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Brasil e França ampliam parceria estratégica para acelerar transição energética e fortalecer mineração sustentável

Durante missão oficial a Paris, ministro Alexandre Silveira reforça aliança bilateral para desenvolvimento de tecnologias de baixo carbono, energia limpa e minerais críticos

O Brasil reafirmou nesta semana seu compromisso com uma transição energética justa e sustentável ao aprofundar sua parceria estratégica com a França. O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, participou nesta quinta-feira (5/6), em Paris, de uma reunião de alto nível com o presidente francês Emmanuel Macron, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de autoridades dos dois países, com foco em energia limpa, minerais críticos, descarbonização da economia e segurança energética.

A agenda bilateral consolida a cooperação entre Brasil e França nas áreas de energia e mineração, com ênfase em hidrogênio de baixa emissão, biocombustíveis, energia nuclear e no desenvolvimento de cadeias produtivas de minerais estratégicos, como lítio, níquel, grafite e terras raras.

“O Brasil tem uma das matrizes energéticas mais renováveis do mundo e compartilha com a França o compromisso de uma transição energética baseada em inovação, justiça social e desenvolvimento sustentável”, afirmou Alexandre Silveira durante o encontro, destacando o protagonismo do país no cenário global.

Cooperação internacional como vetor de industrialização verde

Entre os pontos centrais debatidos na missão, estiveram a expansão do diálogo Brasil-França sobre Transição Energética e Minerais Estratégicos, lançado recentemente para fomentar parcerias técnicas e comerciais, atrair investimentos e acelerar o desenvolvimento de tecnologias limpas.

O governo brasileiro reiterou seu interesse em atrair capital estrangeiro para industrialização dos seus recursos naturais, com foco na agregação de valor ao minério extraído, em alinhamento com as diretrizes da Nova Política Industrial Brasileira. A proposta visa transformar o Brasil não apenas em exportador de commodities, mas em hub de tecnologia e inovação energética.

Nesse sentido, o Brasil enfatizou o papel das empresas francesas que já operam no país, como TotalEnergies, Engie, EDF, Voltalia e GreenYellow, na promoção da infraestrutura energética nacional. Essas empresas foram reconhecidas como parceiras estratégicas da transição energética brasileira e sua atuação reforça o potencial do Brasil como destino de investimentos sustentáveis.

Energia nuclear e infraestrutura energética em pauta

Durante o encontro, também foi renovado o compromisso com a parceria estratégica entre o Brasil e a empresa francesa Framatome, que coopera no desenvolvimento do projeto da usina nuclear Angra 3. O governo brasileiro demonstrou abertura para o intercâmbio de conhecimento com instituições francesas em temas como eficiência energética, hidrogênio verde e transmissão elétrica — fundamentais para ampliar a resiliência do Sistema Interligado Nacional (SIN).

Outro tema relevante foi o esforço do governo brasileiro para mitigar os cortes na geração de energia renovável, garantindo o escoamento da produção e reduzindo os impactos para consumidores e geradores. O Brasil reforçou seu papel como potência verde no G20, com mais de 80% da geração elétrica proveniente de fontes renováveis, e destacou políticas que buscam conciliar segurança energética, inclusão social e sustentabilidade ambiental.

Diálogo diplomático de alto nível

A reunião bilateral integrou a agenda oficial da visita de Estado do presidente Lula à França, marcada por encontros políticos, econômicos e culturais. Estiveram presentes, pelo lado brasileiro, os ministros das Relações Exteriores, Justiça e Segurança Pública, Portos e Aeroportos, Cultura, Meio Ambiente, além do embaixador do Brasil na França, do comandante da Marinha e de representantes do Cerimonial e da Assessoria Especial da Presidência.

Do lado francês, participaram os ministros do Interior, Economia e Finanças, Transição Ecológica e Negócios Estrangeiros, além de diplomatas e técnicos de alto escalão.

O ministro Alexandre Silveira encerrou sua participação reiterando que o fortalecimento da parceria com a França se insere em uma estratégia mais ampla de projetar o Brasil como líder global da transição energética e da nova economia verde. “Trabalhamos para que nossas riquezas naturais se convertam em prosperidade, empregos qualificados e inovação tecnológica, em cooperação com nossos parceiros internacionais”, concluiu.

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