americana no setor de inteligência artificial
A crescente demanda por inteligência artificial (IA), computação em nuvem e data centers nos Estados Unidos está gerando um novo movimento no setor energético. Em resposta a esse avanço tecnológico, as empresas Engine No. 1, Chevron U.S.A. Inc. e GE Vernova anunciaram um megaprojeto de infraestrutura energética que visa fornecer até 4 gigawatts (GW) de eletricidade para centros de processamento de dados espalhados pelo país.
O projeto, que conta com sete turbinas a gás GE Vernova 7HA, será implantado nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Oeste dos EUA. Com previsão de entrada em operação até o final de 2027, a iniciativa busca garantir energia confiável e escalável para alimentar a próxima geração de IA, evitando sobrecargas na rede elétrica e mantendo os custos sob controle.
Diferente de outras usinas, a energia gerada não será inicialmente conectada à rede elétrica tradicional, mas destinada diretamente aos data centers, garantindo maior eficiência e segurança energética. Além disso, o projeto prevê a incorporação de tecnologias de captura e armazenamento de carbono (CCS), capazes de reduzir em mais de 90% as emissões de CO₂ das turbinas.
Energia como Pilar da Revolução da Inteligência Artificial
O avanço da IA exige quantidades massivas de eletricidade para alimentar supercomputadores e algoritmos complexos. Atualmente, data centers consomem cerca de 4% de toda a eletricidade dos EUA, e essa participação pode dobrar até 2030.
Chris James, fundador e diretor de investimentos da Engine No. 1, destaca a importância da infraestrutura energética para a competitividade dos EUA na era digital “A energia é a chave para o domínio da IA nos Estados Unidos. Ao utilizar gás natural abundante e doméstico para alimentar diretamente os data centers, garantimos a liderança americana no setor, impulsionamos ganhos de produtividade e fortalecemos nossa posição como superpotência industrial”.
Parceria Estratégica e Reindustrialização dos EUA
O projeto faz parte de uma estratégia mais ampla de investimento na infraestrutura energética americana, alinhada às políticas de incentivo à produção nacional. O CEO da Chevron Corporation, Mike Wirth, reforça o papel do setor energético nesse novo ciclo de desenvolvimento “Estamos orgulhosos de desempenhar um papel essencial na nova era de crescimento industrial dos EUA. O país possui vastos recursos energéticos e uma força de trabalho incomparável. Esse projeto representa um marco na reindustrialização americana e na construção de uma matriz energética robusta para as próximas décadas.”
A GE Vernova, empresa responsável pela fabricação das turbinas, também aposta no potencial de inovação desse modelo. Scott Strazik, CEO da companhia, afirma que a parceria trará benefícios para toda a cadeia produtiva do setor energético “Estamos entusiasmados em liderar o avanço do crescimento dos data centers nos EUA, entregando soluções inovadoras que garantam fornecimento seguro e contínuo de energia. Como principal fabricante de sistemas de geração no país, a GE Vernova tem um papel estratégico na viabilização desse projeto de larga escala.”
Impactos e Perspectivas do Projeto
Além da segurança energética para data centers, o desenvolvimento conjunto das empresas pode gerar milhares de empregos diretos e indiretos, fortalecendo a economia americana.
Outro diferencial do projeto é a possibilidade de integração futura com a rede elétrica, permitindo que a energia excedente seja distribuída para outras regiões dos EUA, garantindo maior flexibilidade e estabilidade no fornecimento nacional.
À medida que a IA e a digitalização dos negócios crescem, a necessidade de soluções energéticas inovadoras e sustentáveis se torna cada vez mais urgente. A iniciativa da Engine No. 1, Chevron e GE Vernova pode ser um modelo para o futuro, estabelecendo um novo paradigma para a infraestrutura energética do setor de tecnologia.
Com essa abordagem, os EUA se posicionam à frente na corrida global pelo domínio da inteligência artificial, garantindo energia acessível, confiável e alinhada com as demandas tecnológicas do século XXI.