IBP reforça a importância da aprovação do PL 576/21 para destravar R$ 25 bilhões em investimentos e acelerar a transição energética no país
O Brasil está diante de uma oportunidade histórica para consolidar sua posição como um dos protagonistas globais na transição para uma economia de baixo carbono. A aprovação do Projeto de Lei 576/21, que regulamenta as atividades de eólicas offshore, é apontada pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) como uma medida essencial para alavancar o mercado nacional dessa fonte de energia limpa e renovável.
Atualmente em tramitação no Senado, o PL é visto como peça-chave para garantir a segurança energética, estimular a economia e reduzir as emissões de carbono. Com a criação de um arcabouço regulatório sólido, o Brasil poderá avançar em um mercado promissor, atrair investimentos bilionários e gerar milhares de empregos em uma nova cadeia produtiva verde.
Oportunidades no Horizonte: O Potencial das Eólicas Offshore no Brasil
Dados do IBAMA revelam que o Brasil já possui 243 GW em projetos de eólicas offshore em processo de licenciamento ambiental. Este número, que equivale a quase 15 vezes a capacidade instalada da usina de Itaipu, demonstra o grande interesse de empresas e investidores no potencial energético brasileiro.
No entanto, a falta de regulamentação ameaça atrasar o avanço dessa nova indústria, podendo desviar investimentos para países que já possuem legislações mais maduras no setor. Caso o PL seja aprovado ainda em 2024, o Brasil estará apto a organizar seu primeiro leilão de áreas para eólicas offshore em 2025, coincidindo com a realização da COP 30, evento que colocará o país no centro das discussões globais sobre descarbonização.
Segundo estimativas do IBP, o setor poderá atrair R$ 25 bilhões em investimentos nos próximos quatro anos, gerando empregos e renda em uma escala inédita. Para cada 1 GW de geração eólica offshore, espera-se a criação de cerca de 14.600 postos de trabalho ao longo de toda a cadeia produtiva, desde a fabricação de turbinas até o descomissionamento de áreas no futuro.
Por que o Brasil está preparado para liderar?
Com 7.491 km de litoral e um espaço marítimo de 3,6 milhões de km², o Brasil possui condições naturais excepcionais para explorar o potencial das eólicas offshore. Além disso, a experiência acumulada pelo setor de óleo e gás em operações offshore oferece sinergias valiosas, facilitando a transição para a exploração dessa nova fonte energética.
A integração entre esses setores é vista como uma vantagem estratégica, uma vez que a infraestrutura, a expertise técnica e as tecnologias já empregadas na exploração de petróleo podem ser adaptadas para impulsionar a geração de energia renovável em alto-mar.
Impactos Econômicos e Ambientais
O desenvolvimento das eólicas offshore no Brasil trará impactos significativos, tanto no âmbito econômico quanto ambiental. Um relatório do Banco Mundial estima que o país tem o potencial de gerar mais de 516 mil empregos em tempo integral até 2050, com um valor agregado bruto de US$ 168 bilhões.
Além disso, a energia eólica offshore contribui para a segurança energética em um cenário de reindustrialização verde e crescimento acelerado da economia. Essa fonte renovável também desempenha um papel crucial na redução de emissões de gases de efeito estufa, alinhando o Brasil aos compromissos globais de descarbonização firmados na COP 28, realizada em Dubai.
Um marco para a COP 30
A aprovação do PL 576/21 representaria um marco importante para o Brasil apresentar na COP 30, reforçando o compromisso do país com a transição energética e a liderança global em energia limpa. Contudo, a demora na criação de um arcabouço regulatório pode levar investidores internacionais a priorizarem outros mercados, resultando no subaproveitamento de um dos maiores potenciais eólicos offshore do mundo.
O IBP reafirma seu apoio à aprovação do PL e destaca a necessidade de medidas que incentivem o crescimento sustentável da geração de energia renovável no Brasil. Com a regulamentação das eólicas offshore, o país tem a chance de se posicionar como líder na nova economia de baixo carbono, aproveitando suas vantagens naturais e tecnológicas para construir um futuro mais sustentável e próspero.