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COP30: Parceria entre Bloomberg e Brasil projeta nova era de crescimento econômico verde e combate à crise climática

COP30: Parceria entre Bloomberg e Brasil projeta nova era de crescimento econômico verde e combate à crise climática

Acordo entre a Bloomberg Philanthropies e a Presidência da COP30, liderada pelo embaixador André Corrêa do Lago, une líderes globais para acelerar a transição energética, mobilizar trilhões em investimentos e posicionar Belém como símbolo da nova ambição climática global

Em um movimento estratégico com potencial de redefinir o enfrentamento à crise climática global, o embaixador André Corrêa do Lago, presidente designado da COP30, e Michael R. Bloomberg, enviado especial do Secretário-Geral da ONU para Ambição e Soluções Climáticas e fundador da Bloomberg L.P. e da Bloomberg Philanthropies, anunciaram uma robusta parceria internacional com foco em ação climática, transição energética e desenvolvimento sustentável.

A colaboração, anunciada oficialmente às vésperas da COP30, que ocorrerá em novembro deste ano em Belém (PA), visa não apenas ampliar o protagonismo brasileiro no debate climático global, como também posicionar o evento como marco decisivo na transformação econômica de baixo carbono. Segundo os líderes envolvidos, a aliança será catalisadora de uma nova era de crescimento econômico sustentável, ancorada em investimentos em energia limpa, inovação tecnológica e resiliência climática.

De Paris a Belém: a década decisiva

Dez anos após a assinatura do Acordo de Paris, a COP30 assume um papel estratégico como ponto de inflexão para a definição das novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), ou seja, os compromissos climáticos assumidos por cada país. A reunião em Belém será o momento de avaliação dos avanços e, sobretudo, de formulação de novas metas até 2035.

O objetivo é claro: garantir que as novas NDCs sejam não apenas ambiciosas, mas também implementáveis, com apoio direto a governos locais, financiamento climático e integração das políticas públicas com a realidade das empresas e das populações.

“Os que souberem se antecipar às mudanças radicais que estão por vir — países, empresas e indivíduos — serão os que prosperarão”, destacou Corrêa do Lago. “Essa parceria com a Bloomberg ajudará a mobilizar empresas, líderes locais e comunidades para impulsionar soluções reais – na COP30 e muito além.”

Três pilares de transformação

A parceria entre a Bloomberg Philanthropies e a Presidência da COP30 apoia os três pilares centrais definidos pelo embaixador brasileiro:

  1. Fortalecer o multilateralismo climático, reforçando o papel da ONU como articuladora global;
  2. Conectar as negociações climáticas à realidade empresarial e social, promovendo engajamento concreto;
  3. Promover mudanças estruturais além da convenção climática, com foco em aceleração da implementação do Acordo de Paris.

Michael Bloomberg reforçou que “quanto mais trabalharmos juntos, mais poderemos aumentar a economia, melhorar a saúde pública e salvar vidas”, ao enfatizar que as cidades estão na linha de frente tanto da crise climática quanto das soluções.

US$ 1,3 trilhão em jogo: o desafio do financiamento climático

Um dos compromissos centrais da parceria é viabilizar o cumprimento da meta estabelecida na COP29: mobilizar pelo menos US$ 1,3 trilhão anualmente até 2035 para apoiar países em desenvolvimento no enfrentamento dos impactos das mudanças climáticas.

A Bloomberg Philanthropies se compromete a criar pontes entre instituições financeiras e projetos climáticos viáveis, fomentando um ambiente regulatório e institucional capaz de alavancar investimentos privados, especialmente nos mercados emergentes.

Essa estratégia inclui apoio contínuo à Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos e para a Transformação Ecológica (BIP), lançada em outubro de 2024, e ao projeto Acelerador de Transição Industrial (ITA), que visa destravar o potencial de energia renovável brasileiro e promover a bioeconomia.

Belém: símbolo da nova ambição climática

Escolhida como sede da COP30, Belém representa não apenas a Amazônia como ativo climático estratégico, mas também o potencial transformador da região como modelo de desenvolvimento sustentável.

Para o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, a conferência será “uma COP crucial, com o objetivo de marcar o início de uma nova era de implementação, e, por isso, os governos locais terão um papel fundamental a desempenhar”.

Anne Hidalgo, prefeita de Paris, reforçou o simbolismo da cidade anfitriã ao compará-la com o papel que Paris teve em 2015: “Dez anos atrás, Paris se tornou uma luz para o mundo. Agora, Belém representa o que está em jogo na COP30”.

Fórum Global de Líderes Locais: protagonismo dos governos subnacionais

Como parte da aliança, será realizado o Fórum de Líderes Locais, reunindo prefeitos, governadores e CEOs para fortalecer o engajamento de cidades e estados na agenda climática. A iniciativa será conduzida em parceria com o C40 Cities, o Global Covenant of Mayors e o America Is All In, e integra a Coalizão para Parcerias Multiníveis de Alta Ambição (CHAMP).

O foco será a mobilização de financiamento para projetos climáticos urbanos, com benefícios diretos na redução de emissões, melhoria da qualidade do ar e saúde pública.

Agenda de Ação da COP30: o celeiro de soluções

Além das negociações oficiais, a COP30 contará com uma Agenda de Ação para reunir governos, setor privado e sociedade civil em torno de projetos e soluções reais. A expectativa é de que esse esforço culmine na consolidação de um “celeiro de soluções climáticas” com aplicabilidade direta em regiões vulneráveis e com alto potencial de inovação.

A Bloomberg Philanthropies desempenhará papel estratégico também em frentes como:

  • Conservação marinha e restauração de ecossistemas, como os manguezais brasileiros;
  • Apoio à meta global 30×30 para proteção de áreas naturais;
  • Promoção de soluções de financiamento verde e regeneração ambiental.

Um chamado à ação: rumo à COP30 em Belém

Simon Stiell, Secretário Executivo de Mudanças Climáticas da ONU, foi direto: “Ao nos aproximarmos da COP30 em Belém, os riscos não poderiam ser maiores, mas as possibilidades também não. Precisamos de muito mais progresso, alcançado com muito mais rapidez.”

A expectativa é de que, com a liderança brasileira, o apoio de grandes filantropos e o engajamento multissetorial, a COP30 deixe de ser apenas uma cúpula diplomática para se tornar um marco operacional na história da luta climática.

“Esta parceria sinaliza o tipo de liderança decisiva e coletiva de que o mundo precisa com urgência”, resumiu Stiell.

O mundo estará olhando para Belém. O desafio agora é transformar essa expectativa em ação concreta, e a parceria entre Bloomberg e a COP30 pode ser o catalisador necessário para isso.

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