Conectividade, compactação e segurança impulsionam a modernização dos sistemas elétricos diante da transformação digital e das exigências do mercado energético
Em um cenário de transição energética, digitalização e crescente demanda por eficiência operacional, o setor de distribuição elétrica vive uma transformação sem precedentes. Nesse contexto, os painéis elétricos, fundamentais para a operação segura de sistemas de baixa e média tensão, assumem um novo protagonismo, guiados por três pilares inegociáveis: conectividade, compactação inteligente e certificação.
De acordo com dados do setor, o mercado global de transmissão, controle e distribuição de energia elétrica, que movimentou US$ 2,86 trilhões em 2023, tem previsão de atingir US$ 3,03 trilhões até 2031, com uma taxa média de crescimento anual de 6,1%. Quando se observa especificamente o mercado de equipamentos de distribuição de energia, os números também impressionam. Avaliado em US$ 110,4 bilhões no ano passado, o segmento deverá alcançar US$ 139,1 bilhões até 2030, crescendo 3,7% ao ano.
Esses números não apenas refletem a expansão do setor, mas também sinalizam a urgência na adoção de soluções mais tecnológicas, compactas e seguras, capazes de atender às exigências de um mercado cada vez mais complexo e digitalizado.
O futuro da distribuição elétrica passa pela conectividade
Se no passado os painéis elétricos tinham uma função essencialmente estática, distribuir energia de forma segura, hoje eles se tornam ativos inteligentes dentro da infraestrutura elétrica.
“Estamos diante de uma transformação estrutural. A conectividade dos painéis elétricos permite monitorar, diagnosticar e agir remotamente, garantindo não só mais eficiência, mas também mais segurança e previsibilidade nas operações”, afirma Fábio Amaral, CEO da Engerey, empresa especializada na fabricação de painéis elétricos de baixa e média tensão.
A adoção de tecnologias como Internet das Coisas (IoT), sensores inteligentes e softwares de análise de dados já permite que os painéis atuem como verdadeiros centros de controle. Eles são capazes de:
- Monitorar o consumo e o desempenho em tempo real;
- Detectar anomalias e gerar alertas automáticos;
- Reduzir falhas operacionais por meio de manutenção preditiva;
- Possibilitar a gestão remota, otimizando o tempo de resposta em situações críticas.
“Hoje, os painéis elétricos se assemelham a dispositivos inteligentes, como smartphones. Estão conectados, monitoram o próprio desempenho e comunicam falhas antes mesmo que elas se tornem problemas críticos”, reforça Amaral.
Essa evolução permite às empresas mitigar riscos, reduzir custos operacionais, evitar paradas não planejadas e atender às demandas de um mundo que exige infraestruturas elétricas cada vez mais resilientes e inteligentes.
Compactação inteligente: mais eficiência, menos espaço
Outro movimento que ganha força é a busca por soluções mais compactas, mas sem abrir mão da robustez e da segurança. A chamada compactação inteligente responde à necessidade de espaços menores, comuns em centros urbanos, data centers, indústrias e edifícios corporativos.
“As empresas precisam otimizar seus espaços físicos sem comprometer a eficiência elétrica. Os painéis atuais são projetados para oferecer alta performance, ocupando uma fração do espaço que modelos tradicionais exigiam”, destaca Amaral.
A redução do tamanho não significa perda de capacidade. Pelo contrário. Os painéis elétricos modernos oferecem:
- Menor área ocupada;
- Instalação mais rápida e simplificada;
- Redução de custos com infraestrutura civil;
- Facilidade na manutenção e ampliação dos sistemas.
Além dos benefícios operacionais, essa compactação permite que os ambientes sejam projetados de forma mais eficiente, econômica e sustentável, contribuindo diretamente para a redução da pegada de carbono das instalações.
Certificação: segurança deixa de ser diferencial e se torna requisito obrigatório
Se a conectividade e a compactação representam avanços tecnológicos e operacionais, a certificação dos painéis elétricos se consolida como uma exigência incontornável para garantir segurança e conformidade com padrões nacionais e internacionais.
Dados do setor revelam uma estatística alarmante: 60% dos painéis vendidos no Brasil não atendem às normas técnicas exigidas. Isso representa não apenas um risco à segurança de pessoas e patrimônios, mas também um problema jurídico e regulatório para empresas que operam fora da conformidade.
“A certificação deixou de ser um diferencial competitivo. Ela passou a ser um pré-requisito mínimo. Empresas que não adotam painéis certificados expõem suas operações a riscos severos”, alerta Amaral.
Atualmente, as normas mais exigidas são a IEC 61439-1/2, que estabelece os requisitos para conjuntos de baixa tensão, e a IEC 62271-200, aplicável aos conjuntos de média tensão.
A adoção dessas normas assegura que os equipamentos sejam testados e validados para operar em condições críticas, resistindo a curtos-circuitos, sobrecargas, falhas térmicas e outros eventos que possam colocar em risco tanto os operadores quanto os ativos empresariais.
“Trabalhar com painéis certificados não é apenas uma exigência técnica, mas uma demonstração clara de responsabilidade com segurança, sustentabilidade e conformidade regulatória. Além disso, é um passaporte para competitividade no mercado nacional e internacional”, conclui Amaral.
Setor elétrico acelera sua transformação rumo a um futuro mais seguro, inteligente e sustentável
O avanço na fabricação e no desenvolvimento de painéis elétricos inteligentes e certificados reflete a evolução do próprio setor elétrico. Mais do que uma tendência, trata-se de uma necessidade urgente para acompanhar as exigências de digitalização, transição energética e segurança operacional.
Empresas que não se adaptarem rapidamente ficarão à margem de um mercado que, além de extremamente competitivo, está cada vez mais pautado pela inovação, pela sustentabilidade e pela eficiência.
