Relatório da consultoria revela otimismo com a redução de despesas energéticas no segundo semestre de 2024, impulsionado por clima favorável e medidas de alívio tarifário
A expectativa de redução dos custos de energia entre empresários brasileiros de médio porte cresce no segundo semestre de 2024, conforme indicado pelo mais recente estudo da Grant Thornton, uma das maiores empresas de consultoria e auditoria do mundo. O relatório International Business Report (IBR), conduzido com cerca de 4 mil líderes empresariais de middle market em 31 países, aponta uma queda de 5 pontos percentuais na preocupação com os custos energéticos no Brasil, atingindo 41% e ficando abaixo da média global de 50%.
Esse índice de 41%, próximo do menor patamar registrado desde 2022 (39%), reflete uma melhora no cenário energético brasileiro, marcada pela combinação de políticas públicas, alívio tarifário e condições climáticas favoráveis. Segundo Élica Martins, Líder de Energia e Recursos Naturais da Grant Thornton Brasil, a portaria MME 50/2022, vigente desde janeiro deste ano, permitiu que consumidores comerciais e industriais, especialmente empresas de médio porte, escolhessem seu fornecedor de energia, o que resultou em uma redução significativa dos custos operacionais. Além disso, a escolha de fontes de geração mais econômicas e sustentáveis trouxe flexibilidade e maior controle de despesas para as empresas.
“O alívio nas tarifas de energia também foi impulsionado por fatores como o ajuste tarifário recente e o anúncio do governo de uma redução de 10% na conta de luz em setembro de 2024”, explica Martins. “Isso possibilitou que muitas empresas liquidassem dívidas acumuladas durante a pandemia e a crise hídrica de 2020-2021, criando um ambiente econômico mais positivo para o setor.”
Estabilidade Climática Contribui para Cenário Favorável
Outro aspecto destacado pelo relatório da Grant Thornton é o papel das condições climáticas na estabilidade dos preços de energia. A matriz energética brasileira depende fortemente da geração hidrelétrica, que é sensível a variações climáticas e a fenômenos extremos, como secas prolongadas. Nos últimos anos, essa dependência pressionou os custos de energia, levando muitas empresas a buscar alternativas mais resilientes e menos vulneráveis às variações climáticas.
No entanto, as previsões para o segundo semestre de 2024 indicam uma estabilidade climática, o que sugere uma normalização gradual nos preços e um alívio para empresas do setor industrial, conforme esperado pelo setor. “Com a expectativa de condições climáticas mais estáveis nos próximos meses, o cenário para as empresas se torna mais positivo, com uma previsão de custos de energia menos voláteis e mais previsíveis”, comenta Martins.
A estabilidade dos custos energéticos traz um impacto positivo direto nas margens de lucro e nos planos de investimento das empresas, que enfrentaram grandes desafios de custo e acesso à energia nos últimos anos. Essa redução na pressão de despesas energéticas permite aos empresários do middle market não apenas melhor planejamento orçamentário, mas também a possibilidade de reinvestir em inovação e sustentabilidade.
Perspectivas para 2024 e Alívio nas Despesas Energéticas
O relatório da Grant Thornton revela um otimismo crescente entre os empresários brasileiros, que veem a redução dos custos de energia como um fator essencial para a recuperação econômica e o crescimento sustentável de suas operações. A tendência de alívio nas despesas energéticas, favorecida por políticas de flexibilização no setor e pela normalização climática, sugere um fechamento de ano positivo para o setor empresarial, que poderá contar com um ambiente mais estável para planejar investimentos e promover o desenvolvimento sustentável.
Com essa visão de futuro, o empresariado brasileiro busca consolidar uma matriz energética mais resiliente e sustentável, reforçando a adoção de práticas voltadas à eficiência energética e à sustentabilidade. Segundo Élica Martins, a combinação de políticas públicas favoráveis e condições climáticas adequadas é um passo importante para que o Brasil mantenha seu potencial de competitividade no mercado global e para que as empresas operem com maior eficiência e menor impacto ambiental.
Para os próximos meses, a expectativa é que as empresas aproveitem as condições atuais para implementar soluções de energia mais acessíveis e tecnológicas, contribuindo para uma economia de energia mais ampla e sustentável.