Acordo interministerial promete fortalecer a segurança alimentar e modernizar o uso de energia no agronegócio
O Brasil deu um passo estratégico para fortalecer a agricultura irrigada com o lançamento da Aliança pelo Desenvolvimento Energético dos Polos e Projetos de Irrigação do Brasil. A iniciativa, anunciada nesta quarta-feira (5), é fruto de uma parceria entre o Ministério de Minas e Energia (MME), o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), e tem como objetivo garantir acesso ampliado à energia elétrica para a produção agrícola irrigada, reduzindo custos operacionais e promovendo o uso de fontes sustentáveis.
A irrigação é um elemento essencial para o aumento da produtividade e segurança alimentar no Brasil. No entanto, o alto custo da energia elétrica representa um dos principais desafios para os produtores rurais. A nova política busca flexibilizar tarifas e ampliar a previsibilidade nos custos energéticos do setor, garantindo maior estabilidade financeira e incentivo ao crescimento da agricultura irrigada no país.
Energia acessível e previsível para a produção agrícola
Durante o lançamento da Aliança, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ressaltou a importância da iniciativa para garantir a sustentabilidade e viabilidade econômica da irrigação no Brasil.
“Expandir a energia para a irrigação é uma oportunidade de desenvolvermos o produtor agrícola de forma sustentável e econômicamente viável. O acesso ampliado à eletricidade para irrigação é fundamental para fortalecermos a segurança alimentar e garantirmos dignidade a milhares de brasileiros que ainda enfrentam insegurança alimentar”, afirmou Silveira.
O programa prevê a adoção de uma política tarifária diferenciada para atender às particularidades do setor agrícola. Atualmente, as diferentes culturas exigem regimes variados de irrigação ao longo do ano, tornando essencial um modelo de cobrança mais flexível. Com essa reformulação, o governo busca assegurar maior previsibilidade aos produtores, permitindo melhor planejamento dos custos energéticos e evitando oscilações abruptas nos gastos.
O papel dos Polos de Agricultura Irrigada
Os Polos de Agricultura Irrigada são regiões de produção agrícola onde a irrigação já é utilizada e tem potencial de expansão. Esses polos são formados em áreas com disponibilidade de água e solo propícios, permitindo a ampliação da produção de grãos, frutas e hortaliças de maneira mais eficiente.
Com a nova iniciativa, o governo pretende fortalecer esses polos, impulsionando o uso de tecnologias modernas e energias renováveis, como a solar e a biomassa, para tornar o processo mais eficiente e sustentável. Além disso, a medida também busca fomentar o desenvolvimento regional, gerando empregos e incentivando a economia local por meio do agronegócio irrigado.
Sustentabilidade e transição energética no campo
A transição para uma matriz energética mais limpa e acessível no campo é uma das diretrizes centrais do governo. A irrigação movida por fontes renováveis é vista como um caminho estratégico para garantir a segurança hídrica e reduzir os impactos ambientais da produção agrícola.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, reforçou o papel da energia renovável na modernização do setor. “A transição para fontes energéticas sustentáveis é essencial para garantir um agronegócio competitivo e alinhado às exigências globais. A Aliança possibilita que o produtor rural tenha acesso a energia limpa e mais barata, reduzindo custos e melhorando sua produção”.
Nos próximos meses, o governo detalhará as diretrizes do programa e as condições para a adesão dos produtores. A expectativa é que, com a redução dos custos energéticos e a expansão da infraestrutura de irrigação, o Brasil dê um salto significativo na produtividade agrícola, fortalecendo sua posição como um dos maiores produtores de alimentos do mundo.