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PDE 2034: Brasil aposta em renováveis e gás natural para liderar a transição energética

Ministério de Minas e Energia aprova Plano Decenal com projeções de crescimento sustentável, menor dependência do petróleo e maior participação das fontes limpas

O Ministério de Minas e Energia (MME) aprovou o Plano Decenal de Expansão de Energia 2034 (PDE 2034), documento estratégico elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) que traça os rumos da matriz energética brasileira para a próxima década. O plano projeta crescimento da oferta de energia alinhado aos compromissos de transição energética, descarbonização e segurança do suprimento, consolidando o Brasil como uma das principais potências em fontes renováveis.

O documento final ainda será publicado oficialmente, mas os estudos completos já estão disponíveis no portal da EPE. Estruturados em cadernos temáticos, os materiais abordam tópicos como evolução da demanda, expansão da geração elétrica, gás natural, mobilidade, bioenergia, emissões de gases de efeito estufa e inovação tecnológica.

Expansão energética com sustentabilidade

Segundo as projeções da EPE, a Oferta Interna de Energia (OIE) deve crescer em média 2,2% ao ano, atingindo 394,3 milhões de toneladas equivalentes de petróleo (tep) até 2034. No caso da geração elétrica, a expectativa é de crescimento médio de 3,3% ao ano, com a oferta total saltando para 1.045 TWh ao final do período.

Esse avanço ocorrerá com base no predomínio de fontes renováveis, especialmente solar, eólica e hidráulica, que continuarão sendo o pilar da matriz elétrica nacional. O Brasil mantém, assim, uma das matrizes mais limpas do mundo, alinhada às metas climáticas globais e ao Acordo de Paris.

Gás natural: vetor estratégico de transição

O gás natural desponta como uma das peças-chave no equilíbrio da matriz energética brasileira. De acordo com o PDE 2034, sua participação na OIE aumentará de forma relevante, passando de 9% para 14%. Na geração de eletricidade, a capacidade instalada de térmicas a gás deve saltar de 15 GW para 62 GW, reforçando o papel do insumo como fonte de flexibilidade e apoio às renováveis intermitentes.

Essa tendência é impulsionada pelo programa “Novo Mercado de Gás”, que busca ampliar a competitividade e infraestrutura do setor, e também por seu potencial de substituir combustíveis mais poluentes, como o óleo combustível e o carvão.

Queda da dependência de petróleo

Outro ponto central do PDE é a redução da participação do petróleo e seus derivados, que deve cair de 35% para 30% da OIE até 2034. Essa mudança reflete a adoção de tecnologias mais limpas, a eletrificação do transporte e a expansão de biocombustíveis como o etanol e o biodiesel.

A diversificação da matriz energética e a diminuição da dependência de combustíveis fósseis são apresentadas como pilares para garantir resiliência, estabilidade econômica e sustentabilidade ambiental no longo prazo.

Política energética integrada

O PDE 2034 também reforça o papel do planejamento energético como instrumento de articulação entre políticas públicas. O documento foi elaborado considerando os objetivos de descarbonização da economia, segurança energética, acesso universal à energia e inovação tecnológica.

Além disso, os estudos incorporam cenários de emissões de carbono, projeções socioeconômicas, expansão da mobilidade elétrica e digitalização da infraestrutura elétrica. A intenção, segundo o MME, é que o plano sirva de guia para investimentos públicos e privados e ajude a direcionar a modernização regulatória do setor.

Caminhos para o futuro

A aprovação do PDE 2034 sinaliza o compromisso do governo federal com um modelo energético limpo, seguro, competitivo e inclusivo. Com investimentos previstos em infraestrutura, geração distribuída, armazenamento de energia e redes inteligentes, o Brasil se posiciona para enfrentar os desafios da próxima década com protagonismo.

Para os agentes do setor elétrico, o plano oferece indicadores concretos de demanda, oportunidades de negócios e segurança regulatória, elementos essenciais para a mobilização de capital e desenvolvimento de novos projetos.

À medida que o país avança rumo a uma economia de baixo carbono, o planejamento energético se consolida como peça-chave para uma transição justa e eficiente, que equilibre crescimento econômico, inclusão social e proteção ambiental.

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