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ONS projeta alta de 2,1% na demanda de energia em junho, mas chuvas ficam abaixo da média em todo o país

Estimativas indicam crescimento no consumo de energia elétrica, enquanto reservatórios devem operar em queda e afluências ficam abaixo da média histórica em todos os subsistemas

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) divulgou, nesta sexta-feira (24), seu boletim mensal com as projeções para o comportamento do sistema elétrico brasileiro no mês de junho. Segundo o órgão, a carga de energia elétrica no Brasil deverá crescer 2,1% na comparação anual, atingindo uma média de 77.302 megawatts (MW) ao longo do mês.

O crescimento reflete um cenário de retomada gradual da atividade econômica, aliado à sazonalidade típica do período, que registra aumento na demanda por energia, especialmente nas regiões com temperaturas mais baixas no inverno.

Por outro lado, a notícia não vem acompanhada de pleno conforto hidrológico. O ONS alerta que as chuvas que abastecem os principais reservatórios do país ficarão abaixo da média histórica em todos os subsistemas durante o mês de junho.

Afluências abaixo da média em todo o país

De acordo com o relatório, os volumes de chuvas que contribuem para os rios e reservatórios — conhecidos tecnicamente como Energia Natural Afluente (ENA) — serão inferiores aos patamares históricos em todas as regiões. As projeções são as seguintes:

  • Sudeste/Centro-Oeste: 75% da média histórica;
  • Sul: 86%;
  • Nordeste: 29%, sinalizando situação especialmente crítica;
  • Norte: 57%.

O destaque negativo vai para o Nordeste, cuja previsão de apenas 29% da média histórica acende um sinal de alerta para a operação das hidrelétricas da região. Esse patamar é significativamente baixo e, embora o subsistema nordestino tenha hoje forte presença de geração eólica e solar, a limitação hídrica pode pressionar a operação do sistema interligado nacional.

Reservatórios seguem trajetória de queda

No que se refere ao armazenamento, a situação também requer atenção. O ONS estima que, ao final de junho, os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste, que são os principais responsáveis pela segurança energética do país, deverão apresentar nível de 66,8% da capacidade, ante 68,5% registrados atualmente.

Esse recuo, embora dentro de uma faixa operacional considerada segura para o período seco, reforça a importância da diversificação da matriz elétrica e do planejamento adequado para enfrentar possíveis estresses no sistema, especialmente se o cenário de afluências abaixo da média persistir nos próximos meses.

Crescimento da carga exige atenção à operação do sistema

O crescimento de 2,1% na carga de energia elétrica reflete a combinação de vários fatores, incluindo a expansão econômica setorial, a atividade industrial e também padrões sazonais de consumo.

O boletim do ONS indica que, embora o sistema elétrico brasileiro esteja robusto, a combinação de aumento da carga com hidrologia desfavorável exige atenção redobrada dos operadores, agentes do mercado e formuladores de políticas públicas.

A maior dependência de fontes complementares, como térmicas, e o acionamento mais intenso de usinas eólicas e solares devem continuar sustentando o equilíbrio do sistema ao longo do mês.

Cenário reforça importância da diversificação da matriz

Os dados do ONS reforçam uma tendência observada nos últimos anos: a crescente importância das fontes renováveis não hídricas, solar e eólica, na segurança do fornecimento de energia no Brasil, especialmente em períodos secos ou de hidrologia abaixo da média.

Por outro lado, o desempenho dos reservatórios ainda é determinante para a estabilidade do sistema, principalmente no Sudeste/Centro-Oeste, que responde sozinho por mais de 60% da capacidade de armazenamento do país.

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