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Empresas brasileiras cobram ações concretas e metas ambiciosas da COP30, revela pesquisa da Aberje

Levantamento com 104 organizações aponta amadurecimento do setor empresarial na agenda climática e altas expectativas com protagonismo do Brasil em Belém

Faltando poucos meses para a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém (PA), o setor empresarial brasileiro já começa a mobilizar esforços e alinhar expectativas. Uma pesquisa inédita conduzida pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), intitulada Comunicação e Engajamento Empresarial na COP30, revelou que 93% das empresas já consideram a sustentabilidade uma prioridade estratégica — um reflexo do crescente amadurecimento corporativo diante da emergência climática.

O levantamento, que contou com a participação de 104 organizações de diversos setores econômicos, mostra que o empresariado não apenas reconhece a importância da agenda ambiental, mas espera da COP30 resultados efetivos. Para 47% das companhias entrevistadas, os principais anseios estão centrados na definição de compromissos concretos, metas ambiciosas e ações práticas alinhadas aos desafios específicos do setor produtivo nacional.

“É um dado muito expressivo, que confirma como a sustentabilidade deixou de ser uma pauta periférica para integrar, de forma estratégica, o processo decisório das empresas. O momento atual exige que as organizações não apenas adaptem suas operações, mas também influenciem políticas públicas e contribuam com soluções”, afirma Hamilton dos Santos, diretor-executivo da Aberje

Alta expectativa para a COP30 no Brasil

A pesquisa aponta que 89% das empresas que planejam participar da COP30 acreditam que o evento terá impacto relevante em suas estratégias. O fato de a conferência ser realizada no Brasil intensifica ainda mais essa percepção. Os participantes esperam, entre outras demandas: um maior comprometimento de países e empresas com a agenda climática (47%), a efetivação de negociações e projetos (39%), acordos compatíveis com os interesses do setor produtivo (37%) e metas climáticas mais ambiciosas (34%).

“Chama atenção o desejo por resultados concretos. Isso reflete um nível mais elevado de maturidade e engajamento do setor privado, que está mais preparado para colaborar ativamente com a agenda climática”, reforça Santos.

Participação crescente do setor empresarial

Outro dado relevante da pesquisa é que 52% das empresas participarão de uma COP pela primeira vez. Entre as que já estiveram presentes em edições anteriores, a atuação tem sido diversa: 70% marcaram presença na programação oficial, 60% participaram de eventos paralelos e 51% acompanharam as discussões como ouvintes.

Os impactos dessa participação são notáveis. Aproximação com tomadores de decisão (40%), aprimoramento da estratégia ESG (38%), campanhas internas de conscientização (35%) e adequação a novas regulamentações (32%) são algumas das ações concretas relatadas após a experiência nos eventos climáticos.

“O setor privado entendeu que a COP não é apenas uma reunião entre governos. Hoje, ela representa um espaço estratégico de articulação, aprendizado e exposição de boas práticas. As empresas que têm resultados para mostrar devem usá-los como ferramenta de influência positiva”, aponta o diretor da Aberje.

Brasil: entre a expectativa e a responsabilidade

A pesquisa também revela que 90% das empresas acreditam que o Brasil terá papel relevante na COP30, sendo que mais da metade (53%) consideram que esse papel será “muito importante”. Para os empresários, o país precisa assumir uma postura de liderança global na articulação entre preservação ambiental e desenvolvimento sustentável.

“O Brasil possui ativos ambientais estratégicos, como a Amazônia, e uma posição geopolítica que precisa ser valorizada. Há orgulho em sediar a conferência, mas também uma consciência clara da responsabilidade que isso implica”, destaca Mônica Alvarez, diretora do Capítulo Aberje Amazônia e executiva da Alubar.

Sustentabilidade ganha protagonismo nas estruturas empresariais

O levantamento indica ainda que 90% das empresas contam hoje com uma área formalmente estruturada de sustentabilidade, geralmente subordinada à diretoria ou à superintendência. Esse dado evidencia o fortalecimento institucional da pauta dentro das organizações.

“Ter uma estrutura dedicada e com poder de influência é decisivo para que a agenda climática avance de forma consistente. A comunicação empresarial tem papel central nesse processo, garantindo que as informações sejam transmitidas com clareza, responsabilidade e credibilidade”, afirma Santos.

Perfil das empresas participantes

A amostra da pesquisa é composta por empresas privadas nacionais (31%) e multinacionais (49%), com predominância na região Sudeste (78%), sobretudo no estado de São Paulo (57%). Quase metade das organizações têm mais de 5 mil colaboradores e representam 32 setores da economia, com destaque para os segmentos de Energia/Bioenergia (15%), Agropecuário (7%), Tecnologia da Informação (6%), Alimentos e Bebidas (5%) e Seguros/Previdência Privada (5%).

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