A UTE Portocem I, com potência de 1.571,9 MW, reforça a segurança energética do Brasil e promove a transição para uma matriz energética mais limpa.
O Brasil deu mais um importante passo para reforçar sua segurança energética e avançar na transição para uma matriz mais limpa. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um investimento de R$ 3,8 bilhões na construção da usina termelétrica a gás natural UTE Portocem I, localizada em Barcarena, no Pará. Com capacidade instalada de 1.571,9 MW, o empreendimento será estratégico para atender picos de consumo e dar suporte ao Sistema Interligado Nacional (SIN) em momentos de escassez de outras fontes.
O projeto, que faz parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), inclui ainda a construção de uma linha de transmissão de 3,8 km para conectar a usina ao SIN. O total de investimentos para viabilizar o empreendimento chega a R$ 5,4 bilhões, dos quais R$ 4,5 bilhões foram captados por meio de debêntures coordenadas pelo BNDES.
Uma Solução para a Transição Energética
A UTE Portocem I se destaca não apenas por sua capacidade, mas por seu papel na transição energética do Brasil. Movida a gás natural, a usina combina eficiência e menor impacto ambiental em comparação com combustíveis fósseis mais poluentes, como carvão e óleo combustível.
“A utilização de gás natural está em linha com os esforços para tornar a matriz energética brasileira mais limpa, reduzindo emissões de gases de efeito estufa em comparação com outras fontes fósseis. Projetos como o Portocem mostram que é possível unir desenvolvimento econômico e sustentabilidade”, destaca Aloizio Mercadante, presidente do BNDES.
Além de sua eficiência ambiental, o gás natural oferece flexibilidade operacional, podendo ser acionado rapidamente para garantir estabilidade ao sistema elétrico em momentos críticos, como picos de demanda ou escassez hídrica.
Localização Estratégica e Impacto Regional
Barcarena foi escolhida estrategicamente para sediar a usina devido a seu fácil acesso hidroviário pela Baía de Marajó, o que facilita a chegada de navios com gás natural importado pelo Terminal de Importação e Regaseificação de GNL, já em operação na região.
Além disso, a proximidade com grandes consumidores de energia, como a refinaria Alunorte, maior produtora de alumina fora da China, e a região metropolitana de Belém, maximiza o impacto positivo do empreendimento.
“A Portocem contribuirá não apenas para a segurança energética nacional, mas também para o desenvolvimento econômico de Barcarena e do estado do Pará. A substituição de combustíveis mais poluentes por gás natural em processos industriais é outro benefício significativo para a região”, afirma Luciana Costa, diretora de Infraestrutura e Mudança Climática do BNDES.
Gás Natural: Combustível da Transição
Considerado um combustível de transição, o gás natural desempenha um papel crucial no atual cenário energético global. Ele complementa a expansão das fontes renováveis, como solar e eólica, que são intermitentes por natureza. Ao mesmo tempo, reduz a dependência de combustíveis mais poluentes, garantindo estabilidade ao sistema elétrico.
Luciana Costa reforça que esse equilíbrio é essencial: “O gás natural oferece a segurança necessária para continuarmos investindo em fontes renováveis, garantindo que a matriz energética brasileira mantenha sua característica limpa e sustentável”.
Perspectivas para o Futuro
A Portocem Geração de Energia S.A., responsável pelo empreendimento, venceu o 1º Leilão de Reserva de Capacidade, realizado em 2021 pelo Ministério de Minas e Energia, com apoio da ANEEL e da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). O início das operações comerciais da usina está previsto para agosto de 2026.
Além de garantir energia em momentos de maior demanda, o projeto terá impacto direto na economia local, gerando empregos e fomentando o desenvolvimento industrial da região.