Estado se destaca como polo estratégico de energias renováveis e prevê geração de 20 mil empregos nos próximos 10 anos
O Piauí está se consolidando como um dos protagonistas da transição energética no Brasil, com avanços significativos em projetos de hidrogênio verde (H2V) e energias renováveis. Em 2024, o estado alcançou um marco histórico ao se tornar o único membro estadual da Associação Brasileira da Indústria de Hidrogênio Verde (ABIH2), reforçando sua importância no cenário nacional e internacional.
Por meio da Investe Piauí, a Vice-Presidência de Energias Renováveis tem trabalhado para atrair grandes investimentos e estruturar uma cadeia de valor robusta. Esse esforço já resultou em avanços significativos: 50 memorandos de entendimento (MoUs) foram assinados com empresas nacionais e internacionais, e 67 companhias já demonstraram interesse em atuar no estado. Além disso, empresas como a espanhola Solatio e a Energy Green Park confirmaram sua presença com a instalação de usinas de H2V.
Estratégia para a nova industrialização
O Piauí reúne condições naturais privilegiadas para a produção de hidrogênio verde, com abundância de energia solar e eólica, além de recursos hídricos estratégicos. O estado está entre os líderes nacionais na produção de energia renovável, fator essencial para a produção sustentável de H2V por meio da eletrólise da água.
“O hidrogênio verde é produzido a partir de duas matérias-primas essenciais: energia renovável e água. O Piauí possui ambos em abundância, o que nos posiciona como um estado-chave para atrair empreendimentos de grande porte,” explica Ricardo Castelo, vice-presidente de Energias Renováveis da Investe Piauí.
Além das usinas de H2V, a vice-presidência trabalha na implantação de projetos de energia eólica offshore, que utilizam a força dos ventos em alto-mar. Atualmente, seis empreendimentos já estão em andamento no litoral piauiense, e um sétimo está em fase de consolidação.
Parcerias e fortalecimento da cadeia produtiva
A Investe Piauí estabeleceu parcerias estratégicas com entidades de renome, como o Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energias (Cerne) e o programa português H2Talent, que oferece consultoria especializada e apoio na capacitação de profissionais. Um dos frutos dessa colaboração será o lançamento, em 2025, do Atlas do Hidrogênio Verde e Energias Renováveis, documento que mapeará as oportunidades do setor no estado.
Ricardo Castelo destaca que o estado também tem se aproximado do setor acadêmico para preparar a mão de obra local. Em parceria com a Universidade Estadual do Piauí (Uespi), um núcleo de formação voltado para energias renováveis foi criado para qualificar os piauienses para as oportunidades que surgirão com os novos projetos.
Empregabilidade e desenvolvimento econômico
A transição energética no Piauí não apenas reforça o papel do estado como referência sustentável, mas também impulsiona a economia local. A previsão é de que os projetos de H2V gerem cerca de 20 mil empregos nos próximos 10 anos. Esses postos de trabalho englobam setores como indústria, serviços, comércio, turismo e hotelaria, além de profissionais especializados em energias renováveis.
“O governo estadual já está atuando para assegurar que os piauienses ocupem essas vagas. Estamos trabalhando com instituições de ensino e entidades do setor para qualificar profissionais desde agora,” afirma Castelo.
Segundo ele, a busca por empregos qualificados no setor deve ganhar força em 2026, quando os empreendimentos estiverem em fases avançadas. “Precisamos garantir que a população local esteja pronta para ocupar essas posições e não depender de mão de obra externa. Isso requer planejamento e ações imediatas,” pontua.
Perspectivas para o futuro
Com uma cadeia de valor estruturada, parcerias estratégicas e investimentos robustos, o Piauí está traçando um caminho sólido para se consolidar como um dos principais polos de transição energética do Brasil. A liderança no setor de hidrogênio verde, associada à expansão de energias renováveis, reforça o compromisso do estado com o desenvolvimento sustentável e a inovação.
“O Piauí está construindo um modelo de desenvolvimento que alia sustentabilidade, inovação e inclusão social. Estamos mostrando que o estado tem vocação e capacidade para liderar o futuro da energia renovável no Brasil,” conclui Ricardo Castelo.