Companhia adquire participações nos parques eólicos Serra do Tigre e Cajuína III, no Rio Grande do Norte, e assegura 115 MW médios de energia renovável para suas operações
A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) deu mais um passo estratégico na sua jornada de transição energética e descarbonização. A companhia anunciou a aquisição de participações em projetos de autoprodução de energia eólica dos grupos Casa dos Ventos e Auren Energia, em um movimento que reforça seu compromisso com a sustentabilidade e a competitividade operacional.
O valor total das transações é de R$ 158 milhões, com contratos de fornecimento de energia que totalizam 115 megawatts médios (MWm) — energia suficiente para suprir uma parcela relevante da demanda da unidade industrial da CBA, localizada no estado de São Paulo.
De acordo com o comunicado oficial da empresa, a operação compreende a compra de 60 MWm provenientes do Complexo Eólico Serra do Tigre, desenvolvido pela Casa dos Ventos, e 55 MWm do parque Cajuína III, operado pela Auren Energia. Ambos os empreendimentos estão situados no estado do Rio Grande do Norte, uma das regiões mais competitivas do país para geração de energia eólica, devido à sua alta incidência de ventos constantes e estáveis.
Energia Limpa Como Vetor de Crescimento
A CBA destaca que os acordos firmados são fundamentais para ampliar sua matriz energética renovável, alinhando a estratégia de longo prazo com os compromissos de sustentabilidade assumidos pela companhia.
“Essas aquisições reforçam nossa estratégia de diversificação da matriz energética, ampliando a capacidade de geração de energia nova, competitiva e renovável, garantindo assim as condições para o crescimento sustentável de longo prazo”, afirma a empresa em comunicado.
A gestão dos ativos, incluindo operação e manutenção dos parques, continuará sob responsabilidade das geradoras originais, Casa dos Ventos e Auren. Este modelo permite à CBA concentrar seus esforços na segurança energética e na redução de custos operacionais, sem a necessidade de gerir diretamente os ativos de geração.
Autoprodução: Vantagem Competitiva no Setor Industrial
A busca por fontes próprias de energia não é novidade no setor de alumínio, tradicionalmente um dos maiores consumidores industriais de energia elétrica no mundo. A autoprodução se torna, cada vez mais, uma estratégia fundamental para reduzir a exposição à volatilidade dos preços no mercado livre de energia e mitigar riscos associados às flutuações regulatórias.
No caso da CBA, esse movimento também está profundamente alinhado com as metas de descarbonização. A indústria do alumínio é, historicamente, uma das mais intensivas em consumo de energia. Portanto, garantir que essa energia seja majoritariamente renovável é uma condição não apenas econômica, mas também reputacional e estratégica frente às exigências crescentes dos mercados internacionais e investidores ESG.
Acelerando a Transição Energética no Brasil
O Rio Grande do Norte, onde estão localizados os parques Serra do Tigre e Cajuína III, lidera o ranking nacional de geração de energia eólica, sendo responsável por cerca de 30% da produção eólica do país, segundo dados da ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica). O estado se consolida como um dos polos mais relevantes da transição energética no Brasil, atraindo investimentos robustos de empresas dos mais diversos setores.
Essa movimentação da CBA reflete uma tendência crescente entre indústrias eletrointensivas que buscam assegurar contratos de longo prazo em projetos renováveis, seja por meio de autoprodução, joint ventures ou PPAs (Power Purchase Agreements).
Sustentabilidade e Competitividade Caminham Juntas
Além de assegurar energia limpa e de custo competitivo, a operação consolida a posição da CBA como uma das líderes na integração entre sustentabilidade e competitividade industrial no setor de metais não ferrosos. O movimento também fortalece sua aderência aos princípios ESG, cada vez mais demandados por investidores, clientes e pela sociedade.
Com essa aquisição, a CBA não apenas protege sua operação contra volatilidades de preços no mercado livre, mas também avança de forma consistente na redução da pegada de carbono de sua cadeia produtiva — um diferencial competitivo que ganha relevância crescente no mercado global de alumínio.
Perspectivas Futuras
O setor elétrico brasileiro, especialmente nas fontes renováveis, deve continuar atraindo movimentos semelhantes, tanto por parte da indústria de base quanto de outros segmentos que buscam garantir sua segurança energética e atender às crescentes demandas de sustentabilidade.
Para a CBA, a expectativa é que essa estratégia de diversificação energética continue sendo um dos pilares para viabilizar seu plano de crescimento, reforçando o papel da companhia como referência em produção de alumínio de baixo carbono no Brasil e no mundo.