Entidade defende inclusão da fonte solar para garantir isonomia, redução tarifária e estímulo ao crescimento econômico sustentável
A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) solicitou oficialmente ao Ministério de Minas e Energia (MME) a inclusão de usinas solares no leilão de energia nova A-5, inicialmente destinado à contratação de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e centrais geradoras hidrelétricas (CGHs). O certame está marcado para agosto, com início do suprimento de energia previsto para 1º de janeiro de 2030.
O pedido foi feito por meio de um ofício encaminhado ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e destaca a importância de assegurar isonomia entre as diferentes tecnologias de geração renovável. Segundo a Absolar, a inclusão da energia solar no certame pode trazer benefícios significativos para os consumidores e para o desenvolvimento do setor energético brasileiro.
“O ingresso da energia solar no leilão A-5 seria crucial para a promoção da sustentabilidade, a modicidade tarifária e o fortalecimento da economia, com a geração de empregos verdes e maior segurança no suprimento de eletricidade”, afirmou Rodrigo Sauaia, presidente da Absolar.
Competitividade da energia solar nos leilões
Desde 2019, a energia solar tem se consolidado como a fonte mais competitiva nos leilões de energia no Brasil. Segundo dados da Absolar, o preço médio ofertado para a geração solar foi de R$ 84,39 por megawatt-hora (MWh), o que reforça o potencial de redução de custos para o sistema elétrico e os consumidores finais.
O leilão A-5 permite a participação de usinas com capacidade de geração entre 1 megawatt (MW) e 50 MW. Até 12 de fevereiro, 225 projetos já haviam sido cadastrados na Empresa de Pesquisa Energética (EPE), totalizando 2,88 gigawatts (GW) de potência instalada. A maioria desses projetos está concentrada em PCHs, mas a inclusão de outras fontes renováveis poderia diversificar ainda mais a matriz energética e aumentar a competitividade.
Sustentabilidade e geração de empregos
Para a Absolar, a abertura do leilão A-5 para a participação da energia solar traria múltiplos benefícios econômicos e sociais. Além de reduzir os custos de geração de energia, a inclusão da fonte poderia impulsionar a geração de empregos no setor de energia limpa, contribuindo para o desenvolvimento de uma economia verde.
A associação também argumenta que a energia solar tem papel estratégico na diversificação da matriz energética brasileira, proporcionando maior segurança no abastecimento em momentos de escassez hídrica ou de alta demanda.
Próximos passos e expectativas
O MME ainda não se manifestou oficialmente sobre o pedido da Absolar. No entanto, especialistas avaliam que a inclusão de novas fontes renováveis no leilão A-5 pode ser uma medida positiva para fomentar a concorrência e ampliar a oferta de energia a preços mais acessíveis.
A discussão sobre a ampliação das fontes de geração nos leilões de energia reflete o atual momento de transição energética no Brasil, que busca fortalecer a participação de fontes limpas e renováveis em sua matriz. A decisão final sobre a inclusão ou não da energia solar no certame poderá influenciar diretamente o planejamento energético do país para os próximos anos.
Com o avanço das negociações e a definição das regras do leilão, o setor energético segue atento aos desdobramentos das políticas públicas que buscam impulsionar a transição para uma matriz mais sustentável e diversificada.