Pão de Açúcar e EDP Firmam Parceria para Abastecer Lojas com Energia Solar e Reduzir Emissões de CO2

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Acordo de geração distribuída vai suprir 40 unidades da rede Minuto Pão de Açúcar em São Paulo e reforça compromisso com a sustentabilidade

Em um movimento estratégico para reforçar seu compromisso com a sustentabilidade e a descarbonização de suas operações, o Grupo Pão de Açúcar (GPA) firmou um contrato com a EDP, uma das maiores comercializadoras de energia do Brasil, para fornecer energia solar a 40 lojas da rede Minuto Pão de Açúcar em São Paulo. O acordo marca mais um passo do GPA rumo ao uso de fontes renováveis e à redução das emissões de carbono de suas atividades.

O contrato, que abrange o período de 2024 a 2026, prevê o fornecimento de 16,8 GWh (gigawatts-hora) de energia, gerada a partir de cinco usinas solares localizadas nas cidades de Lorena, Santa Adélia, Leme, Pirangi e Iperó, no estado de São Paulo. Segundo estimativas da empresa, o acordo permitirá ao Pão de Açúcar evitar a emissão de 648,5 toneladas de CO2 até o final do contrato. A gerente de Sustentabilidade do GPA, Renata Amaral, destaca que a parceria é parte de um esforço contínuo da companhia para integrar soluções sustentáveis em toda a cadeia produtiva.

Energia Renovável e Expansão das Lojas de Proximidade

O fornecimento de energia será realizado por meio da geração distribuída, uma modalidade que permite que consumidores de baixa tensão, como varejistas e pequenos negócios, gerem sua própria energia ou adquiram de pequenos parques solares localizados na área de concessão de suas distribuidoras de eletricidade. A geração distribuída tem se tornado uma alternativa viável para segmentos com operações espalhadas geograficamente, como o varejo e bancos, e é uma ferramenta importante na diversificação do portfólio energético de empresas que visam reduzir sua pegada de carbono.

Além da geração distribuída, o GPA já compra energia no mercado livre para unidades de maior porte, mas aposta fortemente nessa nova alternativa para abastecer suas lojas de proximidade, como o Minuto Pão de Açúcar e o Mini Extra, que têm se tornado o principal foco de crescimento da empresa. No segundo trimestre de 2024, o GPA já contava com 326 unidades desse tipo. Com a abertura de novas lojas, a tendência é expandir ainda mais o uso de energias renováveis, conforme ressalta Amaral.

O compromisso do GPA com a redução de emissões também faz parte de uma estratégia de longo prazo: a empresa estabeleceu a meta de reduzir em 30% suas emissões de gases de efeito estufa até 2025, tendo como base os níveis de 2015.

EDP: Expansão na Geração Solar e Comercialização de Energia

Para a EDP, o acordo com o GPA reforça sua estratégia de liderar o mercado de geração distribuída solar no Brasil e sua atuação no varejo de comercialização de energia. A empresa, que já conta com 661 clientes no mercado livre de energia, planeja investir fortemente no setor solar. De acordo com Carlos Andrade, vice-presidente de Soluções para Clientes da EDP na América do Sul, a empresa tem um orçamento de R$ 600 milhões para dobrar sua capacidade de geração solar até 2026, alcançando 500 MW (megawatts) de potência instalada.

A EDP também vem se destacando pela expansão no setor de comercialização de energia, especialmente após a redução dos limites de tensão para migração ao mercado livre, o que permitiu um aumento significativo no número de clientes. A energia solar distribuída tem sido um dos focos da empresa, que busca ampliar o acesso a fontes renováveis para empresas de pequeno e médio porte, como as lojas do GPA.

Desafios da Geração Distribuída no Brasil

Apesar do crescimento acelerado da geração distribuída no Brasil, esse avanço não vem sem desafios. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) recentemente alertou sobre os riscos de desequilíbrio no sistema elétrico, com a sobreoferta de energia durante horários de maior incidência de luz solar nos próximos anos. Com o aumento da capacidade instalada de energia solar, há um excedente de produção em determinados horários do dia, o que pode pressionar a operação do sistema.

Carlos Andrade reconhece que houve uma “corrida” por novos projetos antes da mudança no sistema de subsídios para a geração distribuída, implementada em 2023, mas acredita que os investimentos em armazenamento de energia, como baterias, podem ajudar a mitigar esses riscos no futuro.

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