Brasil avança em transporte de gás natural com investimentos de R$ 5,7 bilhões até 2030

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Corredor verde terá 3.000 quilômetros de extensão e promoverá a descarbonização do transporte rodoviário com 35 centrais de abastecimento até 2030

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em conjunto com empresas do setor energético, anunciou um investimento de R$ 5,7 bilhões até 2030 para a criação de um corredor verde destinado ao transporte de Gás Natural Liquefeito (GNL) no Brasil. Esse ambicioso projeto, que busca integrar diversos estados brasileiros, faz parte das iniciativas do governo federal para promover a transição energética e a descarbonização do setor de transporte rodoviário no país. O anúncio foi feito durante uma reunião com os representantes das empresas VirtuGNL, Eneva e Edge nesta segunda-feira (7/10).

A primeira etapa do projeto, com início previsto para 2025, contempla a construção de um corredor com 3.000 quilômetros de extensão, ligando o Porto de Santos (SP) ao Porto de São Luis (MA). O investimento inicial será de R$ 1,3 bilhão até 2026, período no qual serão implementadas oito centrais de abastecimento de GNL ao longo da rota. Essas centrais terão capacidade para transportar 150 mil metros cúbicos de GNL por dia, contribuindo para a expansão do uso desse combustível em larga escala no Brasil.

Corredor verde: uma iniciativa para a interiorização do gás natural

O corredor verde foi idealizado como uma solução para promover o uso do GNL no transporte rodoviário, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa e promovendo o desenvolvimento sustentável. Segundo Alexandre Silveira, o projeto está alinhado com as políticas governamentais “Gás para Empregar”, lançado em agosto deste ano, e “Combustível do Futuro”, que será sancionado esta semana.

“O corredor verde é um marco para a interiorização do gás no Brasil e uma entrega concreta das políticas do governo Lula. Estamos promovendo a descarbonização do transporte rodoviário e garantindo um futuro energético mais limpo e sustentável para o país”, afirmou o ministro durante o encontro com as empresas envolvidas.

O projeto tem como objetivo reduzir as emissões de CO2 em 20% a 30% em comparação aos caminhões movidos a diesel, utilizando caminhões movidos a GNL para o transporte do combustível ao longo da rota. A meta inicial é ter 1.500 veículos em operação até 2026, com o número de caminhões crescendo à medida que a infraestrutura de abastecimento for ampliada. Até 2030, o governo espera que o corredor verde esteja totalmente operacional, com 35 centrais de abastecimento ao longo das principais rotas rodoviárias brasileiras.

Benefícios ambientais e socioeconômicos

Além de sua contribuição para a sustentabilidade, o projeto do corredor verde também terá um impacto significativo na geração de empregos. A previsão é que sejam criados 1.700 empregos diretos ao longo do desenvolvimento do projeto, impulsionando a economia local e proporcionando novas oportunidades para trabalhadores em diferentes regiões do país.

Cada uma das 35 centrais de abastecimento planejadas terá capacidade para atender 500 caminhões por dia, garantindo uma logística eficiente e sustentável para o transporte de GNL. As centrais contarão ainda com infraestrutura de apoio aos motoristas, como áreas de descanso e alimentação, ocupando espaços de até 50.000 metros quadrados. Esse modelo de operação visa não apenas melhorar a eficiência do transporte, mas também proporcionar melhores condições de trabalho para os motoristas, reduzindo o desgaste e aumentando a segurança nas estradas.

Primeira fase: Santos a São Luis

O trecho inicial do corredor verde, que ligará o Porto de Santos ao Porto de São Luis, é considerado estratégico para o desenvolvimento do transporte de GNL no Brasil. Essa rota abrange alguns dos maiores polos de produção e consumo de energia do país, conectando regiões industriais e portuárias fundamentais para o escoamento de mercadorias e matérias-primas.

Além disso, a rota abrangerá áreas importantes para a produção de gás natural, como as bacias de Santos e do Parnaíba, facilitando o transporte do combustível para centros consumidores e consolidando o GNL como uma alternativa viável e competitiva ao diesel no setor de transportes.

Política energética e descarbonização

A implementação do corredor verde faz parte de uma estratégia mais ampla do governo brasileiro para promover a descarbonização do setor de energia e transporte. As políticas “Gás para Empregar” e “Combustível do Futuro” têm como principal objetivo estimular o uso de fontes de energia mais limpas e acessíveis, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis tradicionais e aumentando a competitividade do Brasil no mercado global de energia limpa.

O GNL tem sido cada vez mais apontado como uma solução eficiente para a transição energética, especialmente no setor de transportes. Além de ser uma alternativa mais limpa que o diesel, o GNL é uma fonte de energia mais abundante e acessível, especialmente em um país como o Brasil, que possui vastas reservas de gás natural.

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