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Brasil avança na construção de políticas energéticas com apoio da IEA

Após semana de debates, Brasil e IEA reforçam laços e destacam caminhos para uma transição energética mais eficiente e inclusiva

O Brasil deu mais um passo estratégico para consolidar sua liderança global na transição energética. O Ministério de Minas e Energia (MME) concluiu, na última sexta-feira (7), a missão de especialistas da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), que trouxe ao país uma série de debates e análises sobre o futuro da política energética nacional. O encontro, realizado no âmbito da Energy Policy Review (Avaliação das Políticas Energéticas), não apenas reforçou o compromisso do Brasil com a segurança energética e a descarbonização, mas também identificou desafios e oportunidades que devem moldar o setor nos próximos anos.

Ao longo da semana, as discussões foram conduzidas pela Secretaria Nacional de Transição Energética e Planejamento do MME, reunindo autoridades do setor, especialistas e lideranças empresariais. O objetivo principal foi aprofundar o diálogo sobre a coleta de estatísticas energéticas e o monitoramento das políticas públicas do governo federal, garantindo que o Brasil esteja alinhado às melhores práticas internacionais.

O secretário nacional de Transição Energética e Planejamento, Thiago Barral, destacou que o encontro fortaleceu a relação de cooperação entre o Brasil e a IEA, contribuindo para uma estratégia energética mais justa, inclusiva e transparente. Segundo ele, a troca de conhecimento com a agência é essencial para que o país siga na vanguarda da transição energética global.

“Estamos avançando em um processo de construção de confiança mútua entre o Brasil e a Agência Internacional de Energia. A missão foi uma oportunidade para compartilhar conhecimento, identificar necessidades de aprimoramento e fortalecer a cooperação, especialmente em prol da segurança e da transição energética”, afirmou Barral.

Já Noé van Hulley, representante da IEA, ressaltou a relevância da parceria com o Brasil e a expectativa de que as recomendações apresentadas sejam incorporadas às políticas públicas nacionais. “O trabalho em conjunto nos permitiu uma aproximação maior com o Brasil. Esperamos que a troca de experiências seja bem aproveitada no país”, afirmou.

Desafios e oportunidades na transição energética brasileira

Durante a missão, a IEA apresentou recomendações estratégicas para o fortalecimento da política energética brasileira. O relatório final, que será publicado nos próximos meses, servirá como uma base importante para o Plano Nacional de Transição Energética (Plante), um dos pilares do governo para acelerar o desenvolvimento sustentável no setor.

Entre os principais pontos destacados pela IEA, estão:

  • Fortalecimento da segurança energética: A necessidade de garantir um sistema elétrico robusto, capaz de suportar a crescente demanda por energia limpa e renovável, especialmente em períodos de seca ou crises hídricas.
  • Expansão da infraestrutura de renováveis: O Brasil tem grande potencial para ampliar sua matriz energética baseada em fontes sustentáveis, como solar, eólica e hidrogênio verde, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis.
  • Inclusão social e energia acessível: A transição energética deve garantir benefícios diretos para comunidades vulneráveis, promovendo tarifas justas, geração de empregos verdes e acesso democrático à energia limpa.
  • Competitividade e inserção global: O país tem a oportunidade de se consolidar como referência na produção e exportação de energias renováveis, incluindo biocombustíveis e hidrogênio verde, setores que atraem cada vez mais investimentos internacionais.
  • Aprimoramento da coleta de dados e estatísticas energéticas: Um monitoramento mais preciso do setor permitirá uma gestão mais eficiente e assertiva das políticas energéticas.

A presença de instituições como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Petrobras, Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) reforçou a importância do tema para o futuro da economia brasileira.

Além do setor público, mesas redondas com lideranças empresariais também foram promovidas, permitindo que investidores e representantes da indústria discutissem desafios e perspectivas para um mercado de energia mais sustentável e competitivo.

Brasil rumo à liderança na energia sustentável

O Brasil já se destaca internacionalmente por sua matriz energética predominantemente renovável – com mais de 80% da eletricidade gerada a partir de fontes limpas –, mas os desafios para uma transição completa ainda são significativos. O país precisa avançar na diversificação da geração, ampliação da infraestrutura e modernização do setor elétrico, garantindo que o crescimento econômico seja alinhado às metas climáticas globais.

A colaboração com a IEA e a implementação das recomendações apresentadas serão fundamentais para acelerar esse processo. O Plano Nacional de Transição Energética (Plante) deverá incorporar as diretrizes discutidas na missão e orientar políticas públicas para o setor nos próximos anos.

Com um potencial inigualável para liderar a produção de energia limpa e sustentável, o Brasil caminha para se tornar referência mundial na transição energética, equilibrando desenvolvimento econômico, inovação tecnológica e inclusão social.

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