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Neoenergia vende 50% de Itabapoana ao GIC por R$ 127,5 milhões e reforça foco estratégico em rotação de ativos

Transação consolida parceria com fundo soberano de Singapura e integra estratégia de capital eficiente na reta final do ciclo de investimentos em transmissão

A Neoenergia anunciou a venda de 50% de sua participação no empreendimento de transmissão Itabapoana para o GIC, fundo soberano de Singapura, por R$ 127,5 milhões, valor ainda sujeito a ajustes até a conclusão da transação. A operação reforça a estratégia da empresa de rotação de ativos e melhor alocação de capital, ao mesmo tempo em que consolida sua parceria estratégica com o GIC, que já detém metade da holding Neoenergia Transmissão desde abril de 2023.

O ativo negociado será aportado na Neoenergia Transmissão, sociedade composta em partes iguais por Neoenergia e GIC, cuja criação tem como objetivo acelerar investimentos em infraestrutura de transmissão com robustez financeira e excelência técnica. Com a transação, a estrutura societária se mantém inalterada: 50% para cada um dos sócios.

O projeto Itabapoana compreende 221,9 quilômetros de linha de transmissão em circuito duplo, com tensão de 500 kV, interligando as subestações Mutum (MG) e Campos 2 (RJ). A concessão foi adquirida em leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realizado em dezembro de 2018. O empreendimento é considerado estratégico para reforçar a confiabilidade do Sistema Interligado Nacional (SIN) e ampliar a capacidade de escoamento da geração renovável da região.

Segundo o CEO da Neoenergia, Eduardo Capelastegui, o movimento confirma o foco da companhia em otimização de portfólio e geração de valor aos acionistas. “Essa nova operação reafirma a excelência operacional da Neoenergia e a cultura interna de perseguir sempre a melhor alocação de capital. Estamos satisfeitos por ter um sócio com propósito alinhado e reconhecido internacionalmente, o que aumenta a credibilidade de nossos planos no setor de transmissão”, declarou.

Estratégia de capital e conclusão do ciclo de investimentos

O desinvestimento parcial em Itabapoana ocorre em um momento crucial para a Neoenergia, que se prepara para concluir seu atual ciclo de investimentos no segmento de transmissão até o final de 2025. A expectativa é colocar em operação os quatro últimos lotes atualmente em fase de construção: Vale Itajaí, Guanabara, Morro do Chapéu e Alto Paranaíba. Esses ativos devem gerar aproximadamente R$ 1 bilhão adicionais em Receita Anual Permitida (RAP).

Em 2024, a companhia já havia entregue os projetos de Itabapoana, Estreito e Paraíso, além de trechos relevantes de Morro do Chapéu, Guanabara e Vale do Itajaí. Somente essas entregas adicionaram cerca de R$ 300 milhões em nova RAP, totalizando R$ 1 bilhão de receita habilitada no período.

A rotação de ativos — estratégia que consiste na venda parcial ou total de empreendimentos após sua implantação ou maturação — tem sido um vetor de crescimento inteligente adotado por grandes players do setor elétrico, permitindo que recursos sejam reciclados e reinvestidos em novas oportunidades de crescimento ou retorno ao acionista.

Parceria de longo prazo com o GIC

A ampliação da parceria com o GIC reforça a atratividade do mercado brasileiro de infraestrutura energética para investidores internacionais. O fundo soberano de Singapura é reconhecido mundialmente por seu perfil conservador e de longo prazo, o que sinaliza confiança institucional na estabilidade regulatória e nas oportunidades do setor de transmissão no Brasil.

Além disso, a operação aumenta a robustez financeira da Neoenergia Transmissão, veículo que deverá liderar as futuras investidas da empresa em leilões promovidos pela Aneel, bem como em oportunidades de mercado secundário.

Com a governança compartilhada e alinhamento estratégico entre os sócios, a holding se posiciona como uma plataforma de crescimento sustentável, com foco na entrega de projetos com excelência técnica, ambiental e social.

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