Consumo de Energia no Brasil Cresce 2,1% em Agosto, Impulsionado por Setores Industriais e Clima Quente

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Aumento na produção de energia eólica e solar também contribui para suprir a demanda, que registrou crescimento expressivo em diversas regiões do país

A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) divulgou, em seu Boletim InfoMercado Quinzenal, os dados de consumo de energia no Brasil referentes ao mês de agosto de 2023. Segundo a análise, o consumo de eletricidade no país atingiu 67.584 megawatts médios, um aumento de 2,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse crescimento foi impulsionado por setores industriais e pelo aumento das temperaturas, especialmente nas regiões Sul, Goiás, Amazonas e Pará.

O relatório da CCEE destaca que o bom desempenho de indústrias como extração de minerais, metalurgia e produção de manufaturados foi crucial para o resultado positivo. Além disso, a alta nos termômetros levou a um uso mais intenso de aparelhos de ar-condicionado, especialmente em dias de calor intenso.

Mercado regulado e livre

O consumo no mercado regulado, onde os consumidores adquirem energia diretamente das distribuidoras, registrou uma leve alta de 0,8%. Já no mercado livre, em que os consumidores podem negociar preços e escolher seus fornecedores, o aumento foi mais expressivo, alcançando 4,0%. O ambiente de contratação livre, que atrai principalmente empresas de grande porte, continua se destacando como um motor de crescimento no setor elétrico brasileiro.

Setores com maior demanda

A CCEE monitora o consumo de energia em 15 setores da economia no mercado livre, e, em agosto, os maiores aumentos de demanda foram observados nos setores de Extração de Materiais Metálicos (10,4%), Saneamento (7,7%), Madeira, Papel e Celulose (6,7%), e Manufaturados Diversos (5,7%). Por outro lado, os setores de Telecomunicações (-4,3%) e Indústria Têxtil (-1,3%) registraram queda no consumo.

Consumo regional

Geograficamente, a demanda por eletricidade também variou de forma significativa entre as regiões. Estados como Espírito Santo (10,2%), Maranhão (8,6%) e Rio Grande do Sul (7,4%) lideraram o crescimento no consumo de energia. Em contrapartida, algumas áreas registraram redução no uso de eletricidade, como o Acre (-9,3%), Mato Grosso (-7,6%) e Piauí (-4,9%).

Geração de energia: Expansão de renováveis

No campo da geração de energia, as hidrelétricas, que continuam sendo a principal fonte no Brasil, forneceram quase 40 mil megawatts médios para o Sistema Interligado Nacional (SIN), mas apresentaram uma queda de 10% em comparação ao mesmo período do ano passado. No entanto, essa redução foi compensada pelo aumento da geração de outras fontes renováveis.

A produção de energia nos parques eólicos cresceu 29,1%, enquanto as fazendas solares apresentaram um salto ainda maior, de 32,7%. Além disso, as usinas termelétricas também contribuíram significativamente, com um aumento de 23,3% na geração em agosto. Esse complemento é essencial para garantir a segurança no fornecimento de eletricidade, especialmente durante períodos de estiagem ou menor disponibilidade hídrica.

Exportação de energia

O Brasil também aumentou suas exportações de energia elétrica para a Argentina, enviando 948 megawatts médios em agosto, em comparação com 245 megawatts médios exportados no mesmo mês de 2022. A comercialização de energia com países vizinhos é contabilizada como consumo no balanço do setor, e, se fossem considerados esses volumes, o crescimento total no consumo de energia no Brasil em agosto teria sido de 3,1%.

Perspectivas para o futuro

O aumento na produção de energias renováveis, especialmente eólica e solar, continua sendo uma peça-chave para garantir a segurança e sustentabilidade do sistema elétrico brasileiro. Com a demanda de energia crescendo em ritmo constante, os investimentos em fontes limpas e a ampliação do mercado livre têm se mostrado fundamentais para a manutenção do equilíbrio entre oferta e demanda.

Os dados divulgados pela CCEE reforçam a importância de políticas públicas voltadas para a modernização da matriz energética e o incentivo à diversificação das fontes de geração. O cenário futuro do setor elétrico brasileiro promete avanços significativos, à medida que o país continua expandindo sua capacidade de geração renovável e melhorando a eficiência do consumo de energia.

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