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Pátria Infraestrutura Conclui Aquisição de Ativos de Geração Distribuída da Raízen

Operação marca a entrada do Pátria no mercado de geração distribuída no Brasil e consolida movimentações estratégicas no setor de energia limpa

A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a operação societária envolvendo o Pátria Infraestrutura Energia Core Renda Fundo de Investimento em Participações em Infraestrutura (Pátria Infra Core FIP) e a Raízen Energia S.A.. O despacho foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) nesta segunda-feira, dia 26 de maio de 2025.

A transação envolve a aquisição, pela Infraestrutura Brasil Holding 38 S.A. — uma subsidiária integral da Infraestrutura Brasil Holding XVIII S.A., controlada diretamente pelo Pátria Infra Core FIP — de 100% das ações de 29 sociedades de propósito específico (SPEs). Essas SPEs detêm ativos e direitos vinculados a projetos de usinas de geração solar distribuída, atualmente sob controle da Raízen Energia S.A., uma das maiores companhias do setor energético brasileiro.

Movimento estratégico no mercado de energia limpa

De acordo com os autos do processo analisado pelo Cade, essa aquisição representa um movimento estratégico para o Pátria Infraestrutura Energia, que busca consolidar sua atuação no setor de geração distribuída de energia elétrica no Brasil. Até então, o Pátria, um dos principais fundos de investimento em infraestrutura da América Latina, concentrava grande parte de seus ativos no setor de transmissão, distribuição e geração centralizada.

Com a aprovação da operação, o Pátria passa a ter participação direta no promissor mercado de geração solar distribuída (GD), segmento que cresce exponencialmente no país, impulsionado tanto pela agenda de descarbonização quanto pelo avanço regulatório e pelas mudanças no comportamento dos consumidores e das empresas.

A expansão da geração distribuída no Brasil

O mercado de geração distribuída no Brasil vive uma expansão robusta. Desde a promulgação da Lei nº 14.300/2022, conhecida como o Marco Legal da Geração Distribuída, o setor tem atraído investimentos bilionários, especialmente em projetos de usinas solares compartilhadas, geração remota e autoconsumo remoto.

A aquisição de 29 SPEs operadas pela Raízen representa um movimento significativo, não apenas do ponto de vista financeiro, mas também estratégico. Esses ativos incluem usinas solares espalhadas por diversos estados brasileiros, que atendem a consumidores comerciais, industriais e até residenciais, através do modelo de geração compartilhada.

Impacto para a Raízen e para o Pátria

Para a Raízen, a venda das SPEs faz parte de uma estratégia de otimização do portfólio e foco em outros segmentos estratégicos, como biocombustíveis, bioenergia e mobilidade sustentável.

Já para o Pátria Infra Core FIP, a operação representa uma porta de entrada robusta no mercado de geração distribuída, reforçando sua estratégia de expansão na cadeia de energia renovável e infraestrutura energética.

Segundo informações disponíveis no processo, a operação não traz riscos concorrenciais relevantes, motivo pelo qual a Superintendência-Geral do Cade decidiu aprovar o negócio sem restrições.

Movimentações que refletem o futuro do setor energético brasileiro

A entrada de fundos de investimento e de grandes players no mercado de GD é reflexo direto da transição energética que o Brasil e o mundo enfrentam. O crescimento desse segmento está alinhado às metas de redução de emissões e à descentralização da geração elétrica.

O modelo, que permite ao consumidor gerar sua própria energia ou participar de consórcios para consumir energia renovável, tem se mostrado altamente atrativo, tanto sob o ponto de vista econômico quanto ambiental.

Além disso, com a escalada da eletrificação da economia — como a expansão dos veículos elétricos e o avanço da indústria 4.0 —, a geração distribuída se torna um pilar fundamental para garantir segurança energética, previsibilidade de custos e sustentabilidade ambiental.

Expectativas após a aquisição

A partir da aprovação pelo Cade, a conclusão da operação está sujeita ao cumprimento de condições precedentes usuais em transações dessa natureza. A expectativa é que, com a incorporação dos ativos, o Pátria acelere a implementação de novos projetos e amplie sua participação no mercado de GD.

O negócio também sinaliza que o mercado de energia solar no Brasil continua atraindo investidores institucionais, fundos internacionais e empresas interessadas na construção de um modelo energético mais limpo, descentralizado e resiliente.

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