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Brasil e China firmam parceria estratégica para impulsionar energias renováveis e armazenamento de energia

Acordo entre o MME, a estatal chinesa Windey e o SENAI CIMATEC prevê centro de pesquisa em energia eólica, baterias e hidrogênio verde, com foco na descarbonização e desenvolvimento regional sustentável

Em um passo decisivo rumo à consolidação de uma matriz energética mais limpa, resiliente e tecnológica, o governo brasileiro firmou um Memorando de Entendimento com a China, durante missão oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país asiático. A iniciativa, liderada pelo Ministério de Minas e Energia (MME), contou com a assinatura do ministro Alexandre Silveira, representando o Brasil, e envolve a estatal chinesa Windey Energy Technology Group e o SENAI CIMATEC como parceiros estratégicos.

O acordo estabelece a criação de um centro de pesquisa e desenvolvimento tecnológico em solo brasileiro, com foco em energia eólica, hidrogênio verde e sistemas de armazenamento de energia, tecnologias consideradas cruciais para a descarbonização da matriz elétrica brasileira e para a ampliação do uso de fontes renováveis em larga escala.

A medida fortalece a cooperação bilateral em energia limpa entre Brasil e China, consolidando um eixo tecnológico entre os dois países em áreas estratégicas para o futuro energético global.

Armazenamento de energia: base para o primeiro leilão de baterias no Brasil

Um dos principais pilares da parceria é o desenvolvimento de soluções para armazenamento de energia, especialmente por meio de sistemas de baterias. A iniciativa chega em um momento oportuno, dado o anúncio do primeiro leilão de baterias do país, que será normatizado por uma portaria em fase final de elaboração pelo MME.

Para o ministro Alexandre Silveira, trata-se de uma solução essencial para garantir a estabilidade do sistema elétrico nacional, especialmente diante do crescimento exponencial das fontes intermitentes como solar e eólica.

“Toda solução que contribua para a estabilidade do sistema elétrico é bem-vinda. Temos um vasto mercado para armazenamento de energia e precisamos preparar nossa mão de obra e buscar tecnologias. A parceria com o SENAI CIMATEC e a Windey responde diretamente a esse anseio do setor elétrico brasileiro”, afirmou Silveira.

Centro de inovação em energia eólica e hidrogênio verde

O projeto prevê ainda a implantação de um centro de excelência em pesquisa aplicada, que atuará na criação de novas tecnologias e equipamentos voltados à geração eólica onshore e offshore, bem como à produção de hidrogênio verde, um dos vetores energéticos mais promissores para o futuro da indústria, transporte e exportações brasileiras.

A proposta inclui o desenvolvimento de soluções integradas para áreas rurais, com geração de energia limpa aliada à agricultura irrigada e sustentável, promovendo o uso eficiente de recursos naturais e fomentando o desenvolvimento regional em diversas partes do Brasil.

Fábricas nacionais e energia limpa no campo

Outro ponto estratégico do memorando é o incentivo à instalação de fábricas de equipamentos para energias renováveis em território nacional. Com isso, espera-se aumentar a capacidade industrial brasileira, gerar empregos qualificados e reduzir a dependência de insumos importados, fortalecendo a cadeia produtiva local.

A parceria também visa a expansão do acesso à energia limpa em áreas agrícolas remotas, mitigando problemas como os cortes na geração distribuída conectada à rede elétrica, atualmente enfrentados por pequenos produtores e cooperativas.

Rumo à COP30 e à liderança em energia limpa

A cooperação sino-brasileira prevê ainda ações conjuntas para participação na COP30, que será realizada em novembro de 2025, em Belém (PA). O objetivo é compartilhar os resultados da iniciativa com a comunidade internacional e posicionar o Brasil como líder global na transição energética, combinando inovação, inclusão social e sustentabilidade ambiental.

Para coordenar as ações e garantir alinhamento com as diretrizes do governo federal, será instituído um Comitê de Estratégia, encarregado de integrar os esforços do projeto com os programas públicos já em curso.

O memorando tem vigência inicial de 24 meses, com possibilidade de prorrogação conforme o avanço das ações conjuntas.

Uma aliança pelo futuro energético do Brasil

A assinatura do memorando representa mais do que um ato diplomático: é uma declaração estratégica de que o Brasil pretende assumir protagonismo no desenvolvimento de tecnologias energéticas limpas e de baixo carbono.

Com o apoio da China, líder mundial em tecnologias de armazenamento e energia renovável, e do SENAI CIMATEC, referência em inovação industrial no Brasil, o país se posiciona na vanguarda da neoindustrialização sustentável, buscando não apenas transição energética, mas também soberania tecnológica e inclusão social por meio da energia.

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