Conexão de Cruzeiro do Sul ao Sistema Interligado Nacional antecipa meta de descarbonização e reforça transição energética no Brasil
O Grupo Energisa deu um passo histórico em sua estratégia de sustentabilidade ao anunciar o desligamento de 20 usinas termelétricas na Amazônia Legal, incluindo a de Cruzeiro do Sul, no Acre, uma das maiores da região Norte. Com a conclusão dessa etapa, a companhia não apenas antecipou em dois anos sua meta de descarbonização, inicialmente prevista para 2026, mas também superou as expectativas de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE).
A transição para um modelo energético mais limpo evitou a emissão de 539 mil toneladas de CO₂ por ano, ultrapassando a meta original de 505 mil toneladas. Além disso, o grupo descomissionou 195 MW de potência instalada – acima dos 171,7 MW previstos inicialmente.
Segundo Tatiana Feliciano, diretora de Sustentabilidade do Grupo Energisa, essa realização vai além dos números. “Enxergamos a energia como um vetor sustentável de desenvolvimento social e econômico. Com a antecipação do descomissionamento, buscamos garantir a melhoria da qualidade de vida da população local, que agora conta com energia mais estável, limpa e silenciosa, sem os impactos de poluição e ruído dos geradores a diesel.”
Um Marco na Transição Energética
A operação marca a conclusão da primeira fase do Programa de Descarbonização da Amazônia Legal, uma iniciativa do Grupo Energisa em parceria com o Ministério de Minas e Energia e a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). O programa se insere no contexto do pilar de transição energética da companhia e reflete o compromisso da empresa com o desenvolvimento sustentável na região.
Cruzeiro do Sul, que era o segundo maior sistema isolado do Brasil, foi interligado ao Sistema Interligado Nacional (SIN) por meio de um projeto que exigiu investimentos de R$ 100 milhões. Foram construídos 14 quilômetros de linhas de transmissão de alta tensão (169 kV) e uma nova subestação, a Juruá, equipada com três transformadores de 25 MVA.
A conexão ao SIN permitiu substituir a usina termelétrica de Cruzeiro do Sul, que dependia de 54 milhões de litros de óleo diesel por ano e emitia elevados volumes de CO₂ e outros poluentes. Agora, a região conta com um fornecimento de energia mais confiável, sustentável e econômico.
Impactos Ambientais e Econômicos
Com o desligamento das termelétricas, foi possível evitar a queima de 17 milhões de litros de óleo diesel por mês. Além do impacto ambiental, a medida gerou uma economia significativa de R$ 853 milhões na Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), dos quais R$ 332,4 milhões estão associados apenas à operação em Cruzeiro do Sul.
Outro benefício foi a eliminação da poluição sonora provocada pelos 140 motores da antiga usina, que excediam os limites permitidos em áreas residenciais, chegando a níveis de até 75 decibéis – acima do limite técnico de 55 decibéis durante o dia e 50 decibéis à noite.
Além disso, a interligação ao SIN trouxe maior estabilidade energética para os 120 mil habitantes da região, superando as limitações das termelétricas, que dependiam de um combustível sujeito a interrupções no abastecimento. Essa melhoria é crucial para impulsionar o desenvolvimento socioeconômico local, criando condições para a instalação de indústrias e outras atividades produtivas que exigem confiabilidade no fornecimento de energia.
Investimento Sustentável
A conexão de Cruzeiro do Sul é parte de um investimento global de R$ 1,2 bilhão do Grupo Energisa na transição energética da Amazônia Legal. As obras foram conduzidas pela (re)energisa, braço da companhia especializado em construção, manutenção e serviços no setor elétrico.
De acordo com a diretora Tatiana Feliciano, o programa reflete uma abordagem que alia desenvolvimento econômico e sustentabilidade. “Executamos esse projeto de interesse nacional construindo as redes de forma ambientalmente sustentável, sendo um passo crucial na transição energética que garante energia limpa e de qualidade, ao mesmo tempo em que reduz a emissão de gases poluentes.”
A transição da matriz energética na Amazônia Legal impacta positivamente a vida das comunidades locais. Além de um fornecimento mais estável e acessível, a substituição das termelétricas por energia do SIN cria um ambiente mais saudável e propício para o crescimento industrial e econômico da região.