Com restrição de defluências, volumes úteis das usinas hidrelétricas cresceram até 11 pontos percentuais em dezembro
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) encerrou 2024 com uma conquista significativa: a recuperação dos volumes úteis dos reservatórios das Usinas Hidrelétricas (UHEs) de Furnas e Emborcação. Graças à implementação de uma nova política operativa, alinhada às resoluções 193 e 194 da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), os níveis de armazenamento em ambas as usinas apresentaram crescimento expressivo no último mês do ano.
Resultados concretos no armazenamento
Em dezembro, o ONS adotou restrições de defluências máximas médias mensais para as bacias dos rios Grande e Paranaíba, o que resultou em uma recuperação de 11 pontos percentuais no volume útil da UHE Furnas e de 7 pontos percentuais na UHE Emborcação.
Segundo o diretor-geral do ONS, Marcio Rea, essa estratégia foi crucial para garantir a recuperação dos reservatórios. “As defluências médias mensais ficaram abaixo dos limites estabelecidos, permitindo que os volumes úteis crescessem ao longo do mês”, explicou.
De acordo com Christiano Vieira, diretor de Operação do ONS, o reservatório de Furnas, que começou dezembro com 28% do volume útil, alcançou 39% no início de janeiro. Já Emborcação passou de 31% para 38% no mesmo período.
Detalhes da política operativa
Para cumprir as metas estabelecidas pela ANA, a UHE Emborcação operou com uma restrição de defluência máxima média mensal de 140m³/s, enquanto Furnas trabalhou com o limite de 500m³/s. Na prática, os valores reais de defluência em dezembro ficaram ainda mais baixos: 123m³/s em Emborcação e 269m³/s em Furnas.
A continuidade dessas restrições para janeiro de 2025 já foi confirmada pelo ONS. A medida busca consolidar os avanços obtidos e promover maior resiliência hídrica nas regiões atendidas pelos rios Grande e Paranaíba.
Importância estratégica dos reservatórios
As UHEs Furnas e Emborcação desempenham papéis estratégicos no sistema elétrico brasileiro, garantindo a segurança energética em períodos de alta demanda. A recuperação dos níveis de armazenamento não só fortalece a operação do sistema, mas também beneficia a gestão dos recursos hídricos em múltiplos setores, como irrigação, abastecimento humano e navegação.
Além disso, a preservação dos volumes úteis reduz a necessidade de acionamento de termelétricas, contribuindo para um menor custo na geração de energia e para a mitigação de impactos ambientais associados a fontes mais poluentes.
Desafios e perspectivas
A recuperação dos reservatórios de Furnas e Emborcação representa um alívio para o sistema elétrico, mas também reflete a importância de estratégias operativas bem definidas e de gestão integrada dos recursos hídricos.
“Estamos monitorando as condições climáticas e hídricas para garantir que as medidas adotadas continuem gerando resultados positivos”, afirmou Rea. Ele reforçou que o ONS segue comprometido com ações que promovam a segurança energética e a sustentabilidade no uso dos recursos naturais.
Com as restrições mantidas para janeiro de 2025, a expectativa é que os reservatórios continuem apresentando melhorias, consolidando um cenário mais favorável para o fornecimento de energia no país ao longo do ano.