Eventos Climáticos Extremos Exigem Ação Coordenada e Reforma no Setor de Energia, Defende ANACE

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ANACE alerta para a necessidade de medidas preventivas e corretivas frente ao aumento de ocorrências climáticas severas e defende maior transparência na gestão do setor

Os eventos climáticos extremos, cada vez mais frequentes e intensos, têm trazido grandes desafios para a infraestrutura de energia no Brasil. Recentemente, São Paulo enfrentou uma série de tempestades severas que provocaram interrupções significativas no fornecimento de energia elétrica, gerando transtornos para milhões de pessoas. Diante desse cenário, a Associação Nacional dos Consumidores de Energia (ANACE) emitiu um alerta sobre a necessidade urgente de uma ação coordenada entre concessionárias, prefeituras e diferentes esferas de governo para enfrentar essas crises.

A diretora de Assuntos Técnicos e Regulatórios da ANACE, Mariana Amim, ressaltou a gravidade da situação e a importância de tratar os eventos climáticos como “força maior”. Para ela, é fundamental que sejam tomadas medidas preventivas e corretivas, a fim de minimizar os impactos desses fenômenos, que devem se intensificar nos próximos anos. “Os eventos climáticos não podem implicar danos ou comprometer o dia a dia dos consumidores da forma observada na atual crise”, afirma Mariana, chamando a atenção para a necessidade de reformulação no setor de energia para garantir uma resposta mais eficaz e justa a esses desafios.

Reformas no Setor e Mitigação de Impactos

A ANACE propõe que o aumento da frequência e da severidade dos eventos climáticos seja o ponto de partida para uma revisão das políticas do setor elétrico. Segundo a entidade, é necessário promover uma reforma setorial que leve em consideração os riscos associados a esses fenômenos e a responsabilidade de cada agente envolvido, sejam concessionárias, governos locais ou outros atores.

Mariana Amim argumenta que os consumidores não podem continuar a arcar sozinhos com os custos gerados por essas crises. “Os custos adicionais decorrentes de eventos climáticos extremos não devem ser transferidos de forma simples para os consumidores, como tem sido feito. É preciso que haja uma análise mais justa e eficaz dos riscos setoriais e que a responsabilidade seja dividida entre todos os envolvidos”, enfatiza. Segundo ela, uma reforma no setor poderia incluir mecanismos de compensação e proteção para os consumidores, além de exigir mais transparência e eficiência na gestão dos recursos.

Prevenção e Transparência: O Papel das Concessionárias

Um dos pontos centrais defendidos pela ANACE é a necessidade de maior transparência por parte das concessionárias de energia elétrica. Para a entidade, as empresas devem ser mais claras sobre os riscos que enfrentam e as medidas que adotam para prevenir interrupções de serviços. A proposta inclui a implementação de sistemas de gestão de riscos mais robustos, que considerem o impacto de eventos climáticos extremos e que sejam capazes de responder rapidamente às emergências.

Além disso, a ANACE defende que as concessionárias invistam em tecnologias que melhorem a resiliência da rede de distribuição de energia. Isso inclui o reforço da infraestrutura, como a substituição de cabos expostos por sistemas subterrâneos nas áreas mais vulneráveis a temporais, bem como a adoção de tecnologias inteligentes para identificar e resolver problemas de forma mais ágil.

A diretora Mariana Amim destacou que uma abordagem mais preventiva pode reduzir significativamente os prejuízos e o tempo de restabelecimento do serviço em casos de desastres naturais. “O planejamento e a prevenção são essenciais. Com o aumento da frequência e da gravidade dos eventos climáticos, é fundamental que as concessionárias estejam preparadas para enfrentar essas situações e garantir a continuidade do serviço”, reforça.

Ação Conjunta Entre Governos e Concessionárias

Outro ponto levantado pela ANACE é a necessidade de uma ação coordenada entre as concessionárias e os diferentes níveis de governo, incluindo prefeituras e governos estaduais e federais. Mariana Amim sugere que uma maior integração entre esses atores pode melhorar a capacidade de resposta às crises climáticas, garantindo que medidas preventivas, como a poda de árvores próximas à rede elétrica e o reforço de estruturas vulneráveis, sejam implementadas de forma eficiente.

A entidade também defende que a coordenação entre governo e concessionárias deve ser ampliada para o desenvolvimento de planos de contingência e resposta rápida em casos de emergências. Esses planos devem ser claros e acessíveis à população, com informações sobre como agir em situações de interrupção prolongada de energia e quais são os direitos dos consumidores nesses casos.

A diretora da ANACE lembrou ainda que a atuação conjunta pode contribuir para a redução dos prejuízos financeiros e sociais causados por eventos climáticos extremos, além de garantir maior segurança para os consumidores. “A resposta às crises climáticas deve ser abrangente, coordenada e eficiente. Isso significa que todos os envolvidos — desde as concessionárias até os governos — precisam agir de forma alinhada para proteger os consumidores e minimizar os impactos”, afirma.

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