Projeto visa transformar a capital paraense em polo de inovação climática e bioeconômica
Em um movimento estratégico que alia inovação tecnológica, sustentabilidade ambiental e inclusão socioeconômica, a Accenture, empresa global de consultoria em tecnologia, anunciou nesta quarta-feira (8), em Belém (PA), a abertura oficial de um escritório na cidade, localizado dentro do Centro Universitário do Pará (CESUPA). A iniciativa visa formar talentos locais, gerar oportunidades de emprego e consolidar a bioeconomia como motor de desenvolvimento regional.
A abertura foi divulgada durante o evento “Tecnologia na Seiva”, promovido pela própria companhia com a presença de autoridades, acadêmicos e líderes empresariais. Entre os participantes estiveram o presidente da Accenture para o Brasil e América Latina, Rodolfo Eschenbach; a líder de tecnologia da empresa, Flávia Picolo; o secretário extraordinário da Prefeitura de Belém para a COP30, André Godinho; e o reitor do CESUPA, Sérgio Mendes.
Expansão da Accenture e inclusão regional
Presente no estado do Pará há cinco anos, a Accenture tem investido na descentralização de seus polos de inovação, com foco no estímulo ao desenvolvimento econômico fora do tradicional eixo Rio-São Paulo. O novo escritório em Belém integra uma rede que já abrange 14 localidades brasileiras, como Recife (PE), Fortaleza (CE), Campina Grande (PB), Nova Lima (MG), Curitiba (PR) e outras cidades de destaque em tecnologia e capacitação.
“Hoje, contamos com 70 funcionários em Belém e queremos multiplicar. Não estamos apenas inaugurando um escritório para a COP30: nosso compromisso é de longevidade, prosperidade e dignidade”, afirmou Rodolfo Eschenbach. Segundo ele, a parceria com o CESUPA é parte de um plano maior de formação de talentos em tecnologia e desenvolvimento de soluções regionais com impacto global.
A Amazônia como epicentro de inovação sustentável
O evento reforçou o papel estratégico da Amazônia na agenda de transição digital aliada à sustentabilidade, com foco na bioeconomia e nas soluções baseadas na natureza. “O rio agora é a nossa rua. E a CESUPA é oficialmente a extensão da nossa casa”, afirmou Flávia Picolo, ao destacar o potencial da chamada Inteligência Amazônica — uma abordagem que une o conhecimento local à aplicação de tecnologias emergentes como inteligência artificial (IA), blockchain e computação verde.
Segundo a executiva, a Accenture já trabalha com IA verde, capaz de detectar práticas de “greenwashing”, e com ferramentas para otimização logística de baixo carbono e rastreabilidade sustentável de cadeias produtivas, com o uso de blockchain. “É um esforço conjunto. O desafio é da Accenture, do governo, das big techs, do ecossistema e da sociedade. A palavra-chave é união”, concluiu Picolo.
Parceria estratégica com o CESUPA
A escolha do CESUPA como base para o novo escritório da Accenture simboliza mais do que uma parceria institucional. Trata-se de um esforço direcionado para fomentar formação profissional em tecnologia e retenção de talentos locais. O reitor da instituição, Sérgio Mendes, reforçou o compromisso do centro universitário em atuar como ponte entre o mundo acadêmico e o mercado de inovação.
A Accenture, por sua vez, destacou que pretende utilizar Belém como base para desenvolver projetos escaláveis, feitos “de Belém para o mundo”, contribuindo não só para o desenvolvimento regional, mas também para o fortalecimento de soluções tecnológicas voltadas à sustentabilidade e ao combate às mudanças climáticas.
COP30 como catalisador
Com a realização da COP30 em Belém, em 2025, a cidade tem ganhado destaque global como símbolo da luta por um futuro ambientalmente equilibrado e socialmente justo. A iniciativa da Accenture reforça a tendência de grandes empresas se estabelecerem na capital paraense com foco em projetos de impacto socioambiental.
“Estamos aqui para apoiar a cidade, a COP30 e o futuro do planeta, investindo onde a tecnologia pode ser a seiva de uma nova economia, mais verde, justa e digital”, pontuou Rodolfo Eschenbach.