Frequência de eventos extremos cresce e desafia setores como energia e logística; Climatempo aponta caminhos para mitigar prejuízos
O ano de 2024 foi marcado por eventos climáticos extremos que trouxeram impactos significativos para empresas e para a sociedade. Segundo a Climatempo, referência em consultoria meteorológica no Brasil e na América Latina, a frequência dessas ocorrências deve continuar aumentando, exigindo que empresas de diversos setores invistam em estratégias de resiliência para mitigar prejuízos e garantir a continuidade de suas operações.
“O intervalo entre eventos climáticos extremos está diminuindo rapidamente, passando de uma grande ocorrência a cada cinco ou seis anos para pelo menos uma em menos de dois anos”, explica Vitor Hassan, VP de Mercados e Head da vertical energia da Climatempo. Ele ressalta que, embora eventos extremos sempre tenham existido, o que está mudando é sua frequência e os danos cada vez maiores que causam.
Prejuízos em diversos setores
Entre os exemplos mais recentes, Hassan cita:
- Seca na região Norte, que interrompeu o transporte fluvial e impactou a logística local.
- Chuvas intensas no Rio Grande do Sul, que devastaram municípios inteiros.
- Ventania em São Paulo, que deixou milhares de consumidores sem energia por dias.
Esses eventos não apenas afetam a infraestrutura, mas também trazem prejuízos econômicos consideráveis. No setor de energia, os danos vão desde interrupções no fornecimento até multas por descumprimento de compromissos contratuais e perda de ativos, como linhas de transmissão danificadas por ventos, descargas atmosféricas ou queimadas.
Mudanças climáticas: desafios de longo prazo
Hassan enfatiza que os esforços globais para reduzir emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) são essenciais, mas os resultados não serão imediatos. “Mesmo que o planeta zerasse as emissões hoje, levaria décadas para dissipar o que já está na atmosfera”, afirma. Diante disso, a saída mais viável no curto e médio prazo é investir em estratégias de adaptação e resiliência.
No setor de energia, por exemplo, a análise histórica dos eventos climáticos e o monitoramento em tempo real são fundamentais para prevenir interrupções no fornecimento. Hassan destaca que os contratos de concessão, frequentemente firmados por prazos longos, podem se tornar obsoletos diante das mudanças rápidas no comportamento climático, impactando diretamente a viabilidade de projetos futuros.
“Os padrões de vento e outros fatores climáticos registrados durante a elaboração de um projeto podem não ser mais os mesmos quando as usinas entrarem em operação. Isso reforça a necessidade de estudos de risco climático para avaliar cenários futuros e minimizar impactos financeiros e operacionais”, explica.
Climatempo na vanguarda da adaptação climática
A Climatempo tem desempenhado um papel crucial no suporte às empresas para enfrentar esses desafios. Entre as soluções oferecidas estão o SMAC (Sistema de Monitoramento e Alerta Climatempo), que monitora em tempo real e gera alertas para evitar interrupções de energia, e a instalação de sensores em locais estratégicos para reduzir riscos.
Em 2024, a participação do setor de energia nos negócios da Climatempo cresceu 15% em faturamento em relação ao ano anterior. Entre os destaques, estão a instalação de um radar meteorológico em Porto Alegre, em parceria com a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, e a assinatura de contratos para monitoramento climático em linhas de transmissão da Argo Energia em Rondônia.
Resiliência e planejamento como prioridades
Os impactos das mudanças climáticas exigem que empresas de todos os setores, especialmente os mais vulneráveis, adotem soluções proativas para mitigar os riscos. O avanço da Climatempo no desenvolvimento de ferramentas como o SMAC e o fortalecimento de parcerias estratégicas são exemplos de como o setor privado pode liderar essa transformação.
Com a previsão de um 2025 igualmente desafiador, a resiliência climática deixa de ser uma opção e se torna uma necessidade para a sustentabilidade dos negócios e da sociedade.