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Amazon e Google entram na corrida para triplicar a capacidade global de energia nuclear até 2050

Amazon e Google entram na corrida para triplicar a capacidade global de energia nuclear até 2050

Gigantes da tecnologia se unem a compromisso global para impulsionar uma das fontes mais limpas e confiáveis de eletricidade

A transição energética mundial acaba de ganhar um reforço de peso. Amazon e Google, duas das maiores empresas de tecnologia do mundo, anunciaram na última quarta-feira (12) um compromisso formal para apoiar o objetivo global de triplicar a capacidade da energia nuclear até 2050. O anúncio foi feito à margem da conferência CERAWeek, um dos mais importantes eventos do setor de energia, realizado em Houston, nos Estados Unidos.

A iniciativa, liderada pela World Nuclear Association (WNA), conta ainda com o apoio de grandes corporações como a Occidental, gigante do setor de petróleo e gás, e a IHI Corp, fabricante japonesa de máquinas pesadas. A expectativa é que, nos próximos meses, o compromisso receba adesão de outros setores estratégicos, incluindo indústrias marítima, de aviação e de óleo e gás.

O movimento amplia um compromisso anterior, firmado em 2023 por mais de 30 países, que também estabeleceram a meta de triplicar a capacidade nuclear global até 2050.

O papel da energia nuclear na transição energética

A energia nuclear é reconhecida como uma das fontes mais limpas e confiáveis de eletricidade. Atualmente, representa cerca de 9% da matriz energética mundial, gerada por 439 reatores operacionais ao redor do planeta. No entanto, dados da WNA indicam que, no início de 2025, esse número caiu para 411 reatores, com capacidade total de 371 gigawatts.

O compromisso assinado pelas grandes empresas visa reverter esse cenário e expandir consideravelmente a geração nuclear, considerando que a eletrificação da economia e a descarbonização exigirão fontes energéticas seguras, estáveis e livres de emissões.

Diferente das fontes intermitentes, como solar e eólica, a energia nuclear se destaca por fornecer uma produção contínua e previsível de eletricidade, reduzindo a necessidade de termelétricas movidas a combustíveis fósseis e garantindo segurança energética para diversas nações.

O que motiva gigantes da tecnologia a investirem na energia nuclear?

O interesse de empresas como Amazon e Google no setor nuclear não é por acaso. A demanda por eletricidade cresce exponencialmente, impulsionada pelo avanço da computação em nuvem, inteligência artificial e data centers, que exigem cada vez mais energia para operar.

Os compromissos ambientais das empresas também são um fator determinante. Grandes corporações têm metas ambiciosas para reduzir suas pegadas de carbono e migrar para fontes 100% renováveis ou de baixa emissão de carbono. No entanto, alcançar essa meta apenas com energia solar e eólica pode ser desafiador, devido à intermitência dessas fontes. A energia nuclear surge, então, como uma alternativa viável para garantir suprimento contínuo e estabilidade energética.

Além disso, a adoção de novos reatores modulares pequenos (SMRs – Small Modular Reactors) pode viabilizar o crescimento do setor nuclear com menor custo e mais flexibilidade, facilitando a implementação em diferentes locais, inclusive para abastecer data centers, indústrias e até cidades inteiras.

Os desafios para a expansão da energia nuclear

Apesar do potencial promissor, a expansão da energia nuclear enfrenta desafios significativos. Um dos principais obstáculos é o alto custo inicial de implantação das usinas nucleares, que requerem investimentos bilionários e prazos longos para construção.

Outro ponto de preocupação são as questões regulatórias e de segurança, já que qualquer incidente pode gerar impactos ambientais e políticos severos. Além disso, há o desafio da gestão de resíduos nucleares, um dos temas mais sensíveis para a aceitação pública da tecnologia.

No entanto, o avanço da tecnologia e a modernização das usinas nucleares têm reduzido drasticamente os riscos e melhorado a eficiência operacional. Modelos de reatores mais seguros e a implementação de novos sistemas de reciclagem de combustível nuclear podem ajudar a mitigar esses desafios e acelerar o crescimento da energia nuclear como uma solução sustentável.

O futuro da energia nuclear no cenário global

O compromisso assinado por Amazon, Google e outras grandes empresas marca um novo capítulo na transição energética mundial. A adesão de corporações privadas ao setor nuclear pode impulsionar investimentos, fomentar inovação tecnológica e contribuir para o cumprimento das metas globais de descarbonização.

Nos próximos anos, a expectativa é que mais indústrias se juntem ao movimento, consolidando a energia nuclear como um dos pilares para um futuro energético mais sustentável, seguro e confiável.

Se a meta de triplicar a capacidade nuclear até 2050 for alcançada, a eletricidade global poderá se tornar mais limpa, acessível e estável, garantindo que o crescimento econômico e o avanço tecnológico ocorram sem comprometer o meio ambiente.

A entrada de gigantes da tecnologia nesse compromisso pode ser o impulso que faltava para transformar a energia nuclear no grande motor da transição energética do século XXI.

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