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G20: Estudo inédito propõe políticas para ampliar participação feminina no setor de energia

Publicação lançada pelo Ministério de Minas e Energia em parceria com a Alemanha destaca boas práticas, desafios e diretrizes para uma transição energética mais justa e inclusiva

A busca por uma transição energética justa passa, necessariamente, pela ampliação da diversidade e da equidade de gênero no setor elétrico. Com esse foco, o Ministério de Minas e Energia (MME) lançou, nesta segunda-feira (19), o estudo “Integração do Componente de Gênero nas Políticas do Setor de Energia nos Países do G20”, durante o III Seminário de Gestão Estratégica de Diversidade, Equidade e Inclusão do MME e entidades vinculadas. A iniciativa integra a Parceria Energética Brasil-Alemanha e foi conduzida pela Secretaria Nacional de Transição Energética e Planejamento (SNTEP/MME).

O documento é resultado de um esforço estratégico para compreender as políticas públicas voltadas à equidade de gênero nos países do G20 e oferecer recomendações práticas que apoiem uma transição energética mais inclusiva. A análise se concentra em quatro eixos fundamentais: empoderamento econômico, acesso e acessibilidade à energia, representação política e institucional e transversalidade de gênero nas políticas energéticas.

Retrato atual: mulheres ainda são minoria no setor energético

Apesar de avanços institucionais nos últimos anos, os dados revelam uma realidade desigual: nos países do G20, apenas uma em cada quatro pessoas empregadas no setor de energia é mulher, sendo que menos de 20% ocupam cargos de alta liderança. O levantamento também aponta uma diferença salarial média de 11% entre homens e mulheres.

O cenário evidencia a urgência de políticas que não apenas promovam o acesso das mulheres a oportunidades no setor energético, mas que garantam também permanência, crescimento profissional e representatividade em instâncias decisórias.

“Esse é um trabalho essencial para a elaboração das políticas públicas do setor energético, em especial a Política Nacional de Transição Energética (PNTE), a qual pretende promover uma transição justa e inclusiva, por meio de um processo participativo e considerando os mais diversos segmentos sociais”, afirmou Samira de Sousa Carmo, coordenadora-geral de Eficiência Energética da SNTEP/MME e moderadora do painel que marcou o lançamento da publicação.

Brasil é destaque com iniciativas de referência no G20

Entre as 25 iniciativas mapeadas no estudo, o Brasil se destaca com práticas reconhecidas como exemplares. O Comitê Permanente para Questões de Gênero, Raça e Diversidade do MME e Entidades Vinculadas (COGEMMEV) foi incluído na categoria “Fóruns e Redes Globais” como uma das boas práticas para promoção da equidade no setor.

O COGEMMEV atua desde 2004 e hoje envolve 15 entidades públicas do setor energético e mineral. Sua missão é planejar, coordenar e monitorar políticas de diversidade e equidade nas instituições vinculadas ao MME, promovendo debates, capacitações e projetos com foco na inclusão.

“Ter um conglomerado de instituições comprometidas com uma gestão unificada, a partir do programa Pró-Equidade, fortalece muito a nossa atuação”, ressaltou Márcia Figueiredo, coordenadora-geral do COGEMMEV.

Outra iniciativa brasileira reconhecida pelo estudo foi o Selo Pró-Equidade de Gênero e Raça, promovido pelo Ministério das Mulheres, classificado na categoria de Ferramentas de Monitoramento e Certificação.

Diretrizes para uma transição energética mais igualitária

O estudo propõe ações concretas para que os países do G20 avancem na inclusão de gênero no setor de energia, entre elas:

  • Criação de programas de capacitação e incentivo à contratação de mulheres, especialmente em áreas técnicas e de liderança.
  • Garantia de acesso seguro e equitativo à energia, com foco em mulheres em situação de vulnerabilidade social.
  • Integração de indicadores de gênero em marcos regulatórios, políticas e planos de transição energética.
  • Fortalecimento de redes e fóruns de mulheres no setor energético, promovendo representatividade política e institucional.

Ao alinhar políticas públicas a essas diretrizes, os países do G20, incluindo o Brasil, poderão acelerar a construção de um setor energético mais eficiente, democrático e resiliente, que reflita a diversidade da sociedade que ele serve.

Caminho para a inclusão começa com reconhecimento

Ao lançar esse estudo em um seminário dedicado à diversidade e à inclusão, o MME sinaliza que a transição energética não será apenas tecnológica, mas também social. O futuro da energia demanda inovação, mas também empatia, equidade e compromisso com a transformação estrutural.

A publicação estará disponível para consulta pública, servindo de base para ações interministeriais, para o setor privado e para a sociedade civil organizada. A expectativa é que as recomendações contidas no relatório orientem políticas da PNTE, atualmente em construção.

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