Plano de Outorgas de Transmissão de Energia Elétrica (POTEE) prevê 64 intervenções em redes de transmissão e distribuição, fundamentais para garantir segurança energética e apoiar a transição energética no Brasil
O Ministério de Minas e Energia (MME) anunciou a abertura da consulta pública da 1ª emissão do Plano de Outorgas de Transmissão de Energia Elétrica (POTEE) 2025, documento estratégico que define os novos investimentos e ampliações nas redes de transmissão do Sistema Interligado Nacional (SIN) nos próximos anos.
A consulta estará disponível por 30 dias, contados a partir de 23 de maio de 2025, permitindo que representantes do setor elétrico, instituições, especialistas e a sociedade contribuam com sugestões e aprimoramentos para as propostas de expansão da infraestrutura elétrica brasileira.
O POTEE é um instrumento essencial para garantir a confiabilidade, segurança e eficiência do sistema elétrico nacional, e está alinhado às diretrizes de desenvolvimento sustentável, fortalecimento da infraestrutura energética e aceleração da transição energética no país.
Planejamento estratégico para segurança energética
O documento orienta as ações da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) no processo de outorga de novos empreendimentos, tanto na rede básica de transmissão quanto nas instalações de interesse das distribuidoras.
As propostas são fruto de análises técnicas elaboradas pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), responsável pelos estudos de planejamento de médio e longo prazo, e do Plano de Ampliações e Reforços (PAR/PEL), desenvolvido periodicamente pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
O objetivo é avaliar se as indicações de reforços e ampliações são tecnicamente adequadas e se estão compatíveis com a realidade operacional do SIN, além de garantir que o crescimento da geração — sobretudo de fontes renováveis — tenha suporte suficiente na rede de transmissão.
Principais obras previstas no POTEE 2025
O POTEE 2025 traz uma série de intervenções estratégicas, destacando-se:
- Reforço no sistema de transmissão dos estados do Acre e Rondônia, fundamental para mitigar os impactos das mudanças climáticas, ampliar a resiliência da rede na região Norte e consolidar a integração do corredor de transmissão 500/230 kV AC/RO ao SIN.
- Interligação dos barramentos 230 kV e 525 kV das subestações Candiota e Candiota 2, no Rio Grande do Sul, uma obra crucial para melhorar a confiabilidade do sistema e otimizar a transferência de energia entre Brasil e Uruguai, ampliando a integração energética entre os países.
Ao todo, a proposta contempla:
- 36 expansões na rede de transmissão
- 28 determinações de obras para distribuidoras de energia
Além disso, há revisões e atualizações de projetos contemplados em edições anteriores, ajustando-os às novas necessidades operacionais, tecnológicas e ambientais.
Infraestrutura robusta para a transição energética
O fortalecimento da infraestrutura de transmissão é um dos pilares para garantir a expansão da matriz energética brasileira, que está cada vez mais baseada em fontes renováveis, como solar e eólica, cuja geração é variável e distribuída.
Sem uma rede de transmissão moderna e robusta, a energia gerada não consegue chegar aos centros de consumo com segurança e eficiência. Por isso, o POTEE não apenas assegura a expansão física da rede, mas também contribui para a descarbonização da matriz elétrica brasileira e para a segurança energética do país.
Participação da sociedade é fundamental
A consulta pública reforça o compromisso do MME com a gestão democrática e transparente do setor elétrico. Todos os interessados podem acessar os documentos técnicos, mapas e informações complementares, além de enviar sugestões por meio da plataforma digital de consultas públicas do ministério.
“O POTEE é uma ferramenta vital para garantir que o crescimento econômico e a transição energética aconteçam de forma segura, planejada e eficiente. É uma oportunidade para que todos os agentes do setor participem ativamente do futuro energético do Brasil,” destaca nota do Ministério de Minas e Energia.
