Crescimento das Energias Renováveis: Um Caminho para a Sustentabilidade Global até 2030

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Relatório da IEA revela que as energias renováveis podem atender quase metade da demanda global de eletricidade, com a energia solar liderando a expansão

O novo relatório da Agência Internacional de Energia (IEA) aponta que o crescimento das energias renováveis até 2030 será tão significativo que poderá igualar toda a capacidade energética das principais economias atuais. Com um aumento previsto de mais de 5.500 gigawatts (GW) de nova capacidade renovável até o final da década, a expansão do setor se torna uma realidade cada vez mais próxima, impulsionada principalmente pela energia solar.

A Revolução Solar

A energia solar fotovoltaica está projetada para ser responsável por cerca de 80% do crescimento da capacidade renovável global entre agora e 2030. Isso se deve não apenas à construção de novas grandes usinas de energia solar, mas também à crescente adoção de instalações solares em telhados por empresas e residências. A IEA destaca que, mesmo em meio a desafios, o setor eólico também está se recuperando, com a taxa de expansão prevista para dobrar até 2030.

Com base nas tendências atuais do mercado e nas políticas governamentais em vigor, a China deverá responder por quase 60% de toda a capacidade renovável instalada no mundo até 2030. Esse crescimento permitirá que a China abrace quase metade da capacidade total de energia renovável global, um aumento considerável em relação ao um terço em 2010. Enquanto isso, a Índia destaca-se como a economia que está crescendo na taxa mais rápida entre as grandes economias.

Um Futuro Sustentável

De acordo com o relatório, a expansão das energias renováveis não apenas está alinhada com as metas climáticas globais, mas também representa uma oportunidade econômica significativa. A IEA estima que quase 70 países, que juntos respondem por 80% da capacidade global de energia renovável, estarão próximos de atingir ou superar suas ambições para 2030. Contudo, para que os objetivos de triplicar a capacidade renovável mundial sejam totalmente alcançados, é necessário um esforço conjunto dos governos em delinear planos ousados e cooperar internacionalmente.

Fatih Birol, diretor executivo da IEA, enfatizou a importância da energia renovável, afirmando que “as energias renováveis estão se movendo mais rápido do que os governos podem definir metas”. Ele ressaltou que, entre agora e 2030, a expectativa é que as energias renováveis atendam metade da demanda global de eletricidade.

Desafios e Oportunidades

Apesar do crescimento impressionante, o relatório também destaca a necessidade urgente de os governos intensificarem seus esforços para integrar de forma segura fontes renováveis variáveis, como a solar e a eólica, nos sistemas de energia. Recentemente, as taxas de redução da geração de eletricidade renovável, onde a produção excede a demanda, aumentaram consideravelmente, atingindo cerca de 10% em vários países. Para enfrentar esses desafios, as nações devem priorizar a flexibilidade dos sistemas de energia e modernizar a infraestrutura elétrica.

Além disso, a IEA observa que a participação das energias renováveis no consumo final de energia deve crescer para quase 20% até 2030, em comparação com 13% em 2023. No entanto, a adoção de combustíveis renováveis, como biocombustíveis e hidrogênio, permanece lenta, exigindo um suporte político mais robusto para descarbonizar setores difíceis de eletrificar.

A Indústria em Transformação

O relatório também analisa o estado da fabricação de tecnologias renováveis. A capacidade global de fabricação solar deve ultrapassar 1.100 GW até o final de 2024, mais do que o dobro da demanda projetada. Essa sobreoferta, concentrada na China, tem pressionado os preços dos módulos solares, que caíram pela metade desde o início de 2023. Para diversificar a produção e melhorar a competitividade industrial, a capacidade de fabricação de energia solar deve triplicar na Índia e nos Estados Unidos até 2030.

Contudo, os custos de produção nos Estados Unidos e na Índia ainda são significativamente mais altos do que na China, levantando questões sobre o equilíbrio entre custos e benefícios adicionais da fabricação local.

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