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Light reverte prejuízo e lucra R$ 419 milhões no 1º trimestre de 2025, impulsionada por eficiência operacional e recuperação do mercado

Com alta de 94% no EBITDA ajustado e forte desempenho da Distribuidora, grupo avança em reestruturação financeira e melhora indicadores de qualidade do fornecimento

O Grupo Light iniciou 2025 com um resultado financeiro expressivo. A companhia, que completa 120 anos no final de maio, registrou lucro líquido de R$ 419 milhões no primeiro trimestre, revertendo o prejuízo de R$ 341 milhões anotado no mesmo período do ano passado. A Distribuidora, responsável por 58% desse resultado, também saiu de um prejuízo de R$ 430 milhões no primeiro trimestre de 2024 para um lucro de R$ 243 milhões.

Além do resultado positivo, o EBITDA ajustado do grupo cresceu 94%, totalizando R$ 579 milhões no trimestre, o que reflete os ganhos de eficiência e os efeitos das ações de reestruturação financeira conduzidas ao longo de 2024.

“O desempenho no primeiro trimestre confirma que estamos no caminho certo. Mantemos a tendência positiva observada desde o final do ano passado, com disciplina financeira e foco em eficiência operacional”, destacou Alexandre Nogueira, CEO da Light.

Mercado em recuperação e dívida sob controle

Parte do bom desempenho da Distribuidora se deve ao crescimento de 2,2% no mercado faturado, impulsionado por dois fatores principais: a retomada da atividade econômica no Estado do Rio de Janeiro e o aumento de 0,7ºC na temperatura média, que chegou a 28,3ºC. Esse cenário elevou o consumo de energia, especialmente no setor residencial.

Outro fator relevante foi a reestruturação da dívida, que gerou impactos significativos nas despesas financeiras. Com redução de custos, prazos alongados e menor endividamento, a dívida líquida da Distribuidora caiu 55%, encerrando o trimestre em R$ 4,2 bilhões. O caixa da empresa aumentou em R$ 500 milhões frente ao último trimestre de 2024, atingindo R$ 3,6 bilhões.

Investimentos e melhoria da qualidade do fornecimento

O compromisso com a modernização da rede elétrica também ganhou destaque. A Distribuidora investiu R$ 288 milhões no trimestre, uma alta de 70,8% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Os recursos foram direcionados principalmente para a expansão e manutenção da rede elétrica, com o objetivo de garantir a qualidade do fornecimento para cerca de 12 milhões de clientes em 31 municípios do Estado do Rio de Janeiro.

Esse esforço se refletiu nos indicadores operacionais. O DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) acumulado em 12 meses foi de 6,10 horas, o menor patamar para um primeiro trimestre desde 2015 e uma queda de 9,5% em relação ao quarto trimestre de 2024. Já o FEC (Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) foi de 2,85 vezes, redução de 6,3%, mantendo o índice 36,7% abaixo do limite regulatório.

Desafios persistem: perdas e renovação da concessão

Apesar do avanço nos resultados financeiros e operacionais, a Light ainda enfrenta desafios, sobretudo no que diz respeito às perdas não-técnicas — aquelas associadas a furtos de energia e irregularidades nas ligações. O índice de perdas totais sobre a carga a fio no acumulado de 12 meses ficou em 30,6%, acima dos 29,2% registrados até março de 2024.

Sob a ótica da regulação, o indicador PNT/MBT (Perdas Não Técnicas no Mercado de Baixa Tensão) atingiu 70,7%, significativamente acima dos 39,16% reconhecidos pela ANEEL na tarifa de 2025. Esse é um ponto sensível que a empresa precisará enfrentar com medidas estruturais e tecnológicas, principalmente em áreas com maior incidência de irregularidades.

Segmentos de geração e comercialização também lucram

As operações da Light Energia e Light Comercializadora contribuíram com R$ 183 milhões de lucro, impulsionadas pela marcação a mercado de contratos e pela melhora no resultado financeiro. Esses segmentos reforçam a estratégia de diversificação de receitas do grupo.

Expectativas e concessão

A companhia aguarda os próximos desdobramentos do processo de renovação da concessão da Distribuidora, destacando a necessidade de um contrato com condições que assegurem o equilíbrio econômico-financeiro da operação.

Para o CEO da Light, a expectativa é que o governo federal avance com segurança jurídica e regras claras. “É fundamental que a renovação seja pautada por critérios que permitam continuidade dos serviços com qualidade, sustentabilidade e investimentos constantes.”

Com os números do primeiro trimestre, a Light mostra sinais claros de recuperação após um ciclo de perdas acumuladas e incertezas regulatórias. O desafio agora será consolidar essa trajetória positiva, enfrentando os gargalos estruturais e garantindo competitividade de longo prazo.

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