Durante o Fórum Econômico Mundial no Rio, executivos da companhia destacam a importância da modernização e digitalização das redes diante dos impactos das mudanças climáticas
A Enel Brasil anunciou um robusto plano de investimento de R$ 25,3 bilhões no país até 2027, com foco na modernização, digitalização e aumento da resiliência das redes de distribuição de energia elétrica. O anúncio foi feito durante a participação da companhia no Fórum Econômico Mundial, realizado no Rio de Janeiro, em uma sessão dedicada à transição energética no Brasil.
O CEO da Enel Brasil, Antonio Scala, destacou que R$ 24 bilhões desse montante serão destinados exclusivamente ao segmento de distribuição de energia, representando um crescimento superior a 60% em relação ao ciclo anterior de investimentos. O executivo reforçou que este é um movimento essencial para preparar a infraestrutura elétrica brasileira diante dos desafios crescentes impostos pelas mudanças climáticas e pela aceleração da transição energética.
“Esses investimentos são fundamentais para construir uma infraestrutura energética mais moderna, robusta e resiliente às mudanças climáticas no país”, afirmou Scala durante o evento.
Resiliência da rede: uma resposta às mudanças climáticas
O impacto crescente dos eventos climáticos extremos no Brasil, como ondas de calor, temporais, enchentes e ventanias severas, tem pressionado as distribuidoras de energia a reforçar suas redes e aprimorar sua capacidade de resposta. Durante o Fórum, Scala destacou que a resiliência da rede não é mais uma opção, mas uma necessidade estratégica para garantir a continuidade do fornecimento, proteger a segurança energética e assegurar a confiança dos consumidores.
A Enel também defendeu que os novos contratos de concessão devem prever modelos regulatórios que incentivem investimentos em digitalização, automação e modernização das redes, além de mecanismos que reconheçam os custos crescentes associados à adaptação climática.
Ampliação operacional e melhoria no atendimento
Além dos investimentos na infraestrutura física, a Enel Brasil também apresentou os resultados de seu plano operacional focado na eficiência e na qualidade do serviço. Um dos destaques foi a ampliação da contratação de equipes de campo, medida que já apresenta resultados concretos.
Segundo Scala, na operação da Enel em São Paulo, o tempo médio de atendimento às ocorrências caiu cerca de 50% no último verão, período historicamente crítico para o setor, marcado por altas temperaturas e chuvas intensas.
Essa melhoria decorre tanto do reforço das equipes quanto da implementação de soluções digitais, como monitoramento remoto, inteligência artificial aplicada à manutenção preditiva e maior automação na gestão da rede.
A participação no Fórum Econômico Mundial
A presença da Enel no Fórum reuniu nomes de peso da liderança global e local da companhia, incluindo:
Nicoló Mardegan, diretor global de Relações Externas da Enel;
Ronaldo Camargo, diretor de Relações Institucionais da Enel Brasil;
Francesco Moliterni, presidente da Enel Rio.
Durante os debates, os executivos defenderam que a transição energética precisa ser acompanhada de investimentos maciços na infraestrutura elétrica, sob pena de o Brasil não conseguir sustentar a crescente demanda por eletrificação — impulsionada por fatores como a expansão dos veículos elétricos, a geração distribuída, o mercado livre de energia e as metas de descarbonização.
Investimento alinhado à transição energética
A Enel Brasil destacou que sua estratégia está totalmente alinhada aos objetivos globais de neutralidade de carbono, digitalização dos serviços e fortalecimento da resiliência operacional. O plano de investimento busca garantir não apenas uma rede mais robusta, mas também mais eficiente, digital e preparada para o futuro, onde a energia limpa e a tecnologia caminham lado a lado.
O pacote de investimentos contempla, entre outros itens:
Modernização de subestações;
Expansão de redes inteligentes (smart grids);
Aumento da automação em tempo real;
Instalação de sensores climáticos e sistemas de previsão de eventos extremos;
Fortalecimento da capacidade de resposta emergencial;
Digitalização do relacionamento com os clientes.
Brasil como prioridade estratégica para a Enel
O CEO Antonio Scala reforçou que o Brasil segue sendo um dos mercados mais estratégicos para o grupo Enel no mundo. “Estamos comprometidos em seguir investindo, inovando e colaborando com as autoridades, clientes e a sociedade para acelerar a transição energética no país. Nossa missão é garantir energia de qualidade, limpa e resiliente para todos”, concluiu.
A sinalização da Enel confirma uma tendência clara no setor elétrico: empresas que pretendem ser protagonistas na transição energética precisarão investir não apenas em fontes renováveis, mas também em uma rede elétrica preparada para os desafios climáticos e tecnológicos das próximas décadas.