Sexta-feira, Maio 16, 2025
25.5 C
Rio de Janeiro

ONS revisa projeção e prevê retração de 1,6% na carga de energia do Brasil em maio

Operador Nacional do Sistema aponta retração de 1,6% no consumo de energia no Brasil; chuvas abaixo da média no Sudeste e Sul também elevam atenção sobre níveis de reservatórios

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) revisou para baixo suas estimativas sobre o comportamento da carga de energia elétrica no Brasil para o mês de maio de 2025. A nova projeção indica uma queda de 1,6%, levando o volume esperado de carga a 77.738 megawatts (MW), número mais pessimista do que a retração de 0,3% apontada no boletim anterior, divulgado há uma semana.

A revisão negativa do ONS reflete não apenas uma demanda menor por energia elétrica no período, mas também a influência de variáveis climáticas e econômicas que vêm impactando o comportamento do consumo em diferentes regiões do país. O dado chama a atenção do setor elétrico, pois mudanças na carga podem influenciar estratégias operacionais, decisões sobre despacho de energia, oferta no mercado livre e até os níveis tarifários futuros.

Carga recua em meio a clima ameno e atividade econômica moderada

A carga de energia representa o total de eletricidade requisitada pelo sistema para atender às necessidades de consumo de todos os segmentos — residencial, comercial, industrial e rural. A redução de 1,6% em maio pode estar associada a uma combinação de fatores como temperaturas mais amenas, especialmente no Sul e Sudeste, e um ritmo mais moderado da atividade econômica, com impactos na produção industrial e no consumo de serviços intensivos em energia.

A nova projeção para maio indica que o consumo está abaixo da expectativa anterior, em um momento em que o setor ainda avalia os impactos da desaceleração observada em alguns segmentos produtivos. Apesar disso, o comportamento da carga ainda está dentro dos padrões sazonais esperados para o período de outono.

Chuvas abaixo da média pressionam reservatórios no Sudeste e Sul

Além da carga, o ONS atualizou também as estimativas de Energia Natural Afluente (ENA) — volume de água que chega aos reservatórios das usinas hidrelétricas, fundamental para a geração de energia no país.

No Sudeste/Centro-Oeste, maior subsistema do país em capacidade de armazenamento, a previsão caiu de 86% para 84% da média histórica. No Sul, o quadro é ainda mais crítico: a projeção caiu de 34% para 31% da média, indicando um regime de chuvas muito abaixo do necessário para recompor os volumes dos reservatórios.

Em contrapartida, houve leve melhora nas expectativas de chuvas nas regiões Nordeste (de 43% para 45%) e Norte (de 64% para 68%), o que pode aliviar parte da pressão sobre o sistema interligado nacional, mas não compensa a baixa hidrologia nas regiões com maior capacidade de geração.

Reservatórios do Sudeste devem terminar maio abaixo do esperado

Com base nas novas projeções de afluência, o ONS também revisou para baixo a estimativa de armazenamento de energia ao final de maio no principal subsistema do país. O nível dos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste deve encerrar o mês em 69,5% da capacidade, frente aos 70,1% projetados anteriormente.

Embora os números ainda indiquem condição confortável frente a períodos críticos passados, a tendência de recuo chama a atenção do setor para a necessidade de manter planejamento energético cauteloso, principalmente diante da variabilidade climática crescente e da proximidade do período seco nas regiões Centro-Sul do país.

Implicações para o setor elétrico e para o consumidor

A queda na carga, aliada à redução das chuvas em regiões-chave, pode trazer impactos para o planejamento da operação do sistema elétrico, influenciando o despacho de usinas térmicas (com maior custo de geração), além de provocar movimentações no mercado de curto prazo de energia (PLD).

Em um cenário de chuvas mais escassas, o acionamento de térmicas se torna mais provável, o que pode representar aumento de custos operacionais para o setor e, eventualmente, pressão tarifária futura para os consumidores.

Por outro lado, a retração da carga pode significar um alívio momentâneo no consumo, reduzindo o ritmo de uso dos reservatórios. A situação exige monitoramento constante e medidas preventivas para manter o equilíbrio entre oferta e demanda nos próximos meses.

Destaques

Tokenização de usinas solares inaugura nova era de investimentos acessíveis em energia limpa no Brasil

Tecnologia baseada em blockchain transforma painéis solares em ativos...

Estudo aponta que energia solar com baterias pode reduzir em até 44% o custo da eletricidade na Amazônia

Relatório encomendado pela Frente Nacional dos Consumidores de Energia...

Palácio da Alvorada terá usina solar e prevê economia anual de R$ 1 milhão com energia

Com investimento de R$ 3,5 milhões via Programa de...

Investimentos em Gás Natural no Brasil Travam Sem Garantias Regulatórias, Fiscais e Jurídicas

Lideranças do setor energético alertam, durante o Seminário de...

Últimas Notícias

Reforma do setor elétrico pode aumentar em até 18,5% a TUSD...

Proposta do MME realoca custos tarifários e pressiona principalmente...

ISA ENERGIA BRASIL conclui modernização estratégica do Centro de Operação de...

Unidade reforça a retaguarda operacional da companhia com tecnologia...

Tokenização de usinas solares inaugura nova era de investimentos acessíveis em...

Tecnologia baseada em blockchain transforma painéis solares em ativos...

Estudo aponta que energia solar com baterias pode reduzir em até...

Relatório encomendado pela Frente Nacional dos Consumidores de Energia...

Carros elétricos superam 25% do mercado global em 2025 e aceleram...

Novo relatório da Agência Internacional de Energia aponta crescimento...

Mauricio Lyrio assume Secretaria de Clima, Energia e Meio Ambiente do...

Diplomata com sólida atuação internacional substituirá André Corrêa do...

Artigos Relacionados

Categorias Populares