Segunda-feira, Maio 19, 2025
21.8 C
Rio de Janeiro

Pão de Açúcar e EDP Firmam Parceria para Abastecer Lojas com Energia Solar e Reduzir Emissões de CO2

Acordo de geração distribuída vai suprir 40 unidades da rede Minuto Pão de Açúcar em São Paulo e reforça compromisso com a sustentabilidade

Em um movimento estratégico para reforçar seu compromisso com a sustentabilidade e a descarbonização de suas operações, o Grupo Pão de Açúcar (GPA) firmou um contrato com a EDP, uma das maiores comercializadoras de energia do Brasil, para fornecer energia solar a 40 lojas da rede Minuto Pão de Açúcar em São Paulo. O acordo marca mais um passo do GPA rumo ao uso de fontes renováveis e à redução das emissões de carbono de suas atividades.

O contrato, que abrange o período de 2024 a 2026, prevê o fornecimento de 16,8 GWh (gigawatts-hora) de energia, gerada a partir de cinco usinas solares localizadas nas cidades de Lorena, Santa Adélia, Leme, Pirangi e Iperó, no estado de São Paulo. Segundo estimativas da empresa, o acordo permitirá ao Pão de Açúcar evitar a emissão de 648,5 toneladas de CO2 até o final do contrato. A gerente de Sustentabilidade do GPA, Renata Amaral, destaca que a parceria é parte de um esforço contínuo da companhia para integrar soluções sustentáveis em toda a cadeia produtiva.

Energia Renovável e Expansão das Lojas de Proximidade

O fornecimento de energia será realizado por meio da geração distribuída, uma modalidade que permite que consumidores de baixa tensão, como varejistas e pequenos negócios, gerem sua própria energia ou adquiram de pequenos parques solares localizados na área de concessão de suas distribuidoras de eletricidade. A geração distribuída tem se tornado uma alternativa viável para segmentos com operações espalhadas geograficamente, como o varejo e bancos, e é uma ferramenta importante na diversificação do portfólio energético de empresas que visam reduzir sua pegada de carbono.

Além da geração distribuída, o GPA já compra energia no mercado livre para unidades de maior porte, mas aposta fortemente nessa nova alternativa para abastecer suas lojas de proximidade, como o Minuto Pão de Açúcar e o Mini Extra, que têm se tornado o principal foco de crescimento da empresa. No segundo trimestre de 2024, o GPA já contava com 326 unidades desse tipo. Com a abertura de novas lojas, a tendência é expandir ainda mais o uso de energias renováveis, conforme ressalta Amaral.

O compromisso do GPA com a redução de emissões também faz parte de uma estratégia de longo prazo: a empresa estabeleceu a meta de reduzir em 30% suas emissões de gases de efeito estufa até 2025, tendo como base os níveis de 2015.

EDP: Expansão na Geração Solar e Comercialização de Energia

Para a EDP, o acordo com o GPA reforça sua estratégia de liderar o mercado de geração distribuída solar no Brasil e sua atuação no varejo de comercialização de energia. A empresa, que já conta com 661 clientes no mercado livre de energia, planeja investir fortemente no setor solar. De acordo com Carlos Andrade, vice-presidente de Soluções para Clientes da EDP na América do Sul, a empresa tem um orçamento de R$ 600 milhões para dobrar sua capacidade de geração solar até 2026, alcançando 500 MW (megawatts) de potência instalada.

A EDP também vem se destacando pela expansão no setor de comercialização de energia, especialmente após a redução dos limites de tensão para migração ao mercado livre, o que permitiu um aumento significativo no número de clientes. A energia solar distribuída tem sido um dos focos da empresa, que busca ampliar o acesso a fontes renováveis para empresas de pequeno e médio porte, como as lojas do GPA.

Desafios da Geração Distribuída no Brasil

Apesar do crescimento acelerado da geração distribuída no Brasil, esse avanço não vem sem desafios. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) recentemente alertou sobre os riscos de desequilíbrio no sistema elétrico, com a sobreoferta de energia durante horários de maior incidência de luz solar nos próximos anos. Com o aumento da capacidade instalada de energia solar, há um excedente de produção em determinados horários do dia, o que pode pressionar a operação do sistema.

Carlos Andrade reconhece que houve uma “corrida” por novos projetos antes da mudança no sistema de subsídios para a geração distribuída, implementada em 2023, mas acredita que os investimentos em armazenamento de energia, como baterias, podem ajudar a mitigar esses riscos no futuro.

Destaques

Tokenização de usinas solares inaugura nova era de investimentos acessíveis em energia limpa no Brasil

Tecnologia baseada em blockchain transforma painéis solares em ativos...

Estudo aponta que energia solar com baterias pode reduzir em até 44% o custo da eletricidade na Amazônia

Relatório encomendado pela Frente Nacional dos Consumidores de Energia...

Palácio da Alvorada terá usina solar e prevê economia anual de R$ 1 milhão com energia

Com investimento de R$ 3,5 milhões via Programa de...

Investimentos em Gás Natural no Brasil Travam Sem Garantias Regulatórias, Fiscais e Jurídicas

Lideranças do setor energético alertam, durante o Seminário de...

Últimas Notícias

Reforma do setor elétrico pode aumentar em até 18,5% a TUSD...

Proposta do MME realoca custos tarifários e pressiona principalmente...

ISA ENERGIA BRASIL conclui modernização estratégica do Centro de Operação de...

Unidade reforça a retaguarda operacional da companhia com tecnologia...

Tokenização de usinas solares inaugura nova era de investimentos acessíveis em...

Tecnologia baseada em blockchain transforma painéis solares em ativos...

Estudo aponta que energia solar com baterias pode reduzir em até...

Relatório encomendado pela Frente Nacional dos Consumidores de Energia...

Carros elétricos superam 25% do mercado global em 2025 e aceleram...

Novo relatório da Agência Internacional de Energia aponta crescimento...

Mauricio Lyrio assume Secretaria de Clima, Energia e Meio Ambiente do...

Diplomata com sólida atuação internacional substituirá André Corrêa do...

Artigos Relacionados

Categorias Populares