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Brasil adiciona 2,8 GW em geração distribuída em apenas quatro meses e se aproxima de 40 GW instalados

Mais de 258 mil consumidores aderiram à micro e minigeração distribuída no primeiro quadrimestre de 2025; São Paulo lidera em número de instalações e potência

O Brasil registrou um avanço expressivo na expansão da micro e minigeração distribuída (MMGD) nos primeiros quatro meses de 2025. De acordo com dados atualizados do painel interativo da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), entre janeiro e abril foram instalados mais de 258 mil novos sistemas, que adicionaram ao país uma potência de 2,86 gigawatts (GW) à matriz energética.

Em abril, apenas, o setor de geração distribuída viu a entrada em operação de 50.655 novas usinas – quase a totalidade solares fotovoltaicas, com exceção de uma termelétrica a biogás, instalada no município de Inhumas, em Goiás. O incremento de potência somente nesse mês foi de 524,50 megawatts (MW), consolidando o desempenho robusto do segmento em 2025.

A MMGD permite que consumidores, residenciais, comerciais ou rurais, gerem sua própria energia elétrica, predominantemente a partir de fontes renováveis, como a solar fotovoltaica. O excedente de energia não consumido no momento da geração é injetado na rede de distribuição e convertido em créditos, que podem ser usados em períodos em que a geração própria é insuficiente, por meio do Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE).

Geração que abastece milhões de imóveis

Os novos sistemas instalados entre janeiro e abril de 2025 passaram a gerar energia e conceder créditos a aproximadamente 393 mil unidades consumidoras, entre residências, comércios, propriedades rurais e empreendimentos diversos. Com isso, o total de sistemas de MMGD conectados à rede elétrica brasileira chegou a 3,47 milhões no fim de abril.

Esses sistemas reúnem uma potência instalada de 39,22 GW, patamar que representa um marco importante para o setor de geração distribuída no país e sinaliza a consolidação do modelo como uma alternativa viável e cada vez mais adotada pelos brasileiros, diante dos benefícios ambientais, econômicos e da maior previsibilidade na conta de energia.

São Paulo lidera expansão; MG e MT também se destacam

O estado de São Paulo liderou tanto em número de novas usinas quanto em potência instalada. Foram mais de 46 mil novos sistemas conectados à rede entre janeiro e abril, totalizando 405 MW de potência adicional. Minas Gerais aparece na segunda colocação em potência, com 270 MW e 24 mil novas usinas, seguido pelo Mato Grosso, com 262 MW e 19 mil instalações.

Esses dados confirmam o protagonismo dos estados do Sudeste e do Centro-Oeste na expansão da MMGD, beneficiados por uma combinação de fatores como irradiação solar elevada, políticas estaduais de incentivo e crescente conscientização do consumidor.

Perfil dos consumidores e modelo de utilização

Segundo os dados atualizados da ANEEL, os consumidores residenciais são responsáveis por cerca de 80% das unidades de geração distribuída atualmente em operação (2,8 milhões de sistemas). O comércio responde por 10% (346,93 mil sistemas), enquanto o setor rural soma 8,59% (298,24 mil sistemas), revelando o apelo amplo e transversal da MMGD em diferentes segmentos da economia.

É importante destacar que a energia gerada por sistemas de MMGD difere da lógica de distribuição da geração centralizada. Enquanto a geração em grandes usinas (hidrelétricas, térmicas, eólicas) é comercializada na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), nos ambientes regulado (ACR) e livre (ACL), a geração distribuída é consumida prioritariamente nas próprias unidades produtoras ou em outras unidades do mesmo titular, com abatimento direto na fatura de energia elétrica.

Essa distinção ajuda a explicar por que a ANEEL não soma as potências da geração centralizada e da MMGD, ainda que ambas contribuam, de forma complementar, para a segurança e diversificação da matriz energética brasileira.

Perspectivas e desafios

A trajetória de crescimento da MMGD indica uma transição energética descentralizada em curso no Brasil. O avanço da tecnologia, a redução dos custos dos equipamentos solares e a ampliação da consciência ambiental da população são fatores que devem manter a curva de expansão em ritmo acelerado.

Contudo, desafios permanecem, especialmente na adaptação da infraestrutura de distribuição e na revisão das regras do setor para garantir equilíbrio entre os diversos modelos de geração, preservando a sustentabilidade técnica e econômica do sistema elétrico nacional.

Ainda assim, a perspectiva para 2025 é otimista: com quase 40 GW instalados e mais de 3 milhões de sistemas ativos, o país se consolida como uma das principais referências globais em geração distribuída, reforçando o protagonismo da sociedade na produção de energia limpa e acessível.

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