Plano de Outorgas do MME prevê novas instalações estratégicas para melhorar a estabilidade elétrica da região, fortalecendo a rede e reduzindo riscos de falhas
O Ministério de Minas e Energia (MME) anunciou a aprovação da quarta emissão do Plano de Outorgas de Transmissão de Energia Elétrica (POTEE) de 2024, documento que define as prioridades para a expansão da rede elétrica nos próximos seis anos. A medida traz como principal destaque a instalação de três novos compensadores síncronos no Nordeste, um reforço essencial para garantir maior estabilidade e segurança ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
A decisão se baseia em estudos técnicos conduzidos pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que identificou a necessidade de melhorias na rede para acompanhar o crescimento da geração de energia renovável na região. Com a expansão da produção de fontes como eólica e solar, que já representam uma fatia significativa da matriz energética nordestina, torna-se crucial o aprimoramento da infraestrutura de transmissão para evitar oscilações e garantir confiabilidade ao sistema.
Expansão necessária para garantir a estabilidade da rede elétrica
Nos últimos anos, o Nordeste se consolidou como um dos principais polos de geração de energia renovável no Brasil, especialmente por conta do avanço das usinas eólicas e solares. No entanto, diferentemente das usinas hidrelétricas ou térmicas, essas fontes intermitentes exigem um suporte maior para estabilizar a rede elétrica, evitando variações abruptas na tensão e frequência do sistema.
É nesse cenário que entram os compensadores síncronos, equipamentos projetados para melhorar a qualidade da transmissão, reduzindo riscos de apagões e oscilações de tensão. Esses dispositivos aumentam a inércia do sistema, aprimoram a distribuição de energia reativa e otimizam o desempenho dinâmico da rede. Segundo o MME, a implantação dessas unidades é uma necessidade imediata para garantir a segurança energética da região.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ressaltou a importância dessa decisão. “A iniciativa reflete o trabalho contínuo de planejamento do sistema de transmissão, realizado pelo ONS no curto e médio prazo, e pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) no médio e longo prazo. Esses estudos são fundamentais para identificar demandas que exigem ampliações e reforços na rede elétrica”, explicou.
Impacto para consumidores e empresas
O fortalecimento da rede de transmissão não beneficia apenas o sistema elétrico nacional, mas também consumidores e empresas da região. Com uma infraestrutura mais robusta, há uma redução no risco de oscilações e interrupções de energia, o que é essencial para indústrias, comércios e até mesmo para o funcionamento de serviços públicos essenciais, como hospitais e transporte urbano.
Além disso, a expansão do sistema cria um ambiente mais favorável para novos investimentos no setor energético. Com uma rede mais segura, novos projetos de energia renovável podem ser viabilizados, contribuindo para a transição energética do país e para a diversificação da matriz elétrica.
Próximos passos
Com a aprovação do POTEE, os projetos de transmissão seguirão para a fase de outorga e posterior realização de leilões de concessão, garantindo que empresas especializadas possam implementar as novas instalações. Segundo o MME, a estratégia é sempre equilibrar eficiência técnica com tarifas acessíveis para os consumidores do SIN.
A modernização da rede de transmissão no Nordeste reforça a posição do Brasil como referência em energia limpa e sustentável, garantindo que o avanço das fontes renováveis seja acompanhado pelo necessário suporte técnico para manter a estabilidade do sistema elétrico.