Hidrelétricas Continuam Sendo o Pulmão do Setor Elétrico Brasileiro, Afirma Ministro no G20

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Durante coletiva de imprensa no encontro do G20, Alexandre Silveira destacou a importância das hidrelétricas para a segurança energética do Brasil e as ações do governo na transição energética

Mesmo com o avanço de novas fontes de energia renováveis, como solar, eólica e biomassa, as hidrelétricas continuam desempenhando um papel fundamental no abastecimento energético do Brasil. Essa foi a mensagem central do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, durante uma coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (2), no Hotel Bourbon, em Foz do Iguaçu (PR). O evento foi parte das reuniões ministeriais do G20, onde a transição energética tem sido um dos principais tópicos de discussão.

Ao lado do diretor-geral brasileiro de Itaipu Binacional, Enio Verri, Silveira destacou a relevância das hidrelétricas para garantir a segurança energética nacional. “O pulmão do nosso setor elétrico ainda são as nossas hidrelétricas”, afirmou o ministro, enaltecendo a coragem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que liderou a construção de grandes projetos, como as usinas de Jirau, Belo Monte e Santo Antônio, em seus primeiros mandatos. Ele também ressaltou a importância de Itaipu, responsável por atender 10% da demanda de energia do Brasil, sobretudo em momentos críticos quando outras fontes não conseguem suprir as necessidades.

Hidrelétricas como Base da Segurança Energética

Silveira enfatizou que, apesar do crescimento das fontes renováveis, as hidrelétricas permanecem como a base da matriz elétrica brasileira. “Nossas hidrelétricas são o motor hídrico da nossa segurança energética”, disse o ministro, reforçando que essas usinas são essenciais, especialmente durante períodos de baixa produção das fontes intermitentes, como solar e eólica.

A importância da energia hídrica se deve à sua capacidade de garantir estabilidade ao sistema elétrico, algo que Silveira considera vital para o Brasil, um país de proporções continentais com um sistema de transmissão robusto. O ministro destacou que o Brasil possui 187 mil quilômetros de linhas de alta tensão interligando 26 estados, e que a interligação de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN) já está em curso, completando a integração energética do país.

Transição Energética e Liderança Brasileira

Em sua fala, Alexandre Silveira também destacou o protagonismo do Brasil na transição energética global. O país já é reconhecido como líder mundial em biocombustíveis, um mercado que deve se expandir nos próximos anos com a entrada de novas tecnologias, como a produção de petróleo sintético para a fabricação de combustível sustentável para aviação, o SAF (Sustainable Aviation Fuel).

O ministro anunciou que o presidente Lula deve sancionar, na próxima terça-feira (8), o Projeto de Lei 528/2020, conhecido como “Combustível do Futuro”, que regulamenta o setor de combustíveis sustentáveis. A primeira planta de produção de SAF foi inaugurada em junho deste ano, na Itaipu Binacional, a partir de um projeto piloto que transforma biogás em petróleo sintético. Com esse avanço, o Brasil poderá não apenas suprir suas próprias necessidades, mas também exportar combustível sustentável, contribuindo para a descarbonização do setor aéreo.

Sustentabilidade e Impacto Social

Além dos avanços tecnológicos, Enio Verri, diretor-geral da Itaipu Binacional, destacou o compromisso da empresa com as diretrizes e políticas do Governo Federal, especialmente no campo socioambiental. Itaipu está à frente de diversas iniciativas que visam garantir uma transição energética justa e inclusiva, particularmente na sua área de influência, que abrange o Paraná e Mato Grosso do Sul.

Entre as ações mencionadas, Verri destacou o programa “Itaipu Mais que Energia”, que ampliou a área de atuação da empresa para 399 municípios do Paraná e 35 no Mato Grosso do Sul, com uma série de iniciativas socioambientais que buscam promover o desenvolvimento sustentável na região. Um dos projetos mais inovadores da empresa é o de produção de energia solar no fio d’água do reservatório de Itaipu, uma solução que combina geração de energia com a preservação do meio ambiente.

O Papel do G20 na Transição Energética

As reuniões do G20, das quais o Brasil agora assume a presidência, têm se concentrado em questões cruciais para o futuro da economia global, e a transição energética é um dos temas centrais. O encontro em Foz do Iguaçu, que se estenderá até sexta-feira (4), reúne ministros de energia das 20 maiores economias do mundo, além de representantes da União Europeia e da União Africana, para discutir o papel do setor energético na construção de uma economia global mais sustentável e resiliente.

Para o Brasil, liderar essas discussões no G20 é uma oportunidade de demonstrar sua capacidade de inovação no setor energético, não apenas por meio de biocombustíveis e hidrelétricas, mas também com novas tecnologias como o petróleo sintético e a energia solar. “Estamos prontos para exportar sustentabilidade e nos tornar referência global em energia limpa”, concluiu Silveira, reforçando o compromisso do país com um futuro energético sustentável.

A liderança brasileira no G20 traz à tona a importância da reforma da governança global e do combate à pobreza e desigualdade, temas que o Brasil colocou como prioridades em sua presidência do grupo. Para Silveira, a transição energética global precisa ser equitativa, garantindo que todos os países, especialmente os em desenvolvimento, tenham os recursos e a tecnologia necessários para enfrentar os desafios climáticos.

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