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Busca por certificações de energia renovável mais do que dobra no Brasil e projeta crescimento de 30% em 2025

Setor avança com adesão de empresas às metas de sustentabilidade, ampliação da rastreabilidade da energia e potencial inexplorado na matriz elétrica nacional

A busca por fontes de energia limpa e a crescente pressão por metas de sustentabilidade e redução da pegada de carbono têm impulsionado significativamente o mercado brasileiro de certificações de energia renovável. Segundo dados do Instituto Totum, emissor local e responsável pela auditoria e emissão dos certificados internacionais de energia renovável (I-RECs) no país, as emissões saltaram de 21,8 milhões em 2022 para 50 milhões em 2024. Para este ano, a projeção é de que o volume atinja a marca de 65 milhões, o que representa um crescimento adicional de 30%.

Esse movimento reflete a adesão cada vez maior das empresas brasileiras aos compromissos globais de sustentabilidade, à mitigação das emissões de gases de efeito estufa (GEE) e ao fortalecimento de sua imagem corporativa junto a consumidores e investidores.

Certificação internacional impulsiona a rastreabilidade da energia renovável

Os I-RECs (International Renewable Energy Certificates) são instrumentos que garantem a rastreabilidade da energia consumida por empresas e instituições, comprovando sua origem renovável. Cada megawatt-hora (MWh) de energia gerada a partir de fontes limpas corresponde à emissão de um certificado, permitindo que organizações comprovem seu compromisso com a sustentabilidade.

De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), atualmente 84,25% da matriz elétrica brasileira é composta por fontes renováveis. No entanto, apenas 20% dessa energia é certificada, o que revela um enorme potencial de expansão do mercado de certificados e demonstra que ainda há espaço significativo para o fortalecimento das práticas de rastreabilidade e comprovação de origem da energia consumida.

Para adquirir o I-REC, as empresas devem, primeiramente, verificar o volume de energia consumido e, em seguida, contratar a quantidade correspondente de certificados.

“A certificação possui reconhecimento internacional. Os I-RECs podem ser utilizados para abater as emissões do Escopo 2 do GHG Protocol, referentes ao consumo de energia elétrica. Além disso, reforçam o posicionamento das entidades em relação às causas socioambientais”, destaca Lívia Ramos, gerente comercial e de atributos ambientais da Serena.

Instrumento estratégico para metas ambientais globais

Além de reforçar o posicionamento sustentável das empresas, os I-RECs são essenciais para que organizações atinjam metas climáticas estabelecidas por iniciativas globais, como o RE100, GHG Protocol, Carbon Disclosure Program (CDP) e Leadership in Energy and Environmental Design (LEED).

“Os certificados de energia renovável são aliados estratégicos para instituições comprometidas com a transição energética e com a mitigação das emissões de GEE”, complementa Ramos.

O avanço da demanda por certificações também está alinhado à tendência internacional de maior rigor na transparência sobre a origem da energia consumida, como parte das boas práticas de ESG (Environmental, Social and Governance), um dos pilares decisivos para atrair investimentos.

Brasil deve se consolidar como protagonista no mercado global de créditos de carbono

Além do crescimento exponencial do mercado de certificações de energia renovável, o Brasil também caminha para se posicionar como um dos principais atores no mercado de créditos de carbono. De acordo com estudo da consultoria McKinsey, o país pode responder por até 15% desse mercado até 2030.

Esse protagonismo será impulsionado por governos, instituições e indivíduos que, ao não conseguirem reduzir integralmente suas emissões de GEE, optam pela compra de créditos de carbono gerados por empresas com maior capacidade de abatimento, como a Serena.

Os créditos de carbono representam a redução certificada de uma tonelada métrica de dióxido de carbono (CO2) ou a quantidade equivalente de outros gases de efeito estufa (GEE). Empresas habilitadas, como a Serena, que geram energia 100% limpa e deixam de emitir GEE, podem registrar seus ativos para a emissão e comercialização desses créditos.

Reconhecimento à excelência ambiental da Serena

Em consonância com sua atuação sustentável, a Serena recebeu pelo quarto ano consecutivo o Selo Ouro no Programa Brasileiro GHG Protocol, adaptação nacional da metodologia internacional que certifica a excelência na contabilização e gestão das emissões de GEE.

“A conquista desse resultado, pela quarta vez consecutiva, demonstra o compromisso da Serena com suas metas de descarbonização até 2030. Estamos investindo em operações e capacitando nossos times para ampliar a geração de energia renovável nos países onde atuamos”, comenta Fabiana Polido, diretora comercial da Serena Energia.

A validação do inventário de emissões da Serena foi realizada por uma terceira parte independente, reforçando a credibilidade do processo e o rigor técnico da equipe de Meio Ambiente da companhia.

Perspectivas para o futuro: expansão sustentável e novos mercados

O avanço expressivo na emissão de certificados de energia renovável e a inserção do Brasil no mercado global de créditos de carbono reforçam a tendência de crescimento sustentável do setor elétrico brasileiro. A busca por energia limpa, a necessidade de conformidade regulatória e a demanda por ações efetivas de mitigação das mudanças climáticas são fatores que devem manter o ritmo de expansão nos próximos anos.

O fortalecimento das certificações e dos mecanismos de rastreabilidade torna-se, assim, um diferencial competitivo importante, ao mesmo tempo em que contribui para a consolidação do Brasil como potência verde no cenário internacional.

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