Com tecnologia desenvolvida no Japão, nova planta em Goiás reforça protagonismo da empresa na transição energética do agronegócio
A transição energética brasileira acaba de ganhar um novo capítulo promissor com a união entre inovação tecnológica e compromisso ambiental. A Atvos, uma das maiores produtoras de biocombustíveis do Brasil, firmou parceria com a startup japonesa Tsubame BHB para o desenvolvimento de uma fábrica de amônia aquosa verde em Mineiros (GO), um projeto estratégico que poderá posicionar o país como referência global em fertilizantes sustentáveis.
A fábrica será instalada na Unidade Morro Vermelho (UMV) da Atvos, com um investimento estimado em mais de R$ 70 milhões. Com capacidade para produzir 20 mil toneladas por ano do insumo, a planta usará hidrogênio verde e nitrogênio capturado do ar, eliminando o uso de fontes fósseis no processo de produção. A amônia resultante será diluída em água e aplicada diretamente nas plantações da companhia, substituindo fertilizantes convencionais de base fóssil.
Redução expressiva de emissões
A substituição dos insumos tradicionais permitirá à Atvos reduzir em cerca de 11 mil toneladas de CO₂ por ano sua pegada de carbono, alinhando-se às metas globais de descarbonização e tornando sua cadeia produtiva ainda mais limpa e eficiente. O fertilizante verde será utilizado nas atividades agrícolas da própria UMV e também na Unidade Alto Taquari (UAT), no Mato Grosso.
“Como uma das maiores produtoras de biocombustíveis do Brasil, a Atvos tem o compromisso não somente de contribuir com a descarbonização das principais economias do mundo, mas também reduzir as emissões de suas próprias operações”, destacou o CEO da empresa, Bruno Serapião.
Segundo ele, o projeto também reforça o impacto positivo da bioenergia na economia regional, com geração de empregos diretos e indiretos e valorização da cadeia agrícola local. A fábrica será erguida após o processo de licenciamento ambiental e detalhamento de engenharia, com início das operações previsto para 2027.
Tecnologia de ponta com DNA japonês
A tecnologia usada na síntese da amônia verde foi desenvolvida pela Tsubame BHB, referência em inovação no Japão. O processo é considerado mais seguro, eficiente e sustentável, eliminando a necessidade de grandes plantas centrais, o que favorece a descentralização da produção e a adoção em áreas agrícolas.
“O Brasil tem grande potencial para se tornar um dos principais produtores de hidrogênio verde, aproveitando seus abundantes recursos de energia renovável”, afirmou Koji Nakamura, CEO da Tsubame BHB. “Estamos muito honrados em colaborar com uma produtora de biocombustíveis como a Atvos e contribuir com a descarbonização da agricultura brasileira”, completou.
A assinatura da carta de intenções ocorreu em cerimônia no Japão, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, em mais uma ação que fortalece os laços diplomáticos e comerciais entre os dois países no campo da inovação verde.
Sustentabilidade com impacto local
A Atvos já possui forte presença no estado de Goiás, com três unidades agroindustriais: além da UMV, há a Unidade Água Emendada (UAE), em Perolândia, e a Unidade Rio Claro (URC), em Caçu. Essas plantas somam 11 milhões de toneladas de cana-de-açúcar moídas por safra, com capacidade para produzir até 1 bilhão de litros de etanol e cogeração de 1,3 mil GWh de energia elétrica limpa a partir da biomassa.
Essas operações geram mais de 2,8 mil empregos diretos no estado e outros 8,5 mil indiretos, promovendo desenvolvimento socioeconômico em regiões tradicionalmente ligadas ao agronegócio.
A iniciativa com a Tsubame BHB reforça a missão da Atvos de liderar a transição energética no Brasil, unindo bioenergia, inovação e sustentabilidade de forma integrada.
