Com recursos estratégicos e capacidade industrial, Brasil pode liderar a cadeia global de minerais críticos

Com recursos estratégicos e capacidade industrial, Brasil pode liderar a cadeia global de minerais críticos

MME apresenta estratégias para agregar valor à produção nacional e atrair investimentos em mineração sustentável

O Ministério de Minas e Energia (MME) reafirmou, nesta quinta-feira (5/6), o papel estratégico do Brasil na produção e transformação de minerais críticos para a transição energética global. A apresentação foi realizada durante o segundo dia do Brazil Lithium & Critical Minerals Summit 2025, em Belo Horizonte (MG), evento que reúne representantes do setor público, empresas e investidores nacionais e internacionais para discutir o futuro dos minerais estratégicos.

Em sua fala, o coordenador-geral de Minerais Estratégicos e Transição Energética da Secretaria Nacional de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do MME, Gustavo Masili, destacou que o Brasil não é apenas uma potência mineral em termos de reservas, mas também possui capacidade tecnológica, infraestrutura e ambiente de inovação para agregar valor à sua produção e consolidar uma indústria nacional de transformação mineral.

“Nosso objetivo é posicionar o Brasil como um player global não só na extração, mas também na industrialização de minerais estratégicos, essenciais para as tecnologias de energia limpa, como o lítio, o cobalto e as terras raras”, declarou Masili.

Política de mineração voltada à energia limpa

Durante sua apresentação, Masili apresentou o escopo da Política Mineral Brasileira para a Transição Energética, que busca criar um ecossistema mais competitivo, atrativo e sustentável para investidores e operadores da cadeia mineral. Entre os pilares da política, estão:

  • Agilização dos processos de pesquisa e licenciamento minerário;
  • Prioridade para minerais estratégicos em estudos técnicos e geológicos;
  • Apoio financeiro a projetos com potencial de transformação industrial;
  • Integração com a infraestrutura nacional para facilitar escoamento da produção;
  • Ampliação de parcerias e cooperação técnica internacional.

Essas ações têm como objetivo garantir o suprimento seguro e sustentável de minerais considerados essenciais para o desenvolvimento de tecnologias de baixo carbono, como baterias de veículos elétricos, sistemas de armazenamento de energia e equipamentos de geração renovável.

Potencial do Brasil e o caso do lítio

O painel “Política Mineral Brasileira e Transição Energética: Iniciativas para Minerais Críticos – O Caso do Lítio” destacou a vocação natural do Brasil, em especial do estado de Minas Gerais, para liderar a produção e exportação de lítio de alto grau de pureza, cada vez mais demandado pelos mercados internacionais, principalmente na indústria automotiva e de eletrônicos.

Além do lítio, o país também detém grandes reservas de grafite, nióbio, níquel e terras raras, todos insumos indispensáveis para a economia de baixo carbono. Esse conjunto de ativos, somado à capacidade de pesquisa mineral e à expertise industrial, torna o Brasil um ator-chave na nova geopolítica energética.

Instrumentos para atração de investimentos

Como parte da estratégia para internacionalizar a política mineral, o MME lançou uma versão atualizada do Guia para o Investidor Estrangeiro em Minerais Críticos para a Transição Energética. A publicação reúne informações sobre o marco regulatório, os processos de licenciamento ambiental e os novos instrumentos públicos de financiamento e garantias para empreendimentos minerários, lançados em 2024.

Essa iniciativa visa ampliar a visibilidade do Brasil no mercado global, reduzir riscos para investidores e estimular a implementação de projetos de mineração sustentável e transformação industrial.

Um cenário favorável para o Brasil

Com a crescente demanda por minerais estratégicos e o foco dos países desenvolvidos na redução da dependência de cadeias concentradas na Ásia, o Brasil surge como alternativa confiável, segura e alinhada aos critérios ESG. A presença de representantes internacionais no evento demonstra o interesse do mercado global no potencial brasileiro.

“O mundo precisa de minerais estratégicos, e o Brasil tem o que é necessário: recursos, governança, conhecimento técnico e compromisso com a sustentabilidade”, concluiu Masili.