Com investimento de R$ 1,7 bilhão, nova linha de transmissão Manaus-Boa Vista encerra isolamento energético e promove desenvolvimento sustentável em Roraima
O isolamento energético de Roraima está prestes a se tornar história. Em uma iniciativa que promete transformar o cenário elétrico do único estado brasileiro ainda desconectado do Sistema Interligado Nacional (SIN), o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional aprovou um investimento de R$ 1,7 bilhão para a construção da linha de transmissão Manaus-Boa Vista.
O projeto, conduzido pela Transnorte Energia S.A. (TNE), recebeu sinal verde por meio da Resolução Dicol/Sudam nº 1.179, publicada no Diário Oficial da União em 31 de dezembro de 2024. Além de integrar o sistema elétrico do estado ao restante do país, a obra irá melhorar a qualidade e a confiabilidade do fornecimento de energia, reduzindo custos e ampliando as oportunidades de desenvolvimento socioeconômico e industrial na região.
Um Passo Histórico para a Integração Elétrica
Roraima tem enfrentado há décadas os desafios de ser o único estado fora do SIN. Dependente de termelétricas movidas a diesel e de importações de energia da Venezuela, a população local sofre com custos elevados, instabilidade no fornecimento e limitações para o crescimento econômico.
A linha de transmissão Manaus-Boa Vista, com circuito duplo e capacidade de 500 kV, representa a solução definitiva para esses problemas. Ao ser concluída, a infraestrutura permitirá o fluxo de energia bidirecional, oferecendo maior estabilidade ao sistema elétrico local e nacional.
De acordo com o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, o projeto está alinhado aos objetivos da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR) e cumpre os critérios técnicos e financeiros exigidos. A Caixa Econômica Federal, agente operador do Fundo de Desenvolvimento da Amazônia (FDA), confirmou a viabilidade econômico-financeira da iniciativa, que terá a gestão técnica e administrativa supervisionada pela Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).
Impactos Econômicos e Ambientais
A implementação da linha de transmissão Manaus-Boa Vista traz uma série de benefícios para Roraima e para o Brasil como um todo. Entre os destaques estão:
- Redução de custos: O estado deixará de depender da energia importada da Venezuela, uma operação cara e instável, e das termelétricas, que exigem altos volumes de diesel para funcionamento.
- Melhoria ambiental: A substituição das termelétricas por energia integrada ao SIN reduzirá significativamente as emissões de gases de efeito estufa, contribuindo para os compromissos de sustentabilidade do Brasil.
- Aumento da confiabilidade energética: Com acesso à rede elétrica nacional, Roraima terá energia mais estável e de maior qualidade, essencial para o desenvolvimento industrial e produtivo.
- Desenvolvimento regional: A conexão ao SIN possibilitará a instalação de novas indústrias e o crescimento econômico, criando empregos e melhorando a qualidade de vida da população.
Tecnologia de Ponta e Execução Estratégica
O projeto exige um investimento robusto de R$ 1,734 bilhão, dos quais R$ 1,7 bilhão será destinado diretamente à execução das obras e R$ 34 milhões para a gestão do processo pela Sudam.
O empreendimento inclui a construção de linhas de transmissão modernas e subestações estratégicas para garantir eficiência e segurança no fornecimento de energia. Com base no cronograma físico-financeiro, a obra já conta com todos os requisitos técnicos, financeiros e orçamentários aprovados.
A Transnorte Energia S.A., empresa responsável pela execução, será acompanhada de perto pela Sudam e pela Caixa Econômica Federal, garantindo que o projeto seja concluído dentro do prazo e com impacto mínimo no meio ambiente.
Um Futuro Energético Sustentável para Roraima
A integração ao SIN não é apenas uma conquista técnica, mas também um avanço em equidade regional e sustentabilidade. Ao conectar Roraima ao sistema elétrico nacional, o Brasil dá mais um passo em direção à universalização da infraestrutura energética, garantindo que os benefícios da modernização cheguem a todos os estados.
Com o início das obras previsto para 2025, a expectativa é de que a conclusão do projeto transforme Roraima em um exemplo de integração energética sustentável, marcando um novo capítulo na história do desenvolvimento regional no Brasil.