Relatório da OLADE revela avanço da matriz elétrica regional, com índice de renovabilidade de 65% e protagonismo da hidrelétrica, eólica e solar
A América Latina e o Caribe registraram um avanço expressivo na geração de eletricidade no mês de janeiro de 2025, consolidando a tendência de diversificação da matriz energética e reafirmando o protagonismo das fontes renováveis na região. De acordo com o Relatório Mensal de Geração de Energia Elétrica nº 2, publicado pela Organização Latino-Americana de Energia (OLADE), foram produzidos 162 terawatts-hora (TWh) de eletricidade no período, um crescimento de 8% em relação a dezembro de 2024.
O aumento foi impulsionado tanto pela intensificação do uso de fontes renováveis quanto pela contribuição crescente do gás natural, que atingiu 5,4 TWh no mês. O índice de renovabilidade da matriz atingiu 65%, com destaque para a geração hidrelétrica, que respondeu por 45,5% da produção total de energia elétrica. Em paralelo, as fontes eólica e solar fotovoltaica apresentaram crescimentos significativos, com acréscimos de 2,0 TWh e 0,9 TWh, respectivamente.
Segundo a OLADE, esses números revelam uma tendência clara de consolidação da transição energética na América Latina e no Caribe, aliando segurança energética à redução das emissões de gases de efeito estufa. Nove países da região ultrapassaram o índice de 75% de geração renovável, demonstrando o compromisso com metas de descarbonização e desenvolvimento sustentável.
Gás natural ganha protagonismo na base energética regional
Apesar do crescimento expressivo das fontes renováveis, o gás natural se consolidou como segunda principal fonte de energia na matriz elétrica latino-americana, respondendo por 25,9% da geração total em janeiro. Esse avanço reflete o papel estratégico do gás como fonte de transição, capaz de garantir flexibilidade ao sistema, complementar fontes intermitentes como a solar e a eólica e substituir gradualmente combustíveis mais poluentes, como o carvão e o óleo combustível.
A elevação da geração por gás natural também está alinhada aos investimentos em infraestrutura de transporte e distribuição na região, especialmente em países como México, Argentina, Brasil e Trinidad e Tobago.
Renováveis: pilar da segurança energética e da descarbonização
A energia hidrelétrica permanece como base da geração renovável na região, mas há uma crescente participação de fontes alternativas não convencionais. O avanço da energia eólica em mercados como Chile, Uruguai e Brasil, e o crescimento da solar fotovoltaica no México e na América Central, indicam um movimento consistente rumo à diversificação da matriz energética.
Além de contribuir para a segurança energética, essas fontes oferecem vantagens ambientais e econômicas, como menor emissão de poluentes, geração de empregos verdes e redução na dependência de combustíveis fósseis importados.
Descarbonização e integração regional
A liderança de nove países com mais de 75% de geração renovável é um marco relevante na corrida para o cumprimento das metas climáticas estabelecidas no Acordo de Paris. Países como Uruguai, Paraguai, Costa Rica e Panamá têm se destacado por políticas públicas consistentes, marcos regulatórios favoráveis e investimentos robustos em infraestrutura de geração e transmissão renovável.
A OLADE reforça, em seu relatório, a importância da integração energética regional, que pode ampliar a segurança elétrica, reduzir custos operacionais e permitir o aproveitamento complementar das fontes disponíveis em diferentes países, especialmente em momentos de seca ou intermitência solar e eólica.
Transição energética avança com equilíbrio entre fontes e estabilidade regulatória
A análise mensal de janeiro de 2025 confirma que a transição energética na América Latina e no Caribe está em curso de forma equilibrada, com protagonismo das fontes limpas, apoio estratégico do gás natural e avanços importantes em políticas de eficiência e integração.
Com base nos dados mais recentes, a região segue posicionada como um exemplo global de matriz elétrica limpa, resiliente e em expansão, demonstrando que é possível conciliar crescimento econômico, segurança energética e preservação ambiental.