Monitoramento histórico indica excelentes resultados, mas especialistas alertam para necessidade de vigilância contínua
A Divisão de Reservatório da Itaipu Binacional finalizou, no último dia 26, em Foz do Iguaçu (PR), a primeira campanha de monitoramento e avaliação da qualidade da água do reservatório da usina e de seus afluentes em 2024. O objetivo principal é fornecer dados que contribuam para a gestão da bacia e assegurem a segurança hídrica da região.
As atividades, realizadas em parceria com o Instituto Água e Terra (IAT), tiveram início em 20 de fevereiro, em Guaíra (PR), e percorreram todo o reservatório. As amostras coletadas foram encaminhadas para exames laboratoriais, cujos resultados devem estar disponíveis em até 30 dias.
Apesar da expectativa pelo resultado dos exames, a análise dos dados históricos sugere que a qualidade da água do reservatório permanece boa. “A Itaipu realiza esse monitoramento há mais de 40 anos e os resultados sempre foram positivos. Os problemas encontrados são raros e localizados”, ressaltou a bióloga Jussara Elias de Souza, gestora do programa junto com o biólogo Bruno Afonso Ramos Cassilha, ambos da Divisão de Reservatório.
Por meio desse monitoramento, é possível identificar a presença de nutrientes, metais pesados e microrganismos na água, que, em concentrações elevadas, podem causar poluição. A eutrofização, por exemplo, ocorre quando há aumento nos níveis de nutrientes na água, o que pode provocar o rápido crescimento de algas, comprometendo a qualidade do ecossistema aquático.
“É crucial manter a vigilância. O aumento da poluição pode levar à proliferação rápida de algas, reduzindo o oxigênio disponível para os peixes e tornando a água imprópria para diversas atividades, como banho, consumo e pesca esportiva”, alertou Jussara.
O monitoramento da qualidade da água é realizado a cada três meses, com a coleta de amostras em 13 pontos ao longo do reservatório, entre Foz do Iguaçu e Guaíra. Além disso, a Itaipu mantém sete estações de monitoramento automático da qualidade da água distribuídas no reservatório da usina, que realizam medições horárias de parâmetros como turbidez, pH, temperatura e nível de oxigênio.
A parceria com o IAT para o monitoramento da qualidade do reservatório da Itaipu é estabelecida desde 1979, refletindo o compromisso de ambas as instituições com a preservação ambiental e a segurança hídrica da região.