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Inflação desacelera para 0,36% em maio, mas energia elétrica pressiona índice com alta de 1,68%

Mudança na bandeira tarifária e reajustes regionais elevam o custo da energia elétrica e tornam o item o principal responsável pela inflação do mês, segundo dados do IBGE

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, registrou alta de 0,36% em maio, após a elevação de 0,43% verificada em abril. O dado foi divulgado nesta terça-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O principal fator de impacto no resultado foi o aumento no preço da energia elétrica residencial, que apresentou variação de 1,68% no período.

De acordo com o IBGE, a alta no custo da energia elétrica foi impulsionada pela alteração na bandeira tarifária, que passou de verde, em abril, para amarela, em maio. Com a adoção da bandeira amarela, houve a imposição de uma cobrança adicional de R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos, onerando as despesas das famílias e impactando diretamente o índice inflacionário.

O IPCA-15 acumulado no ano atingiu 2,80%, enquanto, no acumulado de 12 meses, a inflação chegou a 5,40%, permanecendo acima do teto da meta estipulada pelo Banco Central (BC). Para 2025, a meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3,0%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Embora o resultado de maio seja inferior ao registrado no mesmo mês de 2024, quando a prévia da inflação foi de 0,44%, o dado reforça a preocupação com os custos da energia elétrica como fator de pressão recorrente sobre a inflação brasileira. Sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram alta de preços no mês, sinalizando uma inflação disseminada.

Além da mudança na bandeira tarifária, reajustes tarifários regionais também contribuíram para o aumento da energia elétrica residencial. Em Salvador, foi aprovado um reajuste de 2,07%, com vigência a partir de 22 de abril. Em Recife, o aumento foi de 3,33%, vigente desde 29 de abril. Por outro lado, em Fortaleza houve redução de 1,68% nas tarifas de energia, indicando um comportamento heterogêneo entre as regiões.

O grupo Habitação, que inclui os serviços de energia, água, esgoto e gás encanado, também apresentou elevação em outros componentes. A taxa de água e esgoto subiu 0,51% no mês, reflexo de reajustes em diversas localidades: Recife, com aumento de 9,98% (impacto de 6,45%), a partir de 26 de abril; Goiânia, com reajuste de 4,17% (efeito de 2,04%) desde 1º de abril; e Porto Alegre, com elevação de 6,58% (resultado de 1,27%) a partir de 4 de maio.

Outro item que contribuiu para o aumento dos custos no grupo Habitação foi o gás encanado, com alta média de 0,77%. No Rio de Janeiro, o reajuste aplicado foi de 0,38%, vigente desde 1º de maio, resultando em uma elevação de 0,12% no indicador.

Apesar da desaceleração em relação ao mês anterior, os dados do IPCA-15 de maio revelam que a inflação continua sendo impulsionada por fatores relacionados a energia e serviços essenciais, como água e gás, que são indispensáveis ao cotidiano das famílias. Esses aumentos representam desafios para o controle da inflação dentro dos limites estipulados pela política monetária.

Para os consumidores, os reajustes impactam diretamente o orçamento doméstico, enquanto para o setor elétrico e de saneamento, os dados reforçam a necessidade de planejamento regulatório e tarifário, especialmente diante das oscilações nas condições climáticas e no custo de geração de energia.

A divulgação do IPCA-15 é considerada um termômetro importante para a definição da política de juros pelo Banco Central, que monitora atentamente a trajetória da inflação e seus componentes. A manutenção da inflação acima da meta pode influenciar decisões sobre a taxa Selic, atualmente em processo de ajuste gradual.

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