Relatório do Ministério de Minas e Energia destaca crescimento de 5% na capacidade de geração, expansão da infraestrutura de transmissão e aumento expressivo da geração distribuída, consolidando a transição para uma matriz mais limpa e robusta
O setor elétrico brasileiro encerrou o ano de 2024 com avanços significativos em infraestrutura, capacidade de geração e qualidade no fornecimento de energia, segundo aponta o Boletim de Monitoramento do Sistema Elétrico Brasileiro – Edição Especial, divulgado pelo Ministério de Minas e Energia (MME).
A publicação apresenta um panorama detalhado da evolução do sistema elétrico nacional, consolidando dados anuais e comparativos com anos anteriores, além de destacar os principais indicadores que reforçam a solidez e a confiabilidade do setor.
Crescimento da capacidade de geração elétrica impulsionado por fontes renováveis
De acordo com o boletim, o Brasil registrou um aumento de 5% na capacidade instalada de geração em 2024, o que representa um acréscimo de 10,8 gigawatts (GW). A expansão foi fortemente impulsionada pelas fontes renováveis, especialmente energia solar e eólica, que seguem liderando a transformação da matriz energética brasileira.
Esse crescimento expressivo não inclui os dados da Micro e Minigeração Distribuída (MMGD), setor que também apresentou resultados impressionantes no último ano.
Micro e Minigeração Distribuída atinge marco histórico
O destaque absoluto do relatório fica para a Micro e Minigeração Distribuída (MMGD), que alcançou a marca de 35 GW de capacidade instalada até dezembro de 2024, representando um crescimento de 35,6% em relação ao final de 2023.
Esse avanço reflete o fortalecimento da geração descentralizada no Brasil, estimulada por políticas públicas, acesso facilitado a tecnologias e crescente conscientização sobre os benefícios econômicos e ambientais da geração própria de energia, especialmente a solar fotovoltaica.
Avanços na transmissão reforçam segurança do sistema
Outro dado relevante é a expansão da infraestrutura de transmissão. O sistema brasileiro cresceu 2,2% em linhas de transmissão, o que representa 4,1 mil quilômetros adicionais em 2024. Houve também um aumento de 4,4% na capacidade instalada de transmissão, somando mais 20 mil MVA (Megavolt-Ampère).
Esse incremento garante maior robustez à malha elétrica, possibilitando o escoamento eficiente da energia gerada, especialmente de fontes renováveis localizadas em regiões de grande potencial, como o Nordeste (eólica) e o Centro-Oeste e Sudeste (solar).
Melhoria na qualidade do fornecimento de energia
O boletim também revela avanços nos indicadores de qualidade do serviço. Houve melhoria tanto no Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC) quanto na Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC).
Esses indicadores são fundamentais para medir a confiabilidade do fornecimento de energia, refletindo na redução do tempo e da quantidade de interrupções no serviço para os consumidores residenciais, comerciais e industriais em todo o país.
Outros destaques do setor elétrico em 2024:
- Geração verificada superior a 2023, reforçando o aumento da demanda atendida.
- Aumento dos intercâmbios internacionais comerciais de energia entre 2022 e 2024, fortalecendo a integração energética regional.
- Crescimento do mercado consumidor de energia, compatível com a expansão econômica do país.
- Redução dos Encargos de Serviços do Sistema (ESS), refletindo maior eficiência operacional.
- Avanços na universalização do acesso à energia elétrica, ampliando o atendimento a comunidades remotas e regiões isoladas.
Transição energética brasileira avança de forma consistente
Os dados consolidados no boletim evidenciam que o Brasil segue no caminho certo para a construção de um sistema elétrico mais limpo, resiliente e eficiente. A combinação entre expansão da geração renovável, fortalecimento da transmissão e crescimento da geração distribuída coloca o país em posição de destaque na transição energética global.
O avanço da Micro e Minigeração Distribuída, em especial, simboliza uma mudança estrutural na relação dos consumidores com a energia, promovendo descentralização, democratização do acesso e redução da pegada de carbono.
Perspectivas para 2025 e além
As projeções indicam que a tendência de crescimento deve se manter, impulsionada tanto pela demanda crescente quanto pelos compromissos do país com a redução das emissões de gases de efeito estufa e a expansão da matriz renovável.
O Brasil consolida, assim, seu papel de liderança na transição energética mundial, oferecendo um sistema elétrico cada vez mais sustentável, confiável e preparado para os desafios das próximas décadas.