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Novas tarifas de energia aprovadas pela ANEEL afetam mais de 10 milhões de unidades consumidoras

Novas tarifas de energia aprovadas pela ANEEL afetam mais de 10 milhões de unidades consumidoras

Decisões regulatórias beneficiam residências e empresas em Alagoas e São Paulo com quedas nas tarifas de energia, enquanto consumidores de Pernambuco enfrentarão elevação nos custos

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou, na última terça-feira (29/4), importantes atualizações tarifárias para três grandes distribuidoras de energia do país: Equatorial Alagoas, CPFL Paulista e Neoenergia Pernambuco. As decisões fazem parte dos processos de reajuste anual e revisão periódica previstos nos contratos de concessão e refletem, sobretudo, os custos da cadeia elétrica, encargos setoriais e variações de mercado.

Juntas, as três distribuidoras atendem mais de 10 milhões de unidades consumidoras nos estados de Alagoas, São Paulo e Pernambuco. Os efeitos dos reajustes começam a valer entre 29 de abril e 3 de maio de 2025, a depender da concessionária.

Redução significativa nas tarifas em Alagoas

No caso da Equatorial Alagoas, que atua em 102 municípios do estado e abastece aproximadamente 1,4 milhão de unidades consumidoras, a ANEEL aprovou uma redução média de -6,79% nas tarifas, com entrada em vigor a partir de 3 de maio de 2025.

A maior queda foi registrada na classe residencial (B1), com diminuição de -6,99%. Os consumidores de baixa tensão, que incluem comércio, iluminação pública, setor rural e serviços, também terão um alívio significativo de -6,79%. Para os grandes consumidores conectados à alta tensão, a redução média será de -6,78%.

A agência explicou que os principais fatores para essa redução foram a queda nos custos com transmissão de energia, diminuição de encargos setoriais e ajustes em componentes financeiros. Além disso, foi aprovado um diferimento tarifário de R$ 150 milhões, a pedido da distribuidora, com o objetivo de reduzir a volatilidade dos preços entre os anos de 2025 e 2026.

Consumidores paulistas também serão beneficiados

A Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL Paulista), responsável pela distribuição de energia em 234 municípios do interior de São Paulo e com uma base de aproximadamente 5 milhões de consumidores, também teve aprovadas reduções tarifárias. Os novos valores entram em vigor após a publicação da resolução homologatória.

O impacto médio para consumidores residenciais (classe B1) será de -3,97%. Para consumidores de baixa tensão, o efeito será de -3,93%, enquanto os de alta tensão terão uma redução média de -3,06%. O efeito médio geral nas contas será de -3,66%.

A ANEEL destacou que o principal fator para a redução foi a reversão de créditos de PIS e Cofins, relativos a valores recolhidos indevidamente no passado, que agora são devolvidos ao consumidor. Outro fator importante foi a liquidação da Conta Escassez Hídrica, mecanismo criado durante a crise hídrica de 2021, cujos custos vinham sendo repassados gradualmente nas tarifas.

Em Pernambuco, consumidores residenciais sentirão aumento

O cenário é distinto para os consumidores da Neoenergia Pernambuco, que atende cerca de 4 milhões de unidades consumidoras no estado. A ANEEL aprovou a Revisão Tarifária Periódica de 2025 para a distribuidora, resultando em um aumento médio de 2,85% para consumidores residenciais.

No grupo de baixa tensão, a média de reajuste será de 3,00%, enquanto para a alta tensão (grandes consumidores industriais e comerciais), haverá uma redução de -7,10%. O efeito médio global para todos os consumidores será de 0,61%.

Segundo a ANEEL, os reajustes foram impulsionados por aumentos nos custos com distribuição, transmissão, transporte e compra de energia, além da retirada de componentes financeiros que anteriormente amortizavam a tarifa. A proposta passou por consulta pública em Recife, em março de 2025, permitindo a participação da sociedade civil e instituições do setor.

Classificação dos consumidores: o que significam baixa e alta tensão?

As variações nos percentuais de reajuste devem-se, em parte, à classificação dos consumidores em diferentes grupos. A ANEEL divide os usuários de energia elétrica conforme a tensão de fornecimento:

  • Grupo B (baixa tensão): abrange residências, pequenas empresas, propriedades rurais e iluminação pública.
  • Grupo A (alta tensão): inclui grandes consumidores como indústrias, shoppings, hospitais e empresas com elevado consumo energético.

Cada grupo possui estrutura tarifária distinta, o que impacta diretamente o cálculo e a aplicação dos reajustes ou reduções.

Perspectivas e impactos futuros

Embora os consumidores alagoanos e paulistas tenham motivo para comemorar neste ciclo tarifário, é importante lembrar que outros fatores podem influenciar as contas de luz nos próximos meses, como bandeiras tarifárias, tributação estadual e eventuais crises hídricas.

Além disso, o uso de diferimentos tarifários, como o adotado pela Equatorial Alagoas, pode postergar parte dos custos para anos futuros, exigindo atenção redobrada da população e das instituições de controle social.

O aumento em Pernambuco, por outro lado, levanta o debate sobre os impactos da distribuição desigual dos custos da cadeia elétrica entre estados, e reforça a importância de medidas de eficiência energética e proteção ao consumidor de baixa renda, como o programa Tarifa Social.

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