Novos valores passam a valer a partir de 22 de abril e afetam quase 8 milhões de unidades consumidoras atendidas pelas distribuidoras Energisa Sergipe e Neoenergia Coelba
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou, nesta terça-feira (15), os novos reajustes tarifários anuais das distribuidoras Energisa Sergipe (ESE) e Neoenergia Coelba, que atendem, juntas, mais de 7,6 milhões de unidades consumidoras nos estados de Sergipe e Bahia. Os novos valores entrarão em vigor a partir de 22 de abril, afetando residências, comércios, indústrias e serviços públicos que consomem energia em diferentes níveis de tensão.
No caso da Energisa Sergipe, responsável pelo fornecimento a 895 mil unidades consumidoras, o reajuste médio autorizado foi de 7,00%. Para consumidores residenciais da classe B1, o impacto será de 6,57%. Já os consumidores atendidos em baixa tensão enfrentarão um aumento médio de 6,69%, enquanto aqueles conectados à alta tensão — como indústrias de grande porte — terão um reajuste de 8,10%.
Já a Neoenergia Coelba, que atende 6,77 milhões de unidades em todo o estado da Bahia, teve aprovado um reajuste médio de 2,05%. Os consumidores residenciais enfrentarão um aumento de 1,78%, com índices médios de 1,88% para baixa tensão e 2,53% para alta tensão.
Entenda os fatores que influenciam o reajuste
Os reajustes tarifários anuais integram o modelo regulatório do setor elétrico brasileiro e têm como objetivo assegurar o equilíbrio econômico-financeiro das distribuidoras. Esses reajustes são definidos a partir de diversos componentes que impactam diretamente os custos das empresas, como os valores pagos pela aquisição de energia elétrica por meio de contratos com geradoras e leilões, os encargos setoriais que incluem subsídios a fontes incentivadas e à tarifa social, os custos com transmissão da energia até os centros de consumo, além dos componentes financeiros que buscam compensar eventuais diferenças entre as previsões e os custos efetivamente incorridos no período anterior.
No caso da Coelba, por exemplo, a ANEEL destacou que os encargos setoriais e a energia comprada foram os principais fatores que pressionaram os índices.
Impactos diferenciados entre as classes de consumo
O impacto do reajuste varia conforme a classe de consumo e o nível de tensão. A categoria B1, que representa os consumidores residenciais comuns e também inclui a subclasse baixa renda, é diretamente afetada e tem papel central na percepção pública sobre o custo da energia elétrica.
Outras subclasses envolvidas no cálculo da baixa tensão incluem o setor rural, comercial, industrial leve, serviço público e iluminação pública. Já as tarifas de alta tensão são aplicáveis a grandes consumidores, como fábricas, shoppings e hospitais, que operam com tensões mais elevadas para atender demandas intensivas.
Reações e contexto do setor
Os reajustes tarifários frequentemente despertam preocupações entre consumidores e entidades de defesa do consumidor, sobretudo diante de um contexto de inflação controlada e recuperação econômica gradual. Em contrapartida, especialistas e representantes do setor elétrico destacam que a previsibilidade e os mecanismos regulatórios são fundamentais para atrair investimentos e manter a qualidade do fornecimento.
Além disso, o setor passa por uma fase de transição energética, com crescentes investimentos em fontes renováveis, digitalização da rede e novas exigências regulatórias, fatores que também impactam a formação de custos ao longo do tempo.
A ANEEL, por sua vez, ressalta que os reajustes seguem metodologias transparentes, auditáveis e alinhadas ao contrato de concessão firmado com as distribuidoras.