Cresce na Bahia a busca por alternativas como energia por assinatura e migração para o Mercado Livre, impulsionada pelo reajuste tarifário e bandeira amarela
O aumento na tarifa de energia elétrica na Bahia, autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) com reajuste médio de 2,05%, somado ao acionamento da bandeira amarela em maio, tem pressionado o orçamento de comerciantes e empresários no estado. Em um cenário onde o custo da eletricidade impacta diretamente a sustentabilidade financeira dos negócios, cresce a procura por soluções que ofereçam alívio na fatura e previsibilidade no orçamento.
Diante desse contexto, duas alternativas têm se destacado entre os empresários baianos: a migração para o Mercado Livre de Energia e a Energia por Assinatura, modelos que prometem não apenas reduzir custos, mas também aumentar a competitividade do setor varejista.
De acordo com a Prime Energy, comercializadora de energia e fornecedora exclusiva de soluções da Shell Energy no Brasil para clientes empresariais, o movimento de adesão a essas modalidades tem se intensificado na Bahia, especialmente entre pequenos e médios empresários que buscam proteger seus negócios contra os aumentos constantes das tarifas no mercado regulado.
Energia mais barata e previsível no Mercado Livre
O CEO interino da Prime Energy, Mateus Tolentino, explica que o Mercado Livre de Energia tem sido a principal escolha para empresas que buscam uma gestão mais eficiente dos seus custos operacionais.
“No Mercado Livre de Energia, o empresário negocia diretamente seu contrato de fornecimento, podendo definir volume, prazo e até preço, o que proporciona não só economia, mas também previsibilidade orçamentária. Isso é essencial para planejar investimentos e manter a competitividade, principalmente frente aos concorrentes que ainda estão presos às tarifas do mercado regulado”, destaca Tolentino.
Entre os principais benefícios da migração para o Mercado Livre estão:
- Redução de custos que pode chegar a até 35%;
- Contratos personalizados, adaptados ao perfil de consumo;
- Previsibilidade dos custos energéticos;
- Possibilidade de aquisição de energia renovável, reforçando compromissos ESG.
Apesar das vantagens, Tolentino ressalta que a migração exige que o consumidor atenda a alguns critérios regulatórios, como demanda mínima, além de se comprometer com prazos contratuais que costumam variar entre 3 e 5 anos.
Energia por assinatura: solução imediata e sem burocracia
Para empresas que ainda não podem ou não querem migrar para o Mercado Livre, surge uma alternativa que tem ganhado espaço no estado: a Energia por Assinatura.
Lançado pela Prime Energy na Bahia em 2025, o serviço permite que o cliente continue no mercado regulado, mas com acesso a uma economia de até 20% na conta de luz. O modelo funciona com base na compensação de créditos de energia gerados por usinas parceiras, todas de fontes renováveis, como solar e eólica.
“A Energia por Assinatura foi desenvolvida justamente para atender pequenos e médios empresários que possuem contas de energia a partir de R$ 1 mil. É uma solução simples, sem necessidade de investimento em infraestrutura, sem obras e sem alteração no fornecimento. O cliente apenas contrata uma cota mensal e começa a receber os descontos diretamente na fatura da concessionária local”, explica Tolentino.
O modelo não exige adesão a contratos de longo prazo e oferece flexibilidade para quem precisa de alívio imediato nas despesas sem enfrentar processos regulatórios ou mudanças operacionais.
Por que os empresários estão adotando essas soluções?
O aumento da tarifa de energia não é um fenômeno isolado. O acionamento da bandeira amarela em maio, que adiciona um custo extra de R$ 1,88 a cada 100 kWh consumidos, reflete um cenário climático adverso, com baixos níveis nos reservatórios, além de custos crescentes de geração.
Diante disso, o setor empresarial baiano, especialmente o varejo, tem buscado saídas rápidas e eficientes para manter suas operações sustentáveis. Além da questão financeira, muitos empresários estão atentos às pressões do mercado por práticas mais sustentáveis e à crescente valorização de modelos de consumo energético limpos e inteligentes.
“A busca não é só por economia, mas também por uma gestão mais sustentável. Quando o empresário adere à energia por assinatura, ele contribui diretamente para a expansão das fontes renováveis no país. Já quem opta pelo Mercado Livre pode escolher adquirir energia de matrizes 100% limpas”, acrescenta Tolentino.
Expansão do modelo na Bahia
A expectativa da Prime Energy é que o modelo de energia por assinatura se consolide como uma das principais soluções para pequenos e médios negócios na Bahia nos próximos anos. Já a migração para o Mercado Livre, que até pouco tempo era restrita a grandes consumidores, vem se tornando mais acessível com a abertura gradual do mercado, prevista para se acelerar a partir de 2026.
O avanço dessas alternativas está alinhado às transformações do setor elétrico brasileiro, que caminha para um modelo mais aberto, descentralizado, sustentável e eficiente.
Futuro do setor: liberdade, economia e sustentabilidade
O cenário aponta para uma mudança estrutural na forma como empresas — e, em breve, consumidores residenciais — contratam energia no Brasil. A combinação entre energia limpa, economia e liberdade de escolha se tornou não apenas uma vantagem competitiva, mas uma necessidade estratégica.
“O empresário que não se atentar para essa transição corre o risco de ficar para trás. Energia não é mais só custo — é gestão, é diferencial competitivo e também responsabilidade socioambiental”, conclui Tolentino.